terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Em Busca da Dracma Perdida

Texto Bíblico: Lucas 15:8-10

INTRODUÇÃO

A dracma era uma moeda equivalente ao denário, e representava um dia de trabalho para um trabalhador comum. Para essa mulher, no entanto, conforme a opinião de alguns estudiosos da Bíblia, podia representar mais do que uma moeda; talvez um enfeite do lar, ou mesmo, um presente de casamento, um colar feito de moedas. De uma forma ou outra, tratava-se de algo de valor que deveria ser procurado até se achar. Assim é a humanidade para Deus. Cada pessoa representa um valor inestimável.

O que a mulher da parábola precisou fazer para recuperar sua dracma perdida? O que Deus precisou fazer para recuperar o homem perdido? O que você precisa fazer para recuperar valores perdidos?

Acender Uma Candeia - (15:8a).

Ela acendeu uma candeia. No escuro nada podia ser feito. Ela precisava de luz para se orientar em sua busca determinada pela dracma perdida.

“Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para os meus caminhos” (Salmo 119:105).

Para recuperar o homem perdido que vivia em trevas, o Pai Celestial precisou acender a sua candeia na terra. Ele enviou a Sua Palavra que se fez carne e habitou entre nós: Seu Filho Amado, Jesus.(João 1:4)

- Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.(João 1:5)

- E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.(João 1:9)

- Ali estava a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao mundo.(João 3:19)

- E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.(João 8:12)

- Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.(João 9:5) - Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.(João 11:9)

- Jesus respondeu: Não há doze horas no dia? Se alguém andar de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo;(João 12:35) - Disse-lhes, pois, Jesus: A luz ainda está convosco por um pouco de tempo. Andai enquanto tendes luz, para que as trevas não vos apanhem; pois quem anda nas trevas não sabe para onde vai.(João 12:46)

- Eu sou a luz que vim ao mundo, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas.Se você sente que perdeu algo de muito valor em sua vida, entenda que a candeia, Jesus, manifesta através da Palavra de Deus, precisa estar acesa em seu dia-a-dia. Ela o orientará a fazer as coisas certas a caminho da restauração do que necessita ser restaurado.

Varrer a Casa - (15:8b).

Ela começou a varrer a casa. Depois de acesa a candeia, a mulher teve condições de perceber o real estado de onde vivia. Certamente se deparou com alguma sujeira, poeira, e pequenos objetos caídos por lá que dificultariam a recuperação da moeda. (Salmos 139:23-24) - Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos. E vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno.

Depois de colocar seu Filho, a Luz do mundo, na terra, o Pai confiou-lhe uma mensagem: a do arrependimento. Jesus iluminou o coração das pessoas de forma que elas começaram a perceber o que havia de errado em seu interior. Começaram a perceber o egoísmo, a inveja, o ciúme, a competição, a cobiça, e tantas outras coisas que representavam a sujeira do coração que tinha que ser varrida. Se você perdeu a alegria em sua vida, é muito importante que o que tem causado tristeza e melancolia, seja varrido da sua vida. Quem sabe uma lembrança traumática, ou um ressentimento contra alguém. Até mesmo uma ambição fora dos planos divinos pode impedir o fluir da alegria. Se a palavra de Deus iluminar o seu interior e você vier a perceber algum caminho mau, não hesite em remover isso do seu interior através da oração de confissão e recebimento do perdão divino.

Procurar Diligentemente Até Encontra-la - (15:8c).

Procurou diligentemente até encontra-la. Acendeu a candeia, varreu a casa e procurou atentamente. Há uma palavra na Bíblia que nos estimula a procurar o que precisamos. (Lucas 11:9-10)

- E eu vos digo a vós: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á; porque qualquer que pede recebe; e quem busca acha; e a quem bate abrir-se-lhe-á. Deus veio à procura do homem perdido. Ele não ficou nas Alturas esperando que o homem se reconciliasse sozinho. Ele desceu na Pessoa do Seu Filho, Jesus. Ele andou entre os homens, iluminou seus corações e os ensinou o caminho da restauração através do arrependimento, da confissão e do perdão.

Se você já entendeu que a Palavra de Deus precisa ser acesa em seu coração, e que os pecados descobertos precisam ser confessados e abandonados, agora, falta o elemento final: a procura. Busque o que você perdeu, ou o que você na verdade nunca teve. Não permita que o medo de não encontrar ou a culpa por algum pecado passado venha a lhe atrapalhar nessa busca. Creia que os seus pecados já foram perdoados, conforme o passo anterior, e lance-se pela fé nessa procura ousada até que você tenha na mão o que vai realmente alegrar o seu coração.

CONCLUSÃO

Acender a candeia representa deixar a Palavra de Deus iluminar o nosso coração através da leitura e da meditação em seus princípios. Varrer a casa representa lidar com as impurezas do nosso interior que a Palavra de Deus começou a revelar. Buscar diligentemente significa ter um alvo determinado de fé e de ousadia, que não permitirá que outros obstáculos o impeçam de atingir o grande objetivo proposto em seu coração.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Uma Segunda Chance

Texto Bíblico: Lucas 13:6-9

INTRODUÇÃO

Na nossa natureza está o poder de frutificação. Se não frutificamos no primeiro tempo, devemos aproveitar a nova oportunidade concedida por Deus para agradá-lo com o fruto das nossas mãos.

Uma Excelente Oportunidade Para Frutificar - (13:6a).

A figueira desta parábola foi plantada na vinha. O terreno de uma vinha geralmente era muito mais apropriado para o plantio do que outro terreno qualquer. Tratava-se de um solo privilegiado e fértil, no qual se mantinha grande expectativa de frutificação. Jesus estava querendo dizer que os religiosos da sua época tinham tudo para frutificar o fruto de uma vida piedosa e temente a Deus. Eles faziam parte de uma nação escolhida, a quem se destinou a Palavra, a Promessa, a Aliança e a Bênção, através dos quais todos os recursos espirituais estavam disponíveis.

Muitos são os privilégios que hoje também cercam nossas vidas: Temos a Bíblia na nossa língua, liberdade para ouvir e pregar o evangelho, igrejas fortes e maduras que possuem programas de crescimento espiritual e ministerial, grupos de apoio à família, meios de comunicação que fazem chegar ao povo a mensagem de fé que produz vida, enfim, várias razões para dizermos que somos privilegiados pela abundância de recursos espirituais que o Senhor tem colocado à nossa disposição. Em outras palavras, temos tudo para frutificar e manifestar o bom fruto do caráter de Cristo em nós e através de nós.

A Frustração Pela Ausência de Frutos - (13:6b).

Apesar de todo o investimento, o dono da vinha estava frustrado pela ausência de frutos naquela figueira. Três anos haviam se passado desde a sua primeira visita àquele lugar, obtendo o mesmo resultado de sempre: uma figueira sem frutos. Desolado, ele manda ao vinhateiro corta-la para que não se mantivesse a ocupar um lugar inutilmente. Três anos já haviam se passado desde o início do ministério de Jesus em Israel. Para sua tristeza, uma nação que havia nascido para ser luz para todos os povos, ainda vivia numa condição de grande apatia e incredulidade em relação às coisas de Deus. Aquela geração em Israel, nos dias de Jesus, era uma figueira sem frutos. Como nação, Israel nunca poderia ser cortada dos planos divinos por causa de uma aliança feita com Abraão, porém, uma geração pode passar sem desfrutar dos benefícios da promessa divina por causa da incredulidade e desobediência.

Nos dias de hoje, nós que também fomos plantados por Deus projetados para sermos árvores frutíferas do caráter de Cristo, devemos nos perguntar: Temos frutificado? Temos manifestado o amor, a alegria, a paz, a bondade, a longanimidade, a benignidade, a fidelidade, a mansidão e o domínio próprio, descritos em Gálatas 5:22? Temos pensado no que é verdadeiro, honesto, justo, puro, amável, de boa fama, virtuoso, louvável, descrito em Filipenses 4:8? Temos soltado as correntes da injustiça, desatado as cordas do jugo, posto em liberdade os oprimidos, rompido todo jugo, partilhado nossa comida com o faminto, abrigado o pobre desamparado, vestido o nu que encontramos, e não recusado ajudar ao próximo, conforme descrito em Isaías 58:6-7?

Uma Segunda Chance - (13:7-9).

Diante da dura ordem do dono da vinha de cortar a árvore infrutífera, o vinhateiro, talvez movido de compaixão por ela, propôs ainda mais uma chance. Pediu-lhe mais um ano para trabalhar nela, cavando-a e deitando ali esterco. Se desse certo, bem; se não, aceitaria o seu corte. Aquele ano, portanto, seria um ano de vida ou morte para aquela árvore.

Mais um ano para frutificar! Até aquele dia Jesus não tinha obtido o que mais desejava daquela nação. No entanto, naquele mesmo ano ele morreria, ressuscitaria e deixaria em seu lugar uma igreja cheia do Espírito de Deus que havia de crescer grandemente em Israel, e dali para todo o mundo. Aquele seria um ano de grandes mudanças, de terras revolvidas, de adubo lançado e de um esforço concentrado para que aquela geração experimentasse um grande avivamento.

Quando percebemos que não estamos manifestando o fruto que Deus espera de nós, precisamos deixar a terra do nosso coração maleável e disponível para ser revolvida pela Palavra de Deus e adubada pela ação do Espírito Santo. Quando somos tratados pelo Senhor, muitas vezes, Ele vai precisar mexer em áreas da nossa vida que não gostaríamos de expor. Quando se cava mais profundamente objetiva-se abrir um caminho até as raízes, para alcança-las e fortifica-las. Da mesma forma, o Espírito de Deus também quer corrigir as distorções do nosso caráter que se manifestam desde as raízes da nossa vida e que nos impedem de frutificar. Portanto, permita que Deus trabalhe não mais na superficialidade do seu ser. Permita uma intervenção mais profunda, quem sabe no íntimo da sua alma e do seu coração, até que haja restauração e cura para toda esterilidade.

CONCLUSÃO

Vimos sobre a importância de nos abrirmos ao tratamento divino que alcance o mais profundo da alma e do espírito. Devemos permitir que a terra do nosso coração seja revolvida até que se perceba quais têm sido os elementos neutralizadores da frutificação. Identificando elementos como amargura, inveja, ou qualquer outra forma de endurecimento contra Deus e contra o próximo, devemos confessar, abandonar e receber o novo adubo da intervenção espiritual, capaz de fortalecer as raízes da nossa comunhão com Deus e da relação saudável com os outros.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Um Cego Guiando a Outro Cego

INTRODUÇÃO

Destacaremos os elementos que fazem parte do tema: Um cego guiando outro cego.

1. Um Cego Guiando a Outro Cego (6:39a).

O cego da parábola refere-se aos que não vêem no sentido espiritual. Trata-se de alguém que ainda se encontra doente por causa do pecado, mas que se considera são, a ponto de se achar na condição de poder guiar a outra pessoa ainda também doente. Para que possamos sair da condição de cegueira, em primeiro lugar, precisamos nascer de novo. Depois, precisamos nos expor à Palavra de Deus dia a dia, pois é ela que nos limpa e nos abre os olhos acerca dos nossos próprios erros. Também é importante que tenhamos pessoas maduras e verdadeiramente espirituais ao nosso lado, que nos ajudem a ver o que ainda não conseguimos, devido à nossa imaturidade.

Passe pelo processo de Deus na sua vida, nascendo de novo, batizando-se nas águas e crescendo a cada dia através do ensino da Palavra de Deus e do discipulado. Busque um coração humilde, sempre disposto a aprender e a corrigir seus próprios erros.

2. Ambos Cairão no Barranco (6:39b).

Um cego guiando outro cego resultará em problemas, certamente graves para ambas as partes. Para o cego que guia na direção do céu, sem, contudo, conhecer o Caminho (Jesus), terá como conseqüência chegar em qualquer lugar, menos lá. Será uma grande decepção naquele dia. As conseqüências dessa situação serão desastrosas também para o que está sendo guiado. Além de também não chegar no destino desejado, não conseguirá solucionar os problemas do dia a dia para os quais os princípios da Palavra de Deus apresentam resposta e direcionamento. Para tristeza de todos, ambos poderão sofrer prejuízos espirituais, emocionais, físicos, materiais, familiares, ou em qualquer outra área em que se destilou a influência desse discipulado.

