quarta-feira, 1 de abril de 2009

Um Coração Propício para a Semeadura

Texto Bíblico: Marcos 4:1-9

INTRODUÇÃO

Nesta mensagem veremos os diferentes tipos de solos que recebem a semente. O solo representa o coração do homem, enquanto que a semente, a Palavra de Deus. Como temos recebido a Mensagem Divina em nosso íntimo?

1. A Semente que Caiu à Beira do Caminho

A semente que caiu à beira do caminho representa a Palavra, semeada no coração, que não pode germinar por causa da dúvida. Ela não encontrou um lugar propício para brotar, por falta de entendimento sobre a mensagem da salvação. A pessoa que ouve a pregação do Evangelho, não tendo, contudo, alguém que a ajude a entender melhor o que ouviu, acaba se expondo a espíritos de dúvida e incredulidade que roubam a semente plantada no coração. O problema de outras pessoas, no entanto, não será a falta de um ajudador, e sim, a própria deliberação para não aceitar a mensagem pregada. Trata-se daqueles que sempre se justificam para não terem de mudar de vida. Conscientemente deixam a Palavra num canto qualquer, facilitando a vinda das aves do céu para levar a semente (Isaías 6:9).

2. A Semente que Caiu no Solo Pedregoso

A semente que caiu no solo pedregoso, representa a Palavra lançada num terreno duro que dificulta a penetração das raízes da nova planta. Quando o Evangelho se choca com a dureza de posturas, atitudes, posições e estruturas de raciocínios, terá dificuldades para germinar, crescer e frutificar. Jesus compara tal situação à pessoa que logo recebe a Mensagem com alegria. Vindo, porém, a perseguição por causa da Palavra, assusta-se e abandona o caminho. De que perseguição Ele está falando? Cremos que as novas posturas que as Escrituras propõem ao cristão entrarão em choque com a velha maneira de viver. Percebendo a dificuldade de renunciar antigos e arraigados comportamentos pecaminosos para seguir o Evangelho, a pessoa se desanima e deixa de lutar. Como conseqüência, a semente morre (Atos 26:27-29).

3. A Semente que Caiu entre os Espinhos

A semente que caiu entre os espinhos, representa a Palavra lançada no interior da pessoa, mas que não conseguiu frutificar por causa dos cuidados deste mundo e da sedução das riquezas. O apego às questões terrenas em detrimento das espirituais, impediram a frutificação do grão. A pessoa que tem como tesouro os bens deste mundo, não encontrará espaço em seu coração para buscar os valores celestiais. Estará sempre embaraçada e sufocada pelos espinhos das dívidas, das pressões financeiras e das preocupações relacionadas à sobrevivência (Lucas 12:13-21; 18:18-30).

4. A Semente que Caiu em Bom Solo

A semente que caiu em bom solo, representa a Palavra que encontrou um coração receptivo e cheio de fé. Ele recebe a Mensagem de bom grado, sem questionamentos. É esse o terreno fértil que permite a frutificação da semente conforme a sua espécie. Um coração assim, receptivo e maleável, pode ser resultado de anos de preparo por intermédio das circunstâncias da vida. Deus sabe como arar um terreno até torná-lo propício para a semeadura. A tribulação, o desemprego, o sofrimento, a perda, são exemplos de situações que podem amolecer o solo do coração, viabilizando o plantio da semente. O arado divino, tão eficaz na remoção das resistências, continua trabalhando em milhares de pessoas que um dia receberão a semente redentora. Quando o solo está pronto, a semeadura e a colheita são certas (Lucas 1:38; João 1:12).

CONCLUSÃO

Vimos que a indiferença à Palavra pregada e a falta de entendimento espiritual, deixam a semente exposta aos espíritos de dúvida e incredulidade. A dificuldade de renunciar a velha conduta para abraçar a nova vida em Cristo, impede o aprofundamento das raízes cristãs. A ansiedade quanto ao que comer, beber e vestir, e a preocupação excessiva com as coisas materiais deste mundo, impedem a frutificação da Palavra no coração. O solo trabalhado e propício para a semeadura, é o modelo a ser buscado por todas as pessoas. Ele fala de um espírito receptivo capaz de abrigar o Evangelho da Graça, poderoso para salvar o mundo.

