segunda-feira, 18 de outubro de 2010

No Seu Devido Tempo

"De sorte que todas as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze; desde Davi até ao exílio na Babilônia, catorze; e desde o exílio na Babilônia até Cristo, catorze." (Mateus 1:17 RA)

 

Alguns defendem a posição de que para Jesus voltar há necessidade de que a igreja esteja preparada. Com isso afirmam que dependendo das suas condições para recebê-lo, ela poderá adiantar ou retardar a volta de Cristo. Palavras são ministradas com o intuito de advertir aos fiéis quanto à necessidade de estarmos prontos o quanto antes, sob o risco de retardarmos o retorno do Senhor.

 

No entanto, percebo algo diferente no texto acima; não em relação à necessidade de estarmos prontos (o que é perfeitamente bíblico e verdadeiro), mas sim quanto a estar nas mãos do homem qualquer possibilidade de adiantar ou retardar os tempos de Deus, dependendo do que fazemos.

 

Catorze gerações se passam entre um marco e outro. De Abraão a Davi, de Davi ao exílio, e do exílio até Cristo, exatas catorze gerações. Não estaria Deus nos anunciando que Ele é Soberano sobre todas as coisas, inclusive sobre os tempos? Não estamos diante de um Deus que determina os tempos e as estações?

 

Não tenho dúvidas de que Ele é suficientemente soberano para conduzir a história da humanidade e fazer acontecer o que for necessário, no tempo pré-estabelecido e da forma certa. Creio também que é Ele quem cria as situações e as circunstâncias que sejam mais favoráveis para que seus propósitos venham à luz. E é Ele quem desperta no momento certo o espírito daqueles que se tornam seus instrumentos para a consecução de Seus objetivos.

 

Foi assim para o estabelecimento de todos os projetos divinos no Antigo Testamento. Tudo a seu tempo! Um exemplo claro está no próprio texto bíblico citado. O exílio babilônico, quando Judá foi levada cativa para a Babilônia, se deu justamente na 14ª geração, a partir de Davi. Um acontecimento como esse não acontece da noite para o dia. Há situações que são geradas e pessoas que se tornam protagonistas desses episódios históricos. No entanto, como tendo um exímio diretor por trás das câmeras, assim dirige o Senhor o harmonioso filme da história da raça humana.

 

Quanto à igreja estar preparada ou não para a vinda do Senhor, creio que se Ele preparou o cenário mundial para os acontecimentos que já se deram, igualmente o fará com relação a igreja. É Ele quem a prepara através do Seu próprio Espírito dentro dela, adornando-a e removendo suas rugas e máculas, para que, no dia da apresentação do seu precioso noivo, ela se encontre à altura dele e o receba com alegria. Tudo a seu tempo!

 

Mas perceba uma coisa: O tempo é dele, mas o preparo é nosso! No tempo certo os recursos virão, mas o que faremos com os recursos recebidos é responsabilidade nossa.

 

Quem, porém, é capaz de discernir os tempos do Senhor? Jerusalém não conheceu o tempo da sua visitação: "e te derribarão, a ti e a teus filhos [que] dentro de ti [estiverem,] e não deixarão em ti pedra sobre pedra, pois que não conheceste o tempo da tua visitação." (Lucas 19:44 RC)

 

Veja que o Senhor não esperou que seu povo estivesse pronto para então entrar pelas portas de Jerusalém. Os recursos para que eles estivessem em melhores condições espirituais para discernirem a vinda terrena do Messias, chegaram fielmente, na pessoa dos profetas e das circunstâncias que se formaram no cenário mundial. Mas Cristo fez o que tinha de fazer a seu tempo. Na plenitude dos tempos ele veio, nasceu, viveu e morreu pela humanidade.

 

Portanto, creio que com a igreja acontecerá o mesmo. Ele dará (e têm dado) todos os recursos necessários para que ela se apronte; mas no tempo certo Ele virá, estando ela pronta ou não.

 

Diante disso, cabe-nos exaltar o Soberano Senhor que têm todas as coisas debaixo do seu escrutínio perfeito, inclusive o tempo. Ficando-nos também o desafio de buscarmos discernimento para harmonizar o nosso tempo com o dele, a fim de estarmos acordados e despertos no tempo da nossa visitação.

 

"Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até ao fim." (Eclesiastes 3:11 RA)

 

Wilson