Busque alinhar a sua vida aos princípios da Palavra de Deus, colocando à prova os seus próprios caminhos para ver se eles se mantêm na Verdade.

3. Os Limites do Discípulo de um Cego (6:40).

Uma pessoa que está sendo instruída por um “cego”, espiritualmente falando, nunca superará o seu mestre enquanto estiver debaixo de sua influência. Não se pode esperar que esse discípulo demonstre maturidade nos relacionamentos, na vida espiritual, familiar, bem como nas demais áreas da sua vida, enquanto estiver assimilando os ensinos e o caráter distorcido de quem ele escolheu para ser o seu referencial.

Em quem você tem se espelhado? Ore sempre pelos seus pastores e líderes espirituais para que eles sejam pessoas devotadas a Deus, homens e mulheres de caráter aprovado, e que tenham autoridade divina para supervisionar outras vidas.

4. A Trave é Maior do que o Argueiro (6:41)

Quando alguém diz que está “vendo” o argueiro no olho de outra pessoa tendo uma trave em seu próprio olho, alguma coisa está errada. Vir o argueiro no olho do outro significa perceber áreas deficientes, pecados e fraquezas a serem corrigidos. Mas, quando se tem uma trave no próprio olho, certamente a visão do problema alheio será distorcida. Por exemplo: os fariseus e as autoridades religiosas da época julgavam as pessoas em geral por seus pecados, estando eles próprios carregados de orgulho e avareza, e totalmente desprovidos de amor e compaixão. Jesus não queria dizer que o povo não tinha pecados a serem confessados, mas, sim, afirmar que a religião fria e às vezes até cruel daqueles homens, para Deus, se constituía numa falta mais grave do que o argueiro nos olhos do povo.

Não julgue nem condene as pessoas que se encontram em possíveis situações de erro. Guarde o seu coração da crítica ou de palavras de acusação contra o seu semelhante.

5. Tira Primeiro a Trave do Teu Olho (6:42)

Diante do que já foi exposto, segue o desafio: “Tira primeiro a trave do teu olho”. Trata primeiro do seu próprio pecado e de suas próprias debilidades, para depois, com compaixão, poder ver de fato e lidar com as dos outros. Por que faltava misericórdia da parte dos religiosos? Por que seus corações sempre estavam cheios de julgamento e condenação para com os outros? Na verdade, tudo isso se devia à falta de quebrantamento diante de Deus de seus próprios corações. Muitos nunca lidaram com os seus próprios erros e nunca choraram por seu estado de indiferença, até se virem necessitados do favor e da misericórdia divina. Eles eram cruéis para com os outros porque se achavam sem pecado e acima de qualquer suspeita.

Antes de estar na condição de ajudar a outras pessoas, lide sincera e honestamente com os seus próprios pecados. Reconheça que o Senhor lhe concederá grande autoridade espiritual no final de cada processo interno, levando-o à posição de abençoar outras vidas.

CONCLUSÃO

Vimos sobre a importância de lidarmos honestamente com as nossas próprias fraquezas e pecados, para que possamos estar em melhores condições de ajudar a outros. Na ausência deste tratamento interior, corremos o risco de nos endurecermos em nossos erros, a ponto de não vê-los mais, além de nos tornarmos insensíveis em relação às fraquezas do próximo.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

A Força do Perdão no Reino dos Céus

Texto Bíblico: Mateus 18:21-35

INTRODUÇÃO

Queremos ministrar ao seu coração sobre um dos temas mais libertadores da Bíblia: O Perdão. Diante dele nenhum inimigo escravizador pode triunfar. Ele retira todos os argumentos, faz cessar toda a contenda e calar toda contrariedade. O perdão traz alívio e sossego para a alma aflita. Ele revela o amor de Deus e por isso é tão poderoso assim. Desfrute desse maravilhoso tema e seja grandemente abençoado pelo Pai. Na estrutura deste estudo queremos responder à seguinte pergunta: Por Que Devo Perdoar?

1. Porque o Perdão é Um dos Temas Principais do Reino dos Céus.

“... o Reino dos céus é como um rei que desejava acertar contas com seus servos...” v. 23

Antes de qualquer coisa, precisamos entender que não podemos experimentar o Reino dos céus e seus benefícios sem passarmos pela experiência do perdão. A parábola tanto fala do perdão recebido por Deus quanto da necessidade de se perdoar o próximo. Assim como só podemos entrar no Reino dos céus através do perdão dos nossos pecados, só podemos nele permanecer se tivermos a mesma atitude perdoadora para com os nossos ofensores.

2. Porque a Minha Dívida Para Com Deus era Infinitamente Maior do que a Dívida do Meu Próximo Para Comigo.

“Passando a faze-lo, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos... Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem denários...” vs. 24 e 28.

Quando o rei foi acertar contas com seus servos, ele encontrou alguém que lhe devia um valor altíssimo, dez mil talentos, que não tinha como pagar. Um talento era equivalente a seis mil dias de trabalho. A dívida desse homem era de dez mil talentos, ou seja, o equivalente a aproximadamente 164.383 anos de trabalho. Tamanha era a dívida que seria necessária a venda como escravos do devedor, sua mulher, seus filhos e de tudo quanto possuísse, a fim de se restituir todos os valores devidos ao rei. Isso ilustra a nossa condição de pecadores diante de Deus.

O preço da nossa dívida espiritual era altíssimo. Não tínhamos condições de pagar porque já nascemos com essa herança e vivemos a vida toda com ela. Nada seria suficiente para salda-la: nem boas obras, nem o possuir uma religião ou coisa parecida. Porém, assim como o rei, movido de compaixão, perdoou seu servo de tão grande saldo devedor, assim o Pai Celestial agiu para conosco. Fomos perdoados e declarados livres de toda a culpa, sem que tivéssemos de pagar coisa alguma. Glória a Deus por isso!

Um pouco mais adiante, porém, esse mesmo servo que havia acabado de ser liberado, encontrou um amigo, um conservo seu, que lhe devia apenas cem denários, um valor referente a cem dias de trabalho (somente três meses e dez dias).
E agindo para com ele de forma violenta, exigiu o pagamento imediato.

Isso ilustra a possibilidade de alguém ter recebido tamanha graça perdoadora da parte de Deus, e não ter a mesma capacidade de agir com misericórdia para com os outros. O problema mais grave aqui abordado é o fato do devedor perdoado não ter a consciência de ser a dívida dele para com o rei infinitamente maior do que o que lhe devia o conservo.

Precisamos entender o que Jesus nos quer ensinar. Não importa o que alguém tenha feito de mal para comigo ou contra alguém que amo. O meu pecado para com Deus era maior, e dele fui liberado. Quando penso assim, e só quando penso assim, é que terei condições de sentir compaixão de quem falhou ou pecou contra mim. Quando digo: “não perdoarei tamanha transgressão dessa pessoa”, estou deixando de ver a minha própria condição anterior que também era lastimável e miserável.

3. Porque o Perdão Revela a Compaixão Divina no Coração, e o Contrário, o Domínio de Uma Vontade Humana Não Redimida.

“E o senhor daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora, e perdoou-lhe a dívida...Ele, entretanto, não quis; antes, indo-se, o lançou na prisão, até que saldasse a dívida.” Vs. 27 e 30.

Depois de ouvir as súplicas por misericórdia, o rei, movido de íntima compaixão pelo devedor, decide libera-lo em paz, perdoando toda a dívida. Não exigiu mais que fosse paga qualquer quantia. Não se ressentiu pelo prejuízo assumido, nem ameaçou vingança em ocasião oportuna. Nenhuma dessas atitudes negativas tiveram lugar no coração do rei, porque ele era dominado por um outro espírito, muito mais nobre. O sentimento de íntima compaixão por alguém é divino. Toda a vez que Jesus se moveu de íntima compaixão por alguém, algum milagre extraordinário aconteceu:

1) As multidões como ovelhas sem pastor e o poder sobrenatural delegado aos discípulos – Mt. 9:36 e 10:1;
2) A multidão enferma e a cura de suas doenças – Mt. 14:14;
3) O bom samaritano e o socorro prestado ao aflito – Lc. 10:33-35;
4) A viúva e a ressurreição de seu único filho – Lc. 7:11-15;
5) O pai em busca do filho perdido – Lc. 15:20.

Em todos esses casos a íntima compaixão esteve fortemente presente e os resultados foram maravilhosos: Cura, libertação, restauração, provisão, e até mesmo, ressurreição.

Para perdoar alguém também precisamos desse sentimento divino e sobrenatural. Ele já está presente e disponível no coração de alguém que já foi redimido pelo sangue de Jesus Cristo. Portanto, basta decidir perdoar, que isso será plenamente possível, hoje e agora. Algumas pessoas dizem que para perdoar alguém, somente se for através de um milagre. Pois bem, já vimos acima que a compaixão de Deus transbordante no coração resultou em milagres extraordinários. É assim porque ela vem de Deus, e só Ele pode liberar o poder necessário para remover tamanhos obstáculos.

Por outro lado, o que fora perdoado pelo rei, encontrando um conservo seu que lhe devia alguma coisa, simplesmente não se compadeceu dele como o rei havia se compadecido em seu favor. O texto bíblico nos relata que o conservo também suplicou por paciência que tudo seria pago. Mas ele não quis! O “não querer perdoar” revela uma vontade humana não redimida pelo sangue de Jesus. O mover-se de íntima compaixão, sim. Alguém que não quer ter paciência, ou misericórdia, ou liberar perdão, ainda está sob o domínio de uma vontade escravizada pelo pecado. Essa vontade prisioneira precisa conhecer a liberdade de Cristo.
Quando isso acontece, ela começa a experimentar a compaixão de Deus em relação às pessoas, a fim de vê-las como o Senhor as vê.

4. Porque o Perdão nos Livra de Transformar o Nosso Coração Em Uma Prisão.

"Ele, entretanto, não quis; antes, indo-se, o lançou na prisão, até que saldasse a dívida.” v. 30.

Não querendo perdoar a dívida, o passo seguinte foi lançar o devedor na prisão, até que todo o valor fosse pago. Em vez de soltar através do perdão, decidiu prender através da retenção do perdão. O perdão solta, libera. O contrário, prende, retém. O pior de tudo é que as pessoas a quem não perdoamos não ficam presas em algum lugar físico deste mundo em que vivemos. Elas ficam presas em nosso coração e em nossas emoções. Para onde vamos levamos conosco nossos agressores. Acordamos, trabalhamos, descansamos e dormimos com eles em nossas lembranças. Se elas fossem boas até valeria a pena conserva-las durante toda a vida. Porém, tratam-se de memórias que gostaríamos de apagar por nos trazerem mal estar. Mas a ausência do perdão, infelizmente, prende o agressor, o mal praticado e todas as impressões negativas que fizeram parte daquele ato, todos eles juntos, dentro do nosso coração, fazendo dele uma prisão.

Quando, porém, liberamos o perdão, estamos deixando sair livres não somente o agressor, mas a lembrança do mal praticado bem como todas as impressões negativas que ficaram impregnadas a partir do ocorrido. Portanto, é muito mais saudável para o corpo, para a alma e para o espírito, perdoar, do que não perdoar. Devemos sempre nos perguntar sobre o que queremos fazer do nosso coração: uma prisão ou um jardim?

5. Porque o Perdão nos Livra de Nos Tornarmos Dependentes da Atitude dos Outros.

"Ele, entretanto, não quis; antes, indo-se, o lançou na prisão, até que saldasse a dívida.” v. 30.

O homem que deixou de perdoar, antes preferindo prender, o fez “até que” o outro fizesse alguma coisa para resolver o problema. Fazendo isso, tornou-se dependente do outro. Quando perdoamos, agimos na nossa liberdade de perdoar independentemente da atitude do outro. Se a pessoa me pedir perdão, perdôo; se não pedir, também perdôo. Se o outro quiser conversar comigo, perdôo; senão, perdôo mesmo assim. Quando não perdoamos, porém, nos tornamos reféns das decisões e das escolhas de quem nos ofendeu. Ficamos colocando condições e sempre esperando alguma atitude positiva da outra parte. Caso nada aconteça, ficamos sujeitos à escravidão emocional e a ressentimentos devastadores para a nossa alma, talvez, por toda a vida.