APLICAÇÃO

Remova todas as preocupações que estejam desviando a sua atenção neste momento. Feche os olhos e comece a transferir para Deus sua ansiedade e temores. Prepare o seu coração para receber outras sementes de vida.

terça-feira, 31 de março de 2009

Habacuque e o Coração Ensinável

Introdução

O nome “Habacuque” significa “Abraço”. Pelo que conhecemos dessa personagem bíblica, Habacuque foi um homem de muitos questionamentos acerca do agir de Deus em determinadas circunstâncias, mas que nunca permitiu que tais questões se transformassem em rebeldia contra o Senhor. Seu coração ensinável, próprio de quem se deixa “abraçar”, lhe permitiu obter as respostas de que necessitava, bem como também lhe garantiu crescimento e maturidade espirituais. Veremos sobre os benefícios de se ter um coração ensinável.

1- Não Se Precipita No Julgamento – “Pôr-me-ei na minha torre de vigia, colocar-me-ei sobre a fortaleza e vigiarei para ver o que Deus me dirá e que resposta eu terei à minha queixa.” (Habacuque 2:1 RA)

O profeta começa o livro derramando sua indignação por causa da injustiça que campeia diante de seus olhos. Ele se pergunta por quê Deus não vê e não age, enquanto o pecado se alastra em todas as direções. Apesar de ter uma posição bem definida contra todas essas coisas, Habacuque sabe que a palavra final sempre vem do Senhor; por isso, não se precipita em julgar. A decisão que ele toma é a de se colocar em sua torre de vigia para ouvir sobre o que o Senhor tem a dizer sobre suas queixas. Certamente, a torre de vigia era um lugar de oração e de intimidade com Deus, onde pudesse fazer aquietar seu coração atribulado para não se precipitar em seu julgamento acerca do que não entendia plenamente. Ter um coração ensinável é estar aberto a outras opiniões, principalmente, quando o Conselheiro e Mestre é o próprio Deus.

Por mais que saibamos sobre muitas coisas, muitos temas e muitos assuntos, ainda não sabemos o suficiente. “Se alguém julga saber alguma coisa, com efeito, não aprendeu ainda como convém saber.” (1 Coríntios 8:2 RA). Seja qual for a circunstância, portanto, devemos ter um coração sempre pronto a aprender e a crescer. O oposto disso é a prepotência de se achar suficientemente conhecedor de todas as coisas. Essa atitude tem feito muitos se afastarem de Deus ou das outras pessoas por julgá-los mal.

2- Aprende e Começa a Sonhar - “Tenho ouvido, ó SENHOR, as tuas declarações, e me sinto alarmado; aviva a tua obra, ó SENHOR, no decorrer dos anos, e, no decurso dos anos, faze-a conhecida; na tua ira, lembra-te da misericórdia.” (Habacuque 3:2 RA)

O Senhor ouviu as orações do profeta e o respondeu quanto às suas queixas. Suas palavras foram tão bem assimiladas por Habacuque que ele não somente aprendeu, como também se empolgou com a visão recebida. Seu clamor então passou a ser “aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos”. Um coração ensinável é capaz de ser conduzido da dúvida à exultação. Ele conseguiu ver a luz onde só havia desespero, e se alegrou por isso. Ele aprendeu que as coisas não estavam sem controle como ele imaginava. Descobriu que Deus estava interessado em resolver aqueles problemas e tinha um plano detalhado para isso. Seu aprendizado resgatou os sonhos e a vontade de continuar vivendo para ver o cumprimento das promessas divinas.