6. Porque o Perdão Fecha a Porta da Tristeza Para Outras Pessoas.

“Quando os outros servos, companheiros dele, viram o que havia acontecido, ficaram muito tristes e foram contar ao seu senhor tudo o que havia acontecido.” – v. 31

Até então a história contava com as seguintes personagens: o rei, o servo e o conservo. Mas agora, um novo grupo de pessoas surgiu: os amigos do servo. A recusa de se perdoar o conservo não ficou apenas entre eles dois. Os amigos dele ficaram sabendo e se entristeceram muito pelo ocorrido. Certamente, eles sabiam do grande favor que seu amigo havia recebido da parte do rei e se alegraram por isso. Mas agora, viram que a atitude para com o conservo havia sido totalmente destituída de graça. Daí a grande tristeza. Geralmente nos conflitos de relacionamentos não resolvidos, sofrem mais pessoas do que somente as envolvidas diretamente no caso.

Quase sempre filhos pagam pelo conflito entre os pais; amigos de longos anos de repente se vêem privados do convívio amistoso com todo o grupo; etc. Enfim, queremos dizer que a retenção do perdão não prejudica somente aquele que não foi perdoado. Prejudica quem não perdoou e também pessoas que acabam ficando sabendo da situação e que se entristecem por alguma relação que mantenham com pelo menos uma das pessoas envolvidas. Levando ainda mais para o lado espiritual, os anjos de Deus também acompanham nossas atitudes e também se entristecem quando não perdoamos.

Há uma indicação de que os anjos comunicam ao Pai o que fazemos ou deixamos de fazer em relação às pessoas: “Vede, não desprezeis a nenhum destes pequeninos; pois eu vos digo que os seus anjos nos céus sempre vêem a face de meu Pai, que está nos céus.” – Mateus 18:10. Vimos então que, a falta de perdão entristece a quem não perdoa, a quem não foi perdoado, a quem pertence ao círculo familiar ou de amizade dos envolvidos, bem como, aos anjos de Deus que sempre comparecem perante o Pai.

7. Porque o Perdão nos Livra dos Atormentadores Espirituais.

“Irado, seu senhor entregou-o aos torturadores, até que pagasse tudo o que devia.” – v.34

Quando o rei ficou sabendo da falta de misericórdia por parte de seu servo em relação ao conservo, não apenas ficou triste, mas irado. A ira geralmente nos leva a uma ação. Se for bem direcionada nos levará a agir para corrigir algum problema. Será a energia necessária para enfrentar uma situação problemática a fim de coloca-la em ordem. Assim agiu o rei para com o seu servo a quem já havia liberado o perdão. Diante do que ouviu, decidiu agir para com ele da mesma forma como o servo agira em relação ao conservo: Encerrando-o na prisão até que se pagasse toda a dívida.

Seria bom rever o ensino de Jesus na oração do Pai Nosso: “Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores.” ... “Pois se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai celestial também lhes perdoará. Mas se não perdoarem uns aos outros, o Pai celestial não lhes perdoará as ofensas.” – Mateus 6:12, 14-15. A atitude não perdoadora do servo em relação ao conservo, foi uma péssima semeadura que ele lançou contra si mesmo. Agindo daquela forma, sem saber, estava fechando a porta da graça e da misericórdia para ele, sua esposa, seus filhos e tudo o que possuía.

O perdão da dívida que já havia sido liberado, agora foi revogado. Lançado na prisão, foi entregue aos atormentadores. Os atormentadores são espíritos demoníacos que agem na vida de quem não perdoa o seu próximo. São eles os responsáveis pelo agravamento da mágoa, pelos acessos de raiva e explosões de ira quando se mergulha nas lembranças do ocorrido, ou que acabam lançando a pessoa num profundo poço de depressão. Eles também atormentam através das lembranças, lançando dúvidas, medo, ódio, insegurança e culpa.

Muitas pessoas que se tornaram prisioneiras desses espíritos já cometeram suicídio ou homicídio. Outras se tornaram frias e amargas nos seus relacionamentos. Em todas elas percebe-se o destilar da amargura, seja no olhar, no falar ou no andar. Somente o perdão pode realmente facilitar todas as coisas e fechar todas as brechas. Se alguém tem achado ser um preço muito alto perdoar a outra pessoa, diante do que já mencionamos, fica claro que paga muito mais caro quem não perdoa do que aquele que perdoa.

CONCLUSÃO

Nós vimos que o perdão é um dos temas principais do Reino de Deus. Por meio do perdão dos nossos pecados ingressamos nele, e somente mantendo a mesma atitude de Quem nos perdoou é que podemos nele permanecer. A dívida de alguém para comigo sempre será menor do que a dívida que eu tinha para com Deus. Somente um coração redimido pelo sangue de Cristo poderá ser canal da íntima compaixão divina em favor dos outros. O coração perdoador é semelhante a um jardim bem tratado e cultivado. Nele não há lugar para ressentimentos nem aprisionamentos de vidas. É esse tipo de coração que devemos ter como modelo para a nossa existência aqui na terra. A pessoa que perdoa é livre para perdoar em qualquer tempo. Não depende das pessoas nem das atitudes delas.

O perdão é gerador de contentamento e plena satisfação que só o Reino de Deus pode trazer. Ele faz transbordar de alegria o coração de quem perdoa, de quem é perdoado, dos amigos do perdoador e do perdoado, dos anjos de Deus que acompanham nossas vidas, e acima de tudo, do próprio Pai Celestial que considera bom e suave que os irmãos vivam em união – Salmo 133:1. Na função de libertar as vidas, o perdão nos retira totalmente da zona de perigo e de acesso a espíritos atormentadores. Eles não têm legalidade para agir na vida de alguém que perdoa. São totalmente livres de toda e qualquer influência maligna nessa área, os que entram pelo caminho da obediência através da liberação dos seus devedores.

“Antes sede bondosos uns para com os outros, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.” – Efésios 4:32

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

O Amigo e os Filhos do Reino

Texto Bíblico: Lucas 11:5-13

INTRODUÇÃO

Muito melhor do que ser amigo de uma pessoa importante é ser filho dela. A parábola de hoje revela-nos o grande amor do Pai capaz de atender aos amigos do Reino, e muito mais, aos filhos do Reino. Estudaremos sobre a diferença entre o amigo e os filhos, e como todos tiveram suas necessidades supridas.

1. O amigo está do lado de fora e os filhos do lado de dentro (11:5, 7).

A primeira diferença crucial entre o amigo e os filhos, é que o primeiro, ansioso por causa de uma necessidade surgida, se encontra do lado de fora da casa, clamando por um favor de seu amigo; enquanto os filhos deste se encontram do lado de dentro. Em João 1:12 encontramos a palavra de que a todos os que receberam Jesus se tornaram filhos de Deus. Não mais apenas seres criados por Deus, mas filhos. Na condição de filhos não nos encontramos mais do lado de fora do Reino de Deus, e sim, do lado de dentro. Jesus disse a Nicodemos: “Quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus.” Ele está falando do novo nascimento espiritual que nos coloca do lado de dentro do Reino de amor do Pai e nos permite desfrutar de suas bênçãos.

Você já nasceu de novo? Você já teve a oportunidade de entregar o seu coração a Jesus, arrependido de seus pecados e desejoso de que Ele assuma o controle de sua vida? Se não, que tal aproveitar a oportunidade de hoje?

2. O amigo está acordado e ansioso, enquanto que os filhos dormem supridos (11:5-7).

A segunda diferença entre eles é que o amigo, além de estar do lado de fora, possui uma necessidade que o deixa tenso e totalmente dependente de uma intervenção graciosa de seu amigo. Os filhos, no entanto, de supridos que estão já dormem há tempo. Jesus disse em Mateus 6:32-33 que são os gentios (pessoas não aliançadas com Deus) é que ficam ansiosos, correndo de um lado pra outro, buscando suprir suas próprias necessidades. Quanto aos filhos, porém, Ele diz: “... pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas serão acrescentadas.

”Assim como os filhos do homem da parábola, O Senhor espera que descansemos nEle para todas as coisas. Ele quer que nós nos vejamos nEle em todo o tempo. Nossa relação de intimidade com o Pai resultará em provisão, e a provisão em descanso.

3. O amigo recebe o que precisa por meio da importunação; os filhos, por direito de filiação (11:8 e 11-13).

Depois de muito insistir e importunar, o amigo que estava do lado de fora recebeu tudo o que precisava. Parece estranho pensar que para conseguirmos alguma coisa de Deus tenhamos de enfrentar tanta dificuldade, como se Ele não tivesse boa vontade para atender, não é mesmo? Porém, a lição da parábola é outra. Jesus quis nos ensinar que, se o amigo da parábola, tendo todos os fatores contra ele, mesmo assim conseguiu ser atendido em suas necessidades, quanto mais quem ocupa a posição de filho! Se o Pai Celestial atende aos que não estão em aliança com Ele por meio de sua importunação, como não atenderá aos Seus filhos preciosos que oram a Ele dia e noite? Temos alguns exemplos de pessoas que não estavam em aliança com Deus e que foram supridas por causa de uma atitude correta: A mulher siro-fenícia (Marcos 7:24-30); o centurião e seu servo (Mateus 8:5-13). A parábola é um estímulo a se buscar ao Pai sem hesitação, de forma confiante.

Como você se vê: como amigo de Deus ou como filho dEle? Procure checar se você não tem andado ansioso em vez de se posicionar como filho, podendo apenas pedir ao Pai de acordo com suas necessidades. Procure observar se você não tem clamado ao Pai como se estivesse do lado de fora, longe das promessas e desprovido das bênçãos. Aproprie-se da sua posição em Cristo como filho de Deus, e estabeleça com Ele uma nova relação de intimidade.

CONCLUSÃO

Apesar do amigo da parábola estar do lado de fora, ansioso e sem provisão, por meio de sua importunação recebeu tudo o que necessitava. Se é assim para com os que se encontram nessa condição, muito maior a provisão para os que são chamados de filhos de Deus. Por conta da nova natureza espiritual que é resultado do novo nascimento, os filhos poderão gozar da presença do Pai, doador de todo o bem-estar espiritual, emocional e físico. Sendo assim, basta-lhes apenas pedir o que for necessário, que o Pai concederá com prazer, não entregando pedra no lugar de pão; cobra no lugar de peixe; ou escorpião no lugar de ovo. Pelo contrário, até mesmo Seu próprio Espírito Santo estará disponível aos que lho pedirem.

APLICAÇÃO

Desenvolva uma nova relação de intimidade com o Pai Celestial e procure transformar seus momentos de oração não numa oportunidade de apresentar-lhe uma “lista de supermercados”, mas numa relação de fé e amor, onde suas necessidades serão supridas e o coração do Pai se alegrará por sua confiança nEle.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Vivendo Hoje Investindo na Eternidade

Texto Bíblico: Lucas 16:1-15

INTRODUÇÃO

Nesta parábola veremos como Jesus elogiou um homem por sua prudência em se preocupar com o futuro. Apesar do exemplo referir-se a alguém acusado de desonestidade, suas ações posteriores, porém, demonstram o tipo de atitude que o Senhor espera que os cristãos tenham em relação a este mundo e ao vindouro.

O Problema

O administrador acusado de desonestidade havia acabado de receber uma palavra dura de seu senhor. Em breve ele estaria desempregado pelo indício de estar desperdiçando os bens de seu patrão. - “O que fazer?” Pensou ele. Procurou algumas alternativas, porém, nenhuma lhe satisfez plenamente.Na parábola anterior (Lucas 15:11-32), o filho pródigo (esbanjador), também tinha desperdiçado os bens de seu pai. Talvez seja por isso que as duas parábolas estejam próximas uma da outra. Todos nós estávamos em dívida para com o Pai Celestial. Assim como o Filho Pródigo ou o Administrador Desonesto, precisávamos encontrar o Caminho do arrependimento e da tomada de novas decisões que gerassem novas atitudes. Foi o que ambos fizeram para nos legar um novo referencial.

A Saída

Depois de pensar um pouco, achou uma saída: Chamou os que deviam ao seu senhor, perguntou quanto cada um estava devendo, e pediu-lhes que escrevessem um valor menor do que realmente era a dívida. Para não lesar o seu senhor, provavelmente, ele agiu de uma ou outra forma:

a) Ou, completando o valor com os seus próprios recursos,

b) Ou, abrindo mão de sua comissão referente ao serviço de administrador.

Certamente o seu senhor não foi prejudicado porque essa atitude foi de seu conhecimento e aprovação, conforme nos dá a entender o versículo 8: “O senhor elogiou o administrador desonesto”. Ele é chamado de desonesto não pela atitude atual, agora louvável, mas sim pelo que foi observado no início da parábola.A atitude dele fez com que os devedores de seu senhor se sentissem aliviados de suas dívidas e gratos pela iniciativa dele. Eles se tornariam amigos do administrador, abrindo-lhe portas em tempos de necessidade. Acreditamos que Jesus está querendo enfatizar sobre a importância de abrir mão agora para conquistar depois. De perder agora para ganhar depois. De sair no prejuízo agora para depois obter o verdadeiro lucro.

O Ensino

Além dos ensinos já assimilados acima, cremos que Jesus quis apresentar-nos as seguintes lições:

a) O administrador desonesto era considerado um “filho deste mundo”, no entanto, foi prudente, preocupando-se com o dia de amanhã. Portanto, os “filhos da luz” também devem estar trabalhando pelo dia de amanhã, não olhando, porém, somente para a vida presente, mas principalmente para a vida eterna. (v. 8).

b) O dinheiro que passa pelas nossas mãos oriundo deste mundo iníquo, não deve ser usado nem de forma desonesta nem de forma egoísta. Ele precisa ser usado para conquistar amigos; não pensando nas moradas terrenas que estes possam nos abrir, mas nas moradas eternas. Se fizermos o bem nesta vida, ajudando o necessitado, abrindo mão aqui ou até levando prejuízo ali, porém, em favor dos outros, receberemos muito mais do que portas terrenas abertas; receberemos e passaremos pelas portas celestiais (v. 9).

c) Se formos fiéis no pouco, Deus nos colocará sobre o muito. O pouco refere-se aos recursos deste mundo, infinitamente menores e inferiores que os do mundo porvir. Se formos desonestos na administração dos recursos terrenos, não seremos dignos de administrar os recursos celestiais futuros (v. 10).

d) O tempo presente é um período de prova para cada um de nós. Se provarmos ser fiéis e dignos de confiança no trato dos bens deste mundo ímpio, um dia, na eternidade, Deus nos confiará o que realmente há de nos pertencer; o que Ele chama de “verdadeiras riquezas” (v. 11).

e) O Senhor deixou claro nesta parábola que todos os recursos e bens deste mundo não nos pertencem. Estamos administrando o que é dos outros. Por que? Porque o sistema financeiro atual pertence a este mundo presente que um dia passará, com toda a sua glória terrena. Portanto o que temos em mãos hoje é transitório e passageiro. Na verdade, devemos trabalhar não pelo que passa, mas pelo que é eterno, e que um dia nos será entregue, de acordo com a nossa fidelidade na administração do terreno (v. 12).

f) Se tivermos a visão de que devemos trabalhar hoje pensando nas riquezas eternas, não nos apegaremos ao dinheiro deste mundo presente. Não amaremos ao dinheiro em detrimento do amor que devotaríamos exclusivamente a Deus. Jesus nos ensinou de que não podemos servir a dois senhores. Não podemos servir a Deus e ao Dinheiro (v. 13).

g) Os fariseus que ouviram a parábola deveriam se identificar com ela. Eles eram administradores desonestos que estavam desperdiçando os bens de seu Senhor. Como conhecedores da Palavra de Deus eles deviam administrar bem o Reino dos Céus fazendo-o chegar aos homens por meio da pregação, do ensino e da ministração aos necessitados. No entanto, estavam mais preocupados com eles mesmos, desfrutando de suas riquezas pessoais e dos privilégios sobre o povo. Eles, na verdade, deviam fazer o que o administrador da parábola fez: aliviar o peso da dívida de sobre os ombros das pessoas, pagando eles mesmos o preço da renúncia, do sacrifício e do serviço em favor do próximo, esperando receber a recompensa não nesta vida, mas na vindoura (v. 14-15).

CONCLUSÃO e APLICAÇÃO GERAL

Discípulos, fariseus e igreja de hoje: Administremos bem os recursos deste mundo ímpio em favor das pessoas e não em benefício próprio, estando certos de que a nossa fidelidade no tempo presente nos abrirá as portas celestiais na eternidade.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Sendo Rico para com Deus

Texto Bíblico: Lucas 12:13-21

INTRODUÇÃO

Na parábola de hoje veremos sobre o cuidado a ser tomado no trato com o dinheiro e questões materiais. Veremos que ser rico para com Deus é muito mais importante do que qualquer outro tipo de riqueza. Para tanto, precisamos tomar os seguintes cuidados:

1. Não Permitir Que a Ansiedade Pelas Coisas Materiais, Desvie Nossa Atenção das Espirituais – (12:13).

Se atentarmos para o que Jesus estava falando à multidão antes de ministrar esta parábola, veremos que Ele ensinava sobre a ação do Espírito Santo na vida de alguém que porventura viesse a ser levado às autoridades para testemunhar de sua fé (12:11). Surpreendentemente, um homem no meio da multidão faz um pedido para que Jesus ordenasse ao seu irmão que dividisse a herança com ele. Percebemos então que, apesar do assunto se tratar de algo espiritual, a mente ansiosa daquele homem não conseguia se ater aos ensinos do Mestre devido à sua preocupação com a herança ainda não dividida. A ansiedade pelas coisas terrenas nos rouba a oportunidade de crescermos em Deus, através de uma relação de comunhão e de fé. Não conseguimos prestar atenção nos princípios espirituais que uma vez assimilados e colocados em prática, nos darão êxito também no aspecto material. As preocupações da vida minam a fé e nos lançam num campo onde ficamos privados do auxílio divino (Fp. 4:6-7).

2. Entender que Deus é o Doador de Toda Prosperidade – (12:16).

A parábola declara que a terra de um certo homem rico produziu muito. O rei Davi declara o seu reconhecimento de que o Senhor é o dono de toda a riqueza deste mundo: “Teus, ó Senhor, são a grandeza e o poder, a glória, a majestade e o esplendor, pois tudo o que há nos céus e na terra é teu. Teu, ó Senhor, é o reino; tu estás acima de tudo. A riqueza e a honra vêm de ti; tu dominas sobre todas as coisas. Nas tuas mãos estão a força e o poder para exaltar e dar força a todos.” – I Crônicas 29:11-12. Portanto, se a terra daquele homem rico havia produzido muito, certamente Deus tinha um propósito nisso. Ele deveria ser reconhecido como a Fonte de toda a riqueza e, portanto, glorificado por Sua generosidade.Entender que tudo procede das mãos de Deus já é um grande passo para sermos ricos para com Ele, bem como, para eliminarmos toda fonte de inquietação. Quando sabemos realmente que é Ele quem dá todas as coisas no seu devido tempo, não ficaremos correndo de um lado para outro, procurando abrir portas que Ele não abriu (Lc. 12:24).

3. Discernir a Hora de Aplicar os Recursos no Propósito Divino – (12:17).

Não havia nenhum problema em se ter um campo com produção abundante. Deus concede a riqueza! Mas, toda prosperidade tem uma razão de ser. Deus a concede sempre com um propósito e não aleatoriamente. Portanto, em vez do homem pensar consigo mesmo “o que farei...”, ele deveria ter pensado com Deus “o que faremos...”. Sua atitude foi orgulhosa (porque excluiu Deus do assunto), e egoísta (porque pensou somente em si). Ele poderia até ampliar realmente os seus celeiros, como fez; mas isso se tivesse a intenção de glorificar a Deus, servindo aos Seus propósitos e às necessidades de outros.Discernir o que o Senhor quer fazer através da nossa prosperidade é algo de muito importante. Devemos vê-lo como Senhor também nesse assunto, enquanto nos vemos a nós mesmos como apenas mordomos, administradores do que Ele nos confiou. Podemos crescer de uma mercearia a um supermercado, contanto que não percamos de vista a necessidade de outras pessoas também. Deus concede grande prosperidade a empresários para que haja emprego e suprimento de carências. Deus coloca algumas pessoas em postos de governo e autoridade para que o povo tenha paz e uma vida tranqüila (Gn. 50:20-21).

4. Não Considerar as Conquistas Materiais Como Único Objetivo na Vida - (12:19).

Depois de aumentar os celeiros, o homem da parábola considerou sua missão cumprida, como se mais nada tivesse de buscar na vida. Algumas pessoas fazem a mesma coisa, porém, de forma diferente. Dizem: “Pronto, já consegui casar meus filhos, então, minha missão está cumprida!”. É claro que realmente é um troféu poder encaminhar bem os filhos, ou deixar uma herança para a posteridade, e coisa parecida. Mas, uma é a riqueza para com os homens, e outra, é a riqueza para com Deus. A riqueza para com Deus representa nossas ações aqui na terra que agradam o coração do Pai nos céus. Essas ações são como depósitos efetuados em nossa própria conta nos céus, cujo benefício será desfrutado mais adiante na terra ou na eternidade (Mt. 6:1-2, 5-6, 16-18; 10:41-42; 16:27; Lc. 6:32-35; João 4:36).

CONCLUSÃO

Nossa atenção pelas coisas espirituais não pode ser desviada pela ansiedade acerca das materiais. Podemos descansar no fato de que Deus é o doador de toda prosperidade, e também, que Ele tudo concede com um fim específico. Somos abençoados quando não lutamos apenas por conquistas materiais, mas sim por agradar a Deus.

APLICAÇÃO

Busque ser rico para com Deus, armazenando no Reino dos Céus bens muito mais valiosos dos que os terrenos. Ame quando é odiado; ore pelos seus perseguidores; ajude a quem não pode retribuir a ajuda; bendiga quando amaldiçoado. Lembre-se que o que realmente conta para a eternidade é o que se armazena nos céus (Mateus 6:20).

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

A Manifestação do Amor ao Próximo - Parte 2

Texto Bíblico: Lucas 10:25-37

INTRODUÇÃO

Na última lição vimos quatro manifestações de amor ao próximo baseadas na Parábola do Bom Samaritano. Hoje, concluiremos o assunto apresentando mais cinco evidências. Portanto, quem verdadeiramente ama o seu próximo:

1. Abnega-se Pelo Cuidado do Próximo – (10:34).

Tudo o que aconteceu até aqui se deu a partir de onde se encontrava o ferido, no chão. Mas chegou a hora de avançar um pouco mais nesse processo de restauração. É preciso tira-lo do chão e coloca-lo no lugar de quem o ajudou. O Bom Samaritano cedeu o seu próprio lugar de conforto e o deu a quem precisava mais do que ele, naquele momento. Jesus fez o mesmo por nós, não oferecendo um animal para nos carregar quando não tínhamos condições de andar direito, mas carregando-nos, Ele mesmo, em Seus braços de amor. Cuidar de alguém nem sempre será algo fácil. Muitas vezes teremos de abrir mão de direitos nossos para pensarmos no que vai realmente ser de importância para outra pessoa. Ceder o nosso animal talvez represente doar nosso tempo, a nossa casa, ou qualquer outra coisa nossa que seja importante para alguém em tempos de restauração.

2. Conduz o Processo de Restauração do Próximo – (10:34).

Do chão à hospedaria. O ferido não tinha como chegar lá por conta própria. Ele foi conduzido por um processo de restauração de forma zelosa. Jesus também nos conduziu por um processo de restauração. Ele nos ensinou o caminho do arrependimento e da fé em Deus. Mostrou-nos a importância do batismo nas águas e do batismo no Espírito Santo. Incentivou-nos a permanecer debaixo de um discipulado contínuo e em santidade de vida. E, por último, nos ordenou pregar o evangelho a toda criatura enquanto aguardamos Sua gloriosa vinda. Em nossa estrutura de ministério podemos fazer a mesma coisa, tendo em mente que as pessoas precisam ser ganhas, consolidadas, treinadas e enviadas para cumprir, cada uma, seu chamado divino.