Devemos sondar nosso coração para ver se ainda sonhamos. Se os sonhos não estiverem lá é possível que estejamos deixando de aprender coisas novas. Se deixo de ver meu crescimento pessoal, o crescimento de minha família e da minha igreja; se deixo de ter expectativas boas de trabalho ou de ministério; se não consigo mais me empolgar com coisa alguma, então, preciso renovar minha mente com a Palavra de Deus, que me ajudará a ter uma nova visão das coisas. Como conseqüência, terei resgatado minha vontade de viver para ver o cumprimento de Suas promessas.

3- O Centro do Aprendizado é a Pessoa de Deus - “Deus vem de Temã, e do monte Parã vem o Santo. A sua glória cobre os céus, e a terra se enche do seu louvor.” (Habacuque 3:3 RA)

Mais do que ter aprendido acerca do que aconteceria à nação babilônica que oprimia os judeus, Habacuque teve um encontro com a Pessoa de Deus. Essa foi a sua maior descoberta porque foi o motivo da sua maior crise. Pensar que o Senhor não agia diante da injustiça e da opressão dava ao profeta a impressão que não valia a pena servi-lo. Se Deus realmente era assim, então todos os fundamentos de fé em relação a qualquer área da vida estariam totalmente em ruínas. Por isso, mais do que uma resposta quanto ao juízo para os inimigos, Habacuque precisava descobrir quem realmente era Deus. O fruto dessa revelação se encontra no capítulo 3 do livro, onde o profeta se delicia com a visão de um Deus vivo, real, presente, forte, que se move e que julga as nações ímpias em favor de seu povo no seu devido tempo.

Devemos aceitar o desafio de sempre conhecer melhor a Pessoa de Deus em nossos estudos e pesquisas. Em cada leitura bíblica, em cada estudo feito, em cada pregação ouvida, devo sempre me perguntar: O que posso aprender acerca da Pessoa de Deus? A nossa descoberta fará com que a nossa fé seja fortalecida grandemente.

4- O Aprendizado Sustenta a Vida - “Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no SENHOR, exulto no Deus da minha salvação.” (Habacuque 3:17-18 RA)

Habacuque buscou a revelação divina e aprendeu sobre o agir de Deus de forma maravilhosa. Tudo o que ouviu dEle e que penetrou profundamente em seu coração passou a ser fundamento para sua vida. Nunca mais ele olharia para qualquer situação aflitiva da mesma forma que olhava antes. Nunca mais questionaria a Deus quanto à Sua forma de agir ou ao tempo de Sua ação. Nunca mais se sentiria inseguro como se estivesse totalmente a mercê de seus opressores. Não, jamais voltaria a ser a mesma pessoa sem esperança e sem expectativas. Definitivamente o aprendizado de Habacuque serviu de fundamento para toda a sua vida, mesmo para os momentos de aparente fracasso e falta de frutificação. Sua alegria seria garantida não mais por circunstâncias favoráveis, mas pela certeza de que Deus existe e que agirá sempre ao Seu modo e a Seu tempo.

Viveremos com base no que cremos. Se acreditamos no fracasso como inevitável, nossa vida será um tormento. Mas, se cremos na justiça divina, no Seu cuidado por nós e pelos nossos, na provisão bendita prometida em Sua Palavra, então, sempre haverá motivo de alegria e de paz. A nossa fé sustentará a nossa vida e nos fará andar em lugares altos em vez dos lugares de depressão e abatimento.

Habacuque se deixou ser abraçado por Deus e aprendeu a não julgar precipitadamente antes de ouvir ao Senhor. A resposta aos seus questionamentos o levou da dúvida à exultação porque recebeu revelação quanto ao futuro das nações ímpias, e, acima de tudo, quanto ao agir de Deus. Seu aprendizado serviu de fundamento para sua vida que nunca mais foi a mesma.

“Eis o soberbo! Sua alma não é reta nele; mas o justo viverá pela sua fé.” (Habacuque 2:4 RA)