3. Investe no Pleno Restabelecimento do Próximo – (10:35).

Talvez uma das áreas mais delicadas da nossa vida seja a área financeira. Jesus disse: “Onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” – Mt. 6:21. Alguns fazem do dinheiro o seu tesouro, e assim contaminam seus corações. O bom samaritano, no entanto, tinha como tesouro fazer a vontade de Deus servindo aos homens. Por isso, ele não hesitou ao colocar a mão no bolso para investir na plena recuperação do seu novo amigo.Jesus não apenas investiu dinheiro na nossa salvação; Ele fez mais do que isso, investindo tudo o que tinha, até mesmo a sua própria vida. Quando estamos empenhados na salvação das pessoas, certamente teremos de investir no nosso preparo através de congressos, seminários, livros, cursos, bem como, quando necessário, na própria vida de quem acabamos de resgatar. O investimento não se limita à doação de dinheiro, mas também na forma de dedicação das nossas vidas em prol do outro.

4. Envolve Outras Pessoas no Cuidado do Próximo – (10:35).

O bom samaritano sabia qual era a parte que lhe cabia no cuidado do seu semelhante, mas estava consciente de que não podia fazer tudo sozinho. Por isso, envolveu mais alguém nesse desafio.Jesus fez o mesmo quando chamou seus doze discípulos. Ele sabia que a seara era grande demais e que poucos eram os ceifeiros. Com essa visão, separou doze homens e os envolveu nesse grande desafio de ir buscar as ovelhas perdidas que precisavam de salvação e libertação. Se quisermos seguir Seu exemplo, precisaremos também formar os nossos próprios discípulos e prepara-los para cuidarem daqueles que o Senhor nos têm confiado.

5. Promete Voltar Para Receber o Próximo, São e Salvo – (10:35).

Em toda a parábola fica bastante claro que ela se refere a Jesus. Ele é o Bom Samaritano que veio se identificar com o homem e se compadecer das nossas dores. E ao prometer ao hospedeiro que iria voltar para arcar com todos os eventuais gastos adicionais com o homem em recuperação, deixa, mais ainda, a certeza de que o Senhor fez essa promessa, na verdade, a todos nós.Jesus tem confiado às igrejas, aos pastores, aos líderes espirituais, e a todos os discípulos em geral, a responsabilidade de cuidar de todas as pessoas salvas. Porém, essa mordomia é apenas por um tempo, porque Ele mesmo voltará para levar o Seu rebanho para junto de Si mesmo. Tendo em vista essa promessa, cabe a cada um de nós fazer o melhor possível para que as vidas a nós confiadas sejam plenamente restauradas. Devemos trabalhar para que elas estejam fortes e maduras quando tivermos de apresenta-las Àquele que no-las confiou.

CONCLUSÃO

Hoje vimos sobre o valor da abnegação para priorizar as necessidades do outro e da importância de leva-lo por todo o processo de crescimento espiritual, desde a salvação até sua formação como líder. Tudo isso demandará investimento e envolvimento de outras pessoas também. Jesus um dia voltará para receber os frutos de vidas salvas, curadas e libertas.

APLICAÇÃO

Procure seguir os mesmos passos do Bom Samaritano: Abnegando-se em favor do outro, conduzindo-o pelo processo de restauração e discipulado, investindo e envolvendo outras pessoas no processo. Espere com paciência a volta do nosso Senhor que o recompensará por todo o trabalho feito em prol de outras pessoas.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

A Manifestação do Amor ao Próximo - Parte 1

Texto Bíblico: Lucas 10:25-37

INTRODUÇÃO

Estaremos estudando sobre uma das Parábolas mais importantes mencionadas por Jesus: A Parábola do Bom Samaritano. Importante, principalmente, porque fala de como se colocar em prática o mandamento de amar ao próximo como a nós mesmos. Teremos a necessidade de dividi-la em duas lições, quando procuraremos apresentar como se manifesta o verdadeiro amor ao próximo. Portanto, o verdadeiro amor ao próximo:

1. Reconhece Quem é o Seu Próximo – (10:33).

O sacerdote e o levita que passaram pelo mesmo caminho em que estava o homem ferido, não pararam para socorre-lo, dentre tantos outros motivos, também por acharem que aquele homem não seria um problema deles. Eles pensaram – “Esse homem não é meu próximo!” Talvez, próximo para eles significava um parente, um amigo, alguém com quem tivessem alguma afinidade ou proximidade relacional; e nunca, um estranho que aparentava estar com problemas por possíveis erros cometidos. O samaritano não pensou como eles. Ele não se perguntou se o ferido era ou não um próximo seu. Imediatamente agiu como sendo ele mesmo o próximo de alguém que precisava de ajuda. Isso fez toda a diferença!Jesus se fez o nosso próximo quando não tínhamos condições de sermos próximos de ninguém. Andávamos feridos em nossos pecados e maltratados pelo Inimigo, até que Ele nos reconheceu como pessoas carentes da Sua ajuda. Agora que fomos curados, podemos também ser próximos dos que vivem hoje nas mesmas condições em que antes vivíamos.

2. Vê a Necessidade do Próximo – (10:33).

O samaritano não apenas reconheceu a presença do próximo, como também viu a sua necessidade. Os primeiros que passaram por ali também viram, mas não quiseram saber. O samaritano, porém, viu e quis saber. Ele desejou se aprofundar naquela visão até perceber quais eram as reais necessidades daquele homem, a fim de saber como poderia ajuda-lo. Há uma passagem no Antigo Testamento que diz assim: “De fato tenho visto a opressão sobre o meu povo no Egito, tenho escutado o seu clamor, por causa dos seus feitores, e sei quanto eles estão sofrendo. Por isso desci para livra-los...” Êxodo 3:7-8a. Assim como Jesus viu exatamente quais eram nossas necessidades e trabalhou (e tem trabalhado) para supri-las, precisamos fazer o mesmo com outros.

3. Compadece-se da Situação do Próximo – (10:33).

O samaritano reconheceu o próximo e suas necessidades, mas ele precisava do elemento motivador mais importante para poder ajuda-lo de forma eficaz. Esse elemento chama-se: compaixão. Mais do que uma expressão dos sentimentos humanos, a compaixão aqui descrita, representa a manifestação dos sentimentos divinos. Ele sentiu pelo ferido o mesmo que Deus sentia pela mesma pessoa. Quando há sintonia entre os sentimentos divinos e humanos, verdadeiramente grandes coisas podem acontecer.Jesus se compadeceu da humanidade, e essa compaixão foi a mola propulsora para tudo o que veio a fazer desde que abriu mão da Sua condição divina a fim de tornar-se homem e viver entre nós. A crescente compaixão pelos outros também deve ser o nosso motivo maior para fazer o que é importante por alguém.

4. Envolve-se Com a Vida do Próximo – (10:34)

A compaixão divina no coração daquele homem o levou a interromper o curso natural de sua vida, para concentrar-se no que ele julgou ser mais importante: cuidar do homem ferido. Seus compromissos, atividades pessoais e afazeres, deram lugar a uma outra atividade. Todas as energias e emoções passaram a estar canalizadas para o suprimento da necessidade de uma outra pessoa, com quem estaria envolvido a partir de agora. Jesus não sentiu dor pela nossa necessidade apenas olhando-nos do céu. Sua compaixão o levou à ação. Ele se envolveu com o homem a ponto de tornar-se um de nós, para andar e viver entre nós, conhecendo todas as nossas necessidades. Não podemos ajudar as pessoas de forma eficaz se não nos envolvermos com elas.

CONCLUSÃO

O verdadeiro amor ao próximo se manifesta através da identificação de quem é o nosso próximo e de como podemos ser próximos dele. Entendendo que o próximo é aquele a quem podemos abençoar prestando socorro em tempos de necessidade, ou simplesmente, servindo no dia-a-dia. O amor genuíno abrirá nossos olhos para que vejamos suas necessidades e dilatará nosso coração até transbordar da compaixão divina por sua vida. Como conseqüência de tudo isso, desencadear-se-á um fluxo de ações concretas que nos inserirão no contexto de vida dessa pessoa, de tal maneira que possamos dizer que não apenas reconhecemos, vimos ou sentimos algo; mas sim que, verdadeiramente nos envolvemos com a pessoa e com a sua necessidade.

APLICAÇÃO

Pare um pouco para pensar nas pessoas que lhe cercam. Pense também nas que não estão tão próximas, geograficamente falando, mas que podem ser ajudadas por você de alguma forma, como se elas estivessem ao seu lado. Comece a ver suas necessidades com os olhos da alma. Agora, permita ao Espírito Santo que introduza em seu espírito o sentimento divino da compaixão, e pergunte-lhe como você pode fazer diferença na vida dessas pessoas. Além disso, esteja pronto para agir a qualquer momento do seu dia, caso surja alguma oportunidade para abençoar alguém. Na próxima semana veremos mais cinco manifestações do verdadeiro amor ao próximo, segundo a Parábola do Bom Samaritano.

sábado, 3 de outubro de 2009

Os Convidados para o Banquete no Reino

Texto Bíblico: Mateus 22:1-14

Textos Complementares: João 1:11-12; Is. 59:17; 61:10; Zc. 3:3-4; Ap. 3:4-5; 4:4; 6:11; 7:9; 7:13-14

INTRODUÇÃO

O Reino dos céus agora será comparado a um rei que faz convites para a grande festa de casamento de seu filho. Veremos a atitude e a qualidade dos que foram chamados para um lugar de tamanha honra.

1. Os Primeiros Convidados – (22:1-8).

O rei manda chamar para as bodas de casamento de seu filho todos aqueles que já haviam sido antes convidados. Mas eles não quiseram vir da primeira vez e também preferiram continuar com suas atividades pessoais da segunda vez também. Demonstraram grande desprezo e desinteresse pelo convite do rei. Temos visto nas lições anteriores sobre todo o tratamento especial dispensado à nação de Israel, por causa do propósito que Deus tinha para ela. Mais uma vez, a atitude apática de muitos daquela nação em relação às coisas espirituais está sendo o foco das ministrações do Senhor. Havendo Deus preparado um grande banquete para o mundo, enviando Seu filho amado Jesus, e havendo primeiramente convidado o povo de Israel a quem o convite já havia sido feito e registrado nas Escrituras por meio dos servos e profetas do passado, muitos de Israel e suas autoridades espirituais recusaram-se a participar. As bodas de casamento representam um momento festivo. Jesus estava desenvolvendo um ministério maravilhoso em Israel em seus dias na terra. Famílias inteiras estavam experimentando grande libertação e muitas cadeias estavam sendo quebradas. No entanto, muitos insistiam em permanecer fora dessa festa.

Para os nossos dias, o Reino de Deus entre nós também é motivo de festa, júbilo e regozijo. Porém, muitos se privam desse banquete porque preferem estar ocupados com outras coisas que julgam ser mais importantes. Outros não desfrutam porque seus corações estão cheios de amargura e ressentimentos contra outras pessoas. Qual é o seu caso? Você tem desfrutado da alegria do Reino de Deus em seus dias?

2. Os Convidados Depois – (22:9 e 10).

O rei estava determinado a não deixar vazia a sala do banquete das bodas de seu filho. Para tanto, manda chamar de todos os lugares pessoas boas e más, a fim de encherem o local da festa. Pessoas que facilmente poderiam ser convidadas para qualquer festa, por causa de sua boa reputação. Outras, porém, de índole questionável e até discriminadas pela sociedade de então. Pela recusa dos primeiros o Reino dos Céus passou a ser oferecido a todas as pessoas, mesmo àquelas que não possuíssem um perfil religioso.

Dois grupos de pessoas podem fazer parte do grupo que fora convidado depois dos primeiros:

1) Gente da própria nação de Israel, porém, que não pertencia ao grupo dos mais religiosos. Gente comum, que ouvia a Palavra de Deus com interesse e devoção, mas que não era da classe sacerdotal ou ligada aos fariseus, aos escribas e demais autoridades religiosas da época. Alguns eram publicanos (cobradores de impostos), rejeitados pelos próprios judeus por cobrarem impostos para o Império Romano, sendo alguns desonestos no exercício da atividade profissional. Outras eram prostitutas que viviam marginalizadas, como nos nossos dias. Outros, até sentenciados à morte por causa de seus delitos, como no caso do ladrão que se reconciliou com Deus na última hora, estando crucificado ao lado de Jesus.

2) Gente de outras nações, conhecidas como gentias. Pelo simples fato de não ser um judeu, qualquer que fosse o gentio, ele seria considerado como alguém não participante da aliança entre Deus e o homem.

Vemos, portanto, o grande amor divino estendido a todas as pessoas, chegando a nós também. Através disso tudo ressaltamos o valor da graça divina, que convida não firmada no merecimento de alguém, mas por pura manifestação de seu favor generoso.

3. O Convidado Sem a Veste Nupcial – (22:11-14).

Quando o rei foi saudar os convidados, estando a sala do banquete totalmente cheia, percebeu que havia entre eles alguém sem a veste nupcial. O fato de o convite ter sido estendido a todas as pessoas, não significava ausência de condições estabelecidas. Bons e maus poderiam se achegar com alegria e confiança, porém, todos deveriam ter suas vestes substituídas por outras, condizentes com o tipo de festa para a qual estavam sendo convidados. As vestes falam da Justiça de Cristo sobre alguém cujos pecados foram perdoados (Isaías 61:10). O convidado que entrou sem as vestes representa aquele que quer participar dos benefícios do Reino de Deus, sem primeiro ter passado pela experiência de arrependimento e de pecados perdoados pelo sangue de Jesus.

Quando verdadeiramente nos arrependemos e recebemos Jesus Cristo como nosso Senhor e Salvador pessoal, nossas vestes são trocadas. Deixamos nossa vestimenta manchada pelo pecado, e nos revestimos de uma nova: as vestes da justiça de Cristo. Essas vestes não representam nossas próprias justiças, mas as de Cristo sobre nós. O nosso desafio agora é não permitirmos que essas vestes sejam contaminadas novamente (Ap. 3:4-5; Zc. 3:3-4). Andemos em santidade e confessemos nossos pecados a Deus para que nossa comunhão com o Pai nunca seja interrompida.

CONCLUSÃO

Vimos que muitos de Israel rejeitaram o convite para se alegrarem com Deus no Seu Reino entre os homens. Outros, porém, bons e maus, se achegaram pela fé, arrependidos de seus pecados, e desfrutaram do banquete oferecido pelo Rei. A condição imprescindível, porém, repousa na troca das vestes impuras do pecado, pelas novas que só em Cristo encontramos.

APLICAÇÃO

Não permita que as distrações ou ocupações deste mundo o impeçam de atender ao convite do Pai celestial que o chama para ter comunhão com Ele. Valorize o grande favor divino dispensado a você e desfrute dos benefícios do Reino (cura, libertação, paz, prosperidade, etc.) com toda a liberdade. Cuide das suas novas vestes em Cristo para que elas não sejam contaminadas pela impureza, avareza e todo tipo de pecado que nos distancia de Deus.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Os Frutos do Reino de Deus - Parte 2

Texto Bíblico: Mateus 21:33-43

Textos Complementares: Mt. 23:30 e 35, 27:25, Lc. 11:50, Gl. 5:19-26, Rm. 9 a 11

INTRODUÇÃO

Na lição anterior vimos sobre o cuidado do proprietário de terras com sua vinha. Ele a plantou, cercou, cavou um lagar, levantou uma torre e a entregou a alguns lavradores. A vinha representa o Reino de Deus entregue à nação de Israel, que devia entregar os frutos de justiça no tempo esperado. No tempo da colheita, o senhor da vinha enviou seus servos para receberem os frutos. Sobre isso falaremos na lição complementar de hoje.

II – A Atitude dos Lavradores

1. Maltrataram os Profetas – (21:35-36).

Já vimos quem eram os lavradores: autoridades espirituais da casa de Israel. Homens que tinham tudo para manifestar em suas próprias vidas as virtudes de bondade, de mansidão e de justiça, próprias do Reino de Deus. Contudo, quando o senhor da vinha enviou seus servos para receber os frutos, evidenciou-se da parte dos lavradores um outro fruto: o da violência, da injustiça, do homicídio, da inimizade, da ganância e do orgulho. Aqueles que deveriam estar mais próximos de Deus, na verdade, viviam longe dEle. E porque seus corações eram maus, eles maltrataram todos os enviados pelo dono. Os servos do proprietário representam os profetas que foram enviados à nação de Israel, tantas vezes, para tentar trazer a nação de volta aos braços do Pai quando esta se desviava do caminho original. A parábola declara que os lavradores espancaram, mataram e apedrejaram os servos. Assim fizeram literalmente com alguns profetas do passado, e também na forma de perseguição, calúnia e difamação de outros tantos.

Devemos olhar para as nossas próprias vidas e verificar se não temos rejeitado a palavra dos nossos líderes espirituais quando estes nos confrontam em nossos erros.

2. Mataram o Próprio Filho de Deus, Jesus – (21:37-39).

Por fim, uma vez enviado o próprio filho do proprietário, haveriam de fazer com ele a mesma coisa. Esse filho representa Jesus. Mais do que um profeta; o próprio Filho do Deus Altíssimo. Porém, as autoridades espirituais também não o respeitaram; lançaram-no para fora da vinha e o mataram. Essas autoridades, movidas por inveja diante da maravilhosa forma como Jesus ensinava, curava, expulsava demônios, e fazia bem tudo o que se propunha fazer, não suportaram a idéia de perderem os privilégios e honras diante do povo. Seus corações invejosos e maldosos tramaram um terrível plano para tirar a vida de Jesus. Provaram com essa atitude que eles conheciam as Escrituras somente de forma intelectual, mas nunca se deixaram transformar por elas.

Eles não reconheceram a Jesus porque seus corações estavam cheios de ódio. Tais atitudes não poderiam ficar impunes. Assim que o proprietário da vinha tomou ciência do que havia acontecido, logo providenciou a retomada daquele lugar que havia sido arrendado àqueles maus lavradores, e o entregou a outros que fossem fiéis e que se dispusessem a entregar o fruto no tempo certo. A autoridade do Reino de Deus foi tirada das mãos das autoridades espirituais corruptas de Israel e foi entregue à Igreja.A inveja e o ódio continuam crucificando Jesus nos dias de hoje. Se algum irmão alimentar esses sentimentos, certamente verá o amor de Deus se arrefecendo em seu coração dia a dia.

III – A Responsabilidade dos Novos Lavradores

O único desejo do senhor da vinha é receber os seus frutos no tempo da colheita. Gostaríamos de repetir o que seriam na verdade esses frutos: frutos de justiça, de bondade, de generosidade, de respeito ao próximo, de acolhimento aos necessitados, de vidas tementes a Deus, de vidas salvas e rendidas a Cristo, bem como qualquer outra virtude descrita na Palavra de Deus que possa refletir o Seu caráter. Diante da falha dos antigos lavradores, o senhor da vinha a entregou a outros. Os novos lavradores representam a Igreja de Jesus Cristo dos nossos dias. Igreja, composta de pessoas nascidas de novo, lavadas e regeneradas pelo precioso sangue de Jesus, de todas as partes do mundo. É bom lembrar que a vinha não é Israel, e sim o Reino de Deus.

A vinha estava sob os cuidados de Israel, mas agora, Deus a entregou à Igreja, até que se cumpra o seu tempo sobre a terra. Findo esse tempo, os olhos do Senhor se voltarão para Israel novamente, porém, agora é o tempo da Igreja. Tempo para trabalhar de tal forma que os frutos da vinha sejam evidenciados na forma de toda a justiça, paz, pregação do evangelho, e de todos os frutos já mencionados anteriormente. Ainda mais na forma de vidas salvas e redimidas de seus pecados, rendidas a Jesus Cristo de todas as partes do mundo. Esse é o trabalho da Igreja. São esses os frutos que Deus deseja receber dela. Se eu e você fazemos parte da Igreja de Jesus Cristo, então, nós somos os novos lavradores dos dias de hoje. Nós fazemos parte da parábola que o Senhor nos contou, e devemos assumir com responsabilidade o nosso papel, para podermos entregar ao Pai todos os frutos que Ele espera receber das nossas mãos.

CONCLUSÃO

As autoridades de Israel que não viveram em real comunhão com Deus durante o passado, não reconheceram os profetas enviados à nação para fins de restauração. Elas os maltrataram e até mataram alguns. O mesmo aconteceu com o próprio Jesus, ferido e morto nas mãos dos líderes de Sua época. Indignado, o Pai tirou a vinha (o Reino de Deus) das mãos dessas autoridades e a entregou a um outro povo, a quem chamou de Igreja.

APLICAÇÃO

As autoridades espirituais de Israel maltrataram, feriram e mataram, tanto profetas como o próprio Filho de Deus porque seus corações eram maus. O problema está numa religiosidade fria, sem valorizar um relacionamento sincero com Deus. O distanciamento do Pai dá lugar a sementes malignas de inveja, ódio, competição, intrigas, calúnias, inimizades, avareza, orgulho, idolatria, cobiça, sensualidade, maledicência, e toda sorte de maldade e impureza, tão presente na vida de pessoas que deveriam estar livres de tudo isso, para poderem liderar o povo de Deus. Sondemos nossos corações no final dessa lição para verificarmos como eles se encontram. Arrependamo-nos de nossos pecados de todo o nosso coração, principalmente, diante do grande desafio de apresentarmos nossos frutos na estação própria.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Os Frutos do Reino de Deus - Parte 1

Texto Bíblico: Mateus 21:33-43

INTRODUÇÃO

O Pai Celestial elaborou um maravilhoso plano para obter uma grande colheita de frutos provindos de sua vinha. Veremos hoje no que se consiste esse plano e quais os frutos esperados. Por se tratar de uma parábola rica de detalhes, ministraremo-la através de duas lições. Receba, portanto, a primeira parte.

I – As Providências do Proprietário de Terras

1. Plantou Uma Vinha - (21:33).

O texto bíblico revela que o homem idealizador da vinha era proprietário de terras. Ele representa o Criador dos céus e da terra, o Todo-Poderoso, possuidor de todas as coisas. O nosso Deus é o Senhor de todas as nações da terra. Porém, um dia decidiu separar um lugar especial para ali plantar a sua vinha. A vinha representa a manifestação do Reino de Deus entre os homens, o que se deu, a princípio, através da nação de Israel, escolhida para ser mediadora das virtudes do Reino com todo o mundo (Êxodo 19:5-6). Deus deseja estar entre os homens e manifestar seu Reino de amor, único que pode preencher as carências e suprir todas as necessidades das pessoas.

2. Cercou a Vinha – (21:33).

A nação de Israel nasceu com o propósito de receber de primeira mão a Palavra de Deus, e transmiti-la às outras nações. Ela seria um instrumento de boas novas para que todos os povos tivessem condições de conhecer a bondade e a misericórdia do Pai, estendidas a todas as pessoas de todas as partes do mundo. Uma nação com tão relevante missão certamente seria alvo de grandes projetos malignos a fim de se impedir o cumprimento de seus objetivos. Pensando nisso, o Senhor da vinha a cercou por todos os lados. Deus protegeu a nação de Israel por centenas de anos, não permitindo sua devastação, como foi intuito de muitas nações no decorrer dos tempos. Todos os planos para riscar Israel do mapa foram frustrados, porque a mão invisível e poderosa a sustentou visando sempre preservar aquela que era canal da propagação da Palavra de Deus ao mundo.Por causa do grande amor de Deus pelos homens é que Ele protegeu Israel. Por meio de Israel veio o Salvador Jesus, abençoador de todo aquele que nEle crê.

3. Cavou Um Tanque Para Prensar as Uvas – (21:33).

Se a vinha representava o Reino de Deus entre os homens, manifesto ao mundo através de Israel, esperava-se que essa vinha desse os seus frutos na estação certa. O proprietário das terras cavou um tanque para prensar as uvas. Isso demonstra que ele tinha a expectativa de ver a sua vinha produzindo frutos saudáveis no tempo certo. Da mesma forma, Deus tinha a expectativa de ver os frutos do Reino sendo manifestos através de Israel. O Pai desejou ver aquela nação manifestando os frutos de justiça, de bondade, de generosidade, de respeito ao próximo, de acolhimento aos necessitados e de vidas tementes a Deus. Não só isso, mas também desejou ver todas as nações se beneficiando desse fruto e sendo contagiadas por ele.Deus é amor e deseja que seus filhos se fartem dos frutos do Reino. Famílias são transformadas quando dele se alimentam, porque é abundante de vida, amor e paz.

4. Construiu Uma Torre – (21:33).

A torre na vinha representava um lugar de vigilância contra todos os inimigos ao redor. Um lugar de onde logo se avistariam todos os possíveis intrusos, interessados na destruição daquele lugar. Apesar da nação de Israel sempre ter vivido sob a ameaça de grandes inimigos representados por fortes nações, seu maior inimigo, porém, era espiritual. E somente um argumento espiritual seria suficiente para derrotar a Israel: o pecado. Nenhuma nação estrangeira teria poder contra ela se ela vivesse em comunhão com Deus e em santidade. Por isso, no decorrer da história, Deus ordenou o levantamento de um tabernáculo no deserto, e depois, templos e sinagogas, através dos quais toda a nação poderia receber a Palavra e os comandos divinos. Esses seriam Torres no meio do povo para alerta-los quanto ao perigo do pecado, e da necessidade de se viver aos pés do Senhor. Cultos nos templos, as reuniões nas células e a comunhão no discipulado continuam sendo Torres de Vigia que nos previnem contra o mal e apontam na direção do Pai.

5. Arrendou a Vinha – (21:33).

O proprietário arrendou a vinha a alguns lavradores, esperando receber a sua parte no tempo devido. Os lavradores representam as autoridades espirituais (principalmente sacerdotes e fariseus – Mt. 21:45) que tinham a responsabilidade de experimentar o Reino de Deus e faze-lo chegar ao povo de Israel, bem como às nações da terra. Como vimos nos itens anteriores, o proprietário fez o melhor que podia para garantir que tudo desse certo, a fim de que o fruto se manifestasse sem impedimento algum. Porém, nas mãos dos lavradores, algo de errado aconteceu.Deus continua confiando Sua vinha (o Reino dos Céus) às nossas mãos. Devemos faze-lo chegar à nossa família, aos amigos e a quem pudermos levar.

CONCLUSÃO

O Senhor de todas as nações escolheu uma nação em particular, Israel, para ser a agente do Reino dos Céus entre os homens. Ele protegeu essa nação, livrando-a dos seus inimigos ao redor. Anunciou por várias vezes que esperava receber o fruto de justiça, de amor ao próximo e temor a Deus. Para tanto, ordenou a edificação de lugares de oração, onde se pudesse trabalhar a espiritualidade do povo para que nunca se desviassem dos Seus caminhos. Depois de tudo isso, confiou Seu Reino a homens que viveriam exclusivamente para estuda-lo, conhece-lo, experimenta-lo e transmiti-lo à nação e ao mundo.

APLICAÇÃO

Abra-se para o amor de Deus manifesto através do Seu Reino e veja suas carências e necessidades supridas. Creia que, como Deus protegeu Israel, Ele protege você e o guardará em segurança, sempre. Procure manifestar os frutos do Reino de Deus em sua vida, levando bem-estar a todos os que com você convivem. Nunca se afaste da comunhão na célula, no templo e no discipulado, pois isso o ajudará a crescer e fortalecer-se no Senhor. Exerça com responsabilidade a missão de ser um agente do Reino de Deus onde você estiver plantado. Na próxima semana veremos como os líderes religiosos do passado lidaram com a responsabilidade de transmitir o Reino de Deus aos homens.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Atitudes que Fazem a Vontade do Pai

Texto Bíblico: Mateus 21:28-32

INTRODUÇÃO

Hoje, o aspecto do Reino dos Céus a ser abordado refere-se ao valor das nossas atitudes, acima das nossas palavras. Palavras têm poder, mas não acompanhadas de ações, enfraquecem e se tornam nulas. Vejamos o exemplo dos dois filhos desta parábola.

1. A Atitude do Primeiro Filho – (21:28-29).

O primeiro filho desta parábola, revela, a princípio, uma atitude de resistência ao pedido do pai. “Não quero!” Foi o que ele respondeu quando solicitado a trabalhar na vinha. Ao responder dessa forma, demonstra não estar interessado pelas mesmas coisas que o pai se interessa, além de não querer se envolver com os negócios da família. A indiferença quanto aos interesses do pai, na verdade, é exemplo da atitude natural do homem pecador, alienado dos interesses do Pai Celestial. Portanto, o primeiro filho da parábola é exemplo do homem pecador, sem Deus, distante e frio quanto a tudo o que é de interesse do Pai. Ele representa os pecadores dos dias de Jesus e dos nossos dias também, que estão distantes do Caminho.Porém, algo maravilhoso aconteceu! Depois de um tempo de reflexão, esse filho, apesar da recusa inicial, arrepende-se de suas palavras e vai. Ele cumpre a vontade do pai pondo em prática exatamente o que ele desejava que fosse feito. Ir para a vinha significa cumprir a vontade de Deus em Seu Reino. Amar o nosso próximo, perdoar nossos devedores, exercer misericórdia para com os outros, socorrer os aflitos em suas necessidades, além de tantas outras coisas, são exemplos de como verdadeiramente nos arrependemos e queremos cumprir o desejo do nosso amoroso Pai.

2. A Atitude do Segundo Filho – (21:30).

O segundo filho desta parábola revela a princípio, uma atitude de prontidão quanto ao pedido do pai. “Sim, senhor!” Foi o que ele respondeu quando solicitado a trabalhar na vinha. Apesar de uma prontidão aparente, porém, suas ações posteriores demonstraram não estar em linha com as palavras proferidas. Apesar de dizer que ia, acabou não indo, frustrando totalmente as expectativas do pai.

Vemos então que as boas palavras que não são acompanhadas de ações concretas se convertem em hipocrisia. Na verdade, o que vem primeiro é a hipocrisia que gera palavras agradáveis, mas totalmente destituídas de verdadeiras e puras intenções.

O segundo filho representa os religiosos de ontem e de hoje. Nos dias de Jesus, eles anunciavam em alta voz que amavam a Deus e às pessoas, mas na prática, estavam distantes tanto de um quanto dos outros. Suas palavras eram vazias e sem poder, porque não eram acompanhadas de ações concretas, reais e sinceras.

Eles diziam amar a Deus, mas na prática amavam mais a si mesmos; diziam amar aos outros, mas se preocupavam em acumular riquezas e mais riquezas sem compartilha-las com quem necessitasse; diziam viver uma vida de oração, mas buscavam mesmo era impressionar as pessoas.

3. A Atitude dos Filhos de Hoje – (21:31-32).

Os dois filhos ainda estão presentes nos dias de hoje. Existem aqueles que estão dizendo “não” ao evangelho do Senhor Jesus Cristo. Eles fazem isso, talvez, por preconceito, ou por um enganoso medo de perder a liberdade, ou mesmo, por não conhecerem a verdade do Evangelho. Porém, a recusa inicial não quer dizer que de fato permanecerão fora do Reino de Deus. Muitos, aos milhares, estão se arrependendo das posturas de resistência em face da pregação da Palavra de Deus, e estão se rendendo a Jesus, com choro e lágrimas. Estão anulando suas palavras anteriores diante de posturas novas que provam terem passado por um arrependimento genuíno. Arrependimento significa mudança de atitude. É algo não apenas restrito à área dos sentimentos, é mais profundo. Afeta as ações.

Mas, o segundo filho também está vivo nos dias atuais. Ele se manifesta toda a vez que alguém se contenta em fazer promessas que nunca serão cumpridas. Ele está por detrás de toda palavra vazia que nunca gerou verdadeiros atos de justiça, porque, na verdade, nunca se intentou transformá-las realmente em ações práticas. O segundo filho se evidencia à sombra de uma religião que professa crer em Deus e em Sua Palavra, mas que, na prática, vive outra realidade bem distante do que significa conhecer a Deus.


CONCLUSÃO

O primeiro filho representa o pecador arrependido, que resiste à vontade de seu pai, mas que o obedece posteriormente. É o que realmente agrada a Deus. O segundo filho, pensa que agrada ao pai pelo simples fato de dizer que ia para a vinha. Porém, sua atitude de não ir revela que o seu intuito era apenas o de impressionar com palavras. Palavras de pessoas assim caem no vazio porque não são acompanhadas de ações concretas que realmente podem agradar ao coração do Pai Celestial.

APLICAÇÃO

Identifique que tipo de filho você é. Aquele de muitas palavras sem ações, ou aquele que, através das ações mostra que realmente ama a Deus e quer ser-lhe agradável. Verifique se não tem sido uma postura habitual liberar palavras sem real intenção de cumpri-las. Procure corrigir posturas assim, caso existam.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

A Generosidade no Reino dos Céus

Texto Bíblico: Mateus 20:1-16

INTRODUÇÃO

O Reino dos céus é um reino de generosidade, onde o mais importante não é o que o homem faz por merecer, mas sim o que recebe sem mérito algum. Na parábola de hoje veremos sobre a atitude do senhor da vinha em relação aos que nela trabalharam por um dia. Observaremos como Deus manifesta sua generosidade para conosco.

1. Chamando Trabalhadores Para a Sua Vinha – (20:1-7).

O senhor da parábola que chama trabalhadores para a sua vinha representa o nosso próprio Deus. Pela graça divina fomos salvos, perdoados de nossos pecados e libertos de nossas amarras para vivermos em novidade de vida. Além disso, através da mesma graça que agiu para a nossa salvação, também fomos chamados para trabalhar no Reino de Deus. Poderíamos trabalhar inteiramente de graça, apenas por gratidão pelo tanto que Ele nos fez. No entanto, o Pai decidiu nos recompensar, ainda que não merecêssemos coisa alguma. Em várias passagens da Bíblia vemos falar sobre recompensa, galardão, retribuição, etc. (Gn. 15:1; Is. 40:10; Mt. 5:12; Mt. 10:42; I Co. 3:8; Ap. 22:12).Portanto, mesmo sem merecimento algum, o Senhor nos chama para trabalhar em Seu reino e nos faz uma promessa de recompensa. No passado não éramos dignos de coisa alguma. Andávamos pela vida sem propósito, tristes e perdidos. Mas agora, por sua graça, além da nossa vida se encher de significado especial, fomos também chamados para servi-lo em Seu Reino com a promessa de uma grande recompensa. Glória a Deus por sua generosidade!

2. Retribuindo Conforme o Seu Espírito Generoso – (20:8-15).

Os trabalhadores foram contratados para trabalhar a partir de horas diferentes do dia. Uns foram chamados às 6 horas da manhã, outros às 9h, outros ao meio-dia, outros às 15h, e os últimos às 17h. Provavelmente às 18 h. ou aproximadamente, encerrou-se o expediente de trabalho, quando o senhor da vinha chamou o administrador e pediu-lhe para pagar os trabalhadores começando pelos últimos. Ele já havia combinado com os primeiros que o salário deles seria de um denário (o referente a um dia de trabalho). Quando os que trabalharam apenas uma hora (os que foram chamados por último), receberam um denário cada um, sendo assim também para com os demais trabalhadores chamados nas demais horas do dia, os primeiros então se queixaram alegando serem merecedores de um valor maior por terem trabalhado mais. Jesus certamente quer mostrar nesta parábola que, rapidamente, podemos nos esquecer que não merecemos sequer o denário prometido. Facilmente nos esquecemos de quem éramos, míseros pecadores, e que pela graça fomos elevados a uma posição de servos, e até amigos do Rei. Bem facilmente somos tentados a olhar para o que os outros receberam ou têm recebido, e logo, achar que merecíamos também isso ou aquilo. Para mostrar que não era por merecimento e sim por sua generosidade é que o senhor da vinha faz algumas coisas diferentes:

1) Começa a pagar pelos últimos e não pelos primeiros;

2) Paga aos que trabalharam menos a mesma quantia paga aos que trabalharam mais;

3) Prova que não lesou a ninguém, mas que foi honesto para com os que trabalharam mais, e generoso para com os que trabalharam menos. Portanto, a forma de pagamento aos seus trabalhadores não foi baseada na quantidade de horas trabalhadas, mas no espírito honesto e generoso de quem os contratou.

3. Ensinando a Religiosos e “Pecadores”, Judeus e Gentios – (20:16).

Nos dias de Jesus havia muitos religiosos que se julgavam ser os primeiros trabalhadores. Supunham conhecer mais as Escrituras, acreditavam ser os mais cumpridores da Palavra de Deus e merecedores de maior honra no Reino dos Céus. Em contrapartida, o evangelho estava sendo pregado também aos pobres em todos os sentidos. Muitos pecadores estavam se convertendo de suas iniqüidades e vindo para a luz do Senhor. Estes representavam os últimos, da última hora. Jesus também certamente tinha em mente os judeus e os gentios (gentio é todo aquele que não é judeu).

Os judeus receberam a Palavra primeiro que os gentios. No entanto, muitos gentios abraçaram a fé com muito mais intensidade do que muitos judeus.Os primeiros trabalhadores, pelo tempo de trabalho deviam ser mais maduros. Porém, revelaram orgulho, inveja, competição, além do desejo de serem honrados. Não se alegraram com a generosidade do senhor da vinha em relação aos demais trabalhadores. Tiveram o mesmo descontentamento do irmão mais velho da parábola do filho pródigo, que não se alegrou com a volta ao lar do irmão que estava perdido. Esse sentimento pecaminoso é que transforma os primeiros, em últimos. E aqueles que humildemente recebem o favor divino com coração agradecido e permanecem servindo com a mesma atitude, são promovidos de últimos a primeiros.

CONCLUSÃO

Deus é generoso para com os seus filhos e deseja que estes andem no mesmo espírito de generosidade para com os seus irmãos. O contrário disso é base para a inveja, o ciúme e todo espírito de julgamento, que, como erva daninha, contamina todo o campo.

APLICAÇÃO

Alegre-se com o que Deus tem feito na vida de outras pessoas, ou através delas. Elimine todas as possíveis raízes de insatisfação ou inveja em relação ao outro. Peça ao Senhor que lhe dê um coração generoso para sempre buscar o crescimento de outras pessoas, e também humilde para nunca se julgar mais merecedor do que elas.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

A Centésima Ovelha

Texto Bíblico: Lucas 15:1-7

INTRODUÇÃO

Deus ama o mundo perdido e incumbiu Sua Igreja da missão de proclamar este amor a toda a criatura. Para que a Igreja cumpra bem esse papel, é necessário que ela tenha uma revelação mais abrangente acerca deste tema. Quais as revelações necessárias para se entender o coração de Deus?

1. A Revelação de que a Ovelha Perdida é o Descrente – (vs.1-3)

Muitas vezes ouvimos ilustrações que consideram a ovelha perdida como sendo o crente da igreja que por algum motivo se desviou. Embora um crente numa situação assim também seja alvo da preocupação do Senhor, e também da igreja, contudo, não é sobre ele que a parábola discute. Note que o assunto que gera a necessidade de Jesus ensinar esta parábola está relacionado ao fato de que alguns o criticavam por ele comer com os pecadores. Ele freqüentemente era visto com pessoas consideradas ímpias, e por isso, sempre era criticado pelos religiosos que esperavam dele uma postura mais separatista.

Entretanto, Jesus sabia que eram os pecadores que necessitavam dele, e não os que já se consideravam puros. O mais importante de tudo isso é perceber que esse tema gerou a parábola da ovelha perdida, referindo-se ao pecador perdido como sendo essa ovelha que necessita ser resgatada.

Talvez tenhamos dificuldades de considerar o descrente como "ovelha de Deus". Achamos que as ovelhas estão somente dentro dos templos (apriscos). Até nos chocamos quando pensamos naquelas pessoas que já cometeram crimes contra a sociedade, como sendo, aos olhos do Pai, ovelhas dEle; desgarradas, mas dEle. Mas é assim mesmo que o Senhor as vê: ovelhas perdidas que precisam ser resgatadas, alvos do Seu grande amor.

2. A Revelação do Grande Valor da Ovelha Perdida Para Deus – (v.4)

A parábola conta que o pastor deixou as noventa e nove ovelhas por um tempo, a fim de procurar a que se perdera. É óbvio que ele as deixou em segurança, supridas e alimentadas, por serem também de grande importância para ele. Mas ao partir em busca da extraviada, o pastor revelou que aquela simples ovelha possuía aos seus olhos o mesmo valor das demais. Ele não se contentou em ter no seu aprisco a grande maioria. Certamente, ele se colocou no lugar da ovelha perdida, cansada, com sede e desorientada, e movido de grande compaixão, partiu em seu resgate.

Certamente o Senhor, nosso Sumo Pastor, está nos templos recebendo a adoração do seu povo. Porém, muitas igrejas não manifestam interesse pela conquista das vidas. Não desenvolvem programas que visam o resgate de famílias, nem se preocupam em conhecer sua responsabilidade na grande comissão, descrita em Mateus 28:18-20. Como conseqüência, com o tempo elas se esfriam, e perdem de vista o propósito da sua existência.

Por que isso acontece? Porque Jesus está onde se encontra o pecador. Lembre-se: Ele deixou as noventa e nove no aprisco e partiu em busca da desgarrada. E as noventa e nove? Elas não desfrutarão da presença do pastor no aprisco? Claro que sim! Porém, somente quando ele traz de volta a que se perdeu.

Queremos dizer que uma igreja saudável que desfruta da gloriosa presença de Deus é aquela que está comprometida com a salvação das vidas.

3. A Revelação de que a Ovelha Encontrada Precisa de um Ombro Amigo – (v.5)

Felizmente, houve salvação para essa ovelha. No entanto, por haver se perdido, ela está enfraquecida, provavelmente ferida, suja, sedenta e exausta. Além disso, ela não sabe o caminho de volta. É então quando o amável pastor a toma em seus braços e a coloca em seus ombros, para leva-la de volta ao aprisco. A atitude desse amoroso pastor nos mostra que nós também precisamos aprender a levar o novo crente em nossos ombros. Como? Quando compreendemos que as pessoas que vieram do mundo também se encontram feridas, cansadas e desorientadas, então devemos oferecer-lhes descanso. A Palavra de Deus nos propicia refrigério e restauração das nossas veredas (Salmo 119:176).

Quando ministramos a Palavra de Deus, estamos ministrando descanso (Mateus 11:28-30).

Quando intercedemos pelo novo crente, também o ajudamos a descansar (Lucas 22:32).

Quando o acompanhamos em seus primeiros passos na vida cristã, também demonstramos apoio necessário para vencer essa etapa (Atos 11:23).

Quando o ouvimos e compreendemos suas fraquezas e os encorajamos a seguir adiante, também os levamos sobre os nossos ombros (Hebreus 12:12-13).

CONCLUSÃO

A ovelha perdida é o pecador que ainda não se encontra na Casa de Deus, mas é alvo do amor divino tanto quanto os que já foram salvos. São chamados de ovelhas porque do ponto de vista do grande amor de Deus, Cristo morreu também por eles. Para que os alcancemos também precisamos vê-los como ovelhas do Pai. Não podemos vê-los como o mundo os vê: “prostitutas”, “corruptos”, etc. Precisamos vê-los como ovelhas, ainda que desgarradas. Ao resgata-los, precisamos suprir suas necessidades imediatas, oferecendo-lhes o perdão garantido na cruz do calvário e revelado na Palavra de Deus. A oração por eles, o aconselhamento e o acompanhamento dedicado, certamente serão benditas formas de coloca-los sobre os nossos ombros até que possam caminhar por eles mesmos.

APLICAÇÃO

Procure ser um resgatador de vidas segundo o coração de Deus. Ore para que o Senhor lhe conceda oportunidades de resgatar ovelhas que estão extraviadas neste mundo perdido. Alegre-se por vê-las salvas no aprisco, e sinta-se participante dessa vitória!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Lançando a Rede da Salvação

Texto Bíblico: Mateus 13:47-50

INTRODUÇÃO

Hoje falaremos sobre a necessidade de estarmos ocupados com a pregação do evangelho ao mundo, e do destino dos que forem conquistados através desse trabalho.

1. Uma Rede Lançada ao Mar – Mateus 13:47a

O Reino dos Céus é comparado a uma rede lançada ao mar. Após a ressurreição de Cristo os discípulos receberam a incumbência de lançar a rede da pregação do evangelho, ao mar das multidões espalhadas pelo mundo. Desde aqueles dias tem se pregado a Palavra de Deus por todas as partes, e muitos tem vindo para a Luz do Evangelho. A parábola está indicando um caminho obrigatório para quem quer estar em linha com o Reino dos Céus: Pregar o Evangelho. Será que tem sido uma prática natural sua a pregação da Palavra de Deus aos que convivem com você no trabalho, no lar, na escola ou no círculo de amizades?

2. Toda Sorte de Peixes – Mateus 13:47b

Na seqüência, vemos que o resultado obtido no lançar das redes foi a pesca de peixes bons e outros ruins. De antemão o pescador experiente já sabia que isso ia acontecer, mas não se preocupou com isso, pelo menos até aquele instante. Ele sabia que no momento oportuno haveria uma separação, mas não naquela hora. Aquele era o momento da pesca livre, ousada e urgente, para que não se corresse o risco de ficar algum bom peixe de fora, ainda que com possibilidade de acréscimo de peixes ruins.Acredito que é importante lançar as redes com ousadia nos dias de hoje. Pregar o evangelho a todas as pessoas e em todos os lugares. Recebe-las com alegria em nosso meio e dar oportunidade para que todas cresçam e manifestem o fruto de uma vida transformada por Deus. Alguns, porém, se passarão por peixes bons, sendo na verdade “ruins” e não nascidos de novo. Quando estes fizerem algo digno de repreensão, a igreja certamente os disciplinará. Outros se manterão pacificamente no meio do Corpo de Cristo, não incomodando ninguém. Porém, Deus sabe quem é quem, e no devido tempo, separará os bons e os maus e fará distinção entre eles. Não se preocupe com a possibilidade do ingresso no Reino de Deus de pessoas más intencionadas. Preocupe-se com os milhares de sinceros e abertos à Verdade que ainda necessitam ser apanhados pelas redes do amor de Deus.

3. Quando Está Cheia Puxam-na Para a Praia – Mateus 13:48a

Haverá um tempo certo para se recolher a rede, retira-la do mar e puxa-la para a praia: Quando estiver cheia! Rede cheia significa que o pescador foi ao alto mar e fez o que de melhor podia fazer para alcançar o maior número possível de peixes, atingindo plenamente seus objetivos. Rede cheia significa que é hora de se recolher o que se apanhou e terminar aquela fase do trabalho. Rede cheia para nós, significará que a igreja fez o melhor que podia fazer para resgatar o maior número possível de perdidos e foi bem sucedida no seu feito. Rede cheia não significa aproveitamento total, até porque alguns peixes ruins terão de ser lançados fora. No entanto, a satisfação pela conquista dos bons, recompensará qualquer possível dor pela presença dos maus. Rede cheia para nós significará o dia em que o Senhor disser à Igreja que se findou o tempo para se pregar o evangelho e que já entraram na rede os que tinham de entrar. Que você possa ter a expectativa de que os seus entes queridos também entrem na rede antes que se finde o tempo. E que eles sejam os “bons peixes”, ou seja, arrependidos realmente de seus pecados e nascidos de novo pela obra do Espírito Santo.

4. Separam os Peixes Bons dos Ruins – Mateus 13:48b

Quando se completar o tempo, a rede será retirada do meio do mar e virá para a praia a fim de se fazer a devida separação entre os bons peixes e os ruins. Jesus explica que isso se dará no fim dos tempos. Os anjos de Deus, orientados por Ele, farão a devida separação. Compete à Igreja nos dias de hoje pregar o evangelho, receber as multidões, ensina-las no caminho em que devem andar, e disciplina-las e corrigi-las sempre que for necessário; porém, o julgamento se cada um pertence realmente ao Senhor ou não, somente Ele pode fazer. A igreja poderá julgar e corrigir as ações faltosas de alguém, mas o coração só é conhecido pelo Senhor. “Entretanto, o firme fundamento de Deus permanece inabalável e selado com esta inscrição: “O Senhor conhece quem lhe pertence...” – 2 Timóteo 2:19a“Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem” – João 10:14

CONCLUSÃO

A parábola da rede está se referindo à pregação do evangelho em todo o mundo e o resultado dela. Pessoas verdadeiramente arrependidas e movidas por fé serão atraídas pela rede e alcançarão perdão para os seus pecados. Outras, porém, se aproximarão com outras motivações que só Deus conhece cabalmente. Os dois tipos de pessoas permanecerão na mesma rede por um tempo até que sejam separadas, tendo cada grupo seu destino eterno. Uns, a vida eterna com Cristo, outros, a perdição eterna sem Cristo.

APLICAÇÃO

Procure fazer diligentemente a sua parte no processo de enchimento da Rede do Reino de Deus. Fale do amor de Cristo, ore pelos seus amigos e parentes, e convide-os para participarem de reuniões na célula ou no templo quando julgar oportuno. Deixe todo o julgamento por conta de Deus e procure ser uma bênção na vida dos outros.