sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Jacó e a Transformação de Identidade

Introdução

Jacó foi um exemplo de como Deus pode mudar a identidade de alguém. O velho homem, com seus pecados e valores distorcidos, precisa dar lugar ao novo. Hoje veremos o quanto precisamos da transformação divina para que a bênção seja uma realidade diária.

1 - Sentindo a Necessidade de Transformação – “Voltaram os mensageiros a Jacó, dizendo: Fomos a teu irmão Esaú; também ele vem de caminho para se encontrar contigo, e quatrocentos homens com ele.” – Gn. 32:6

Quando Jacó ouviu que seu irmão Esaú estava vindo ao seu encontro com mais quatrocentos homens, ficou aterrorizado. Qual o motivo? No passado, Jacó havia roubado a bênção destinada ao seu irmão, e por conta disso, fugiu para salvar sua vida (Gn. 27:41). Ouvindo, pois, que Esaú vinha ao seu encontro, logo pensou que podia ser por vingança. Então, imediatamente, tratou de buscar a Deus com todas as suas forças. Ele cria que o Senhor podia desembaraçar seu caminho e livrá-lo das conseqüências dos seus erros passados.

Para que alguém seja transformado por Deus, precisa, primeiro, sentir a necessidade de mudança. Quem não sente que precisa mudar, não buscará ajuda nem clamará a Deus. Se o doente não for convencido de que está enfermo, dificilmente se exporá a algum tratamento. Às vezes, Deus se utiliza de situações críticas para nos dar a entender que precisamos dEle. E quando recorremos ao Seu auxílio, Ele sempre está pronto para nos ajudar.


2 - A Importância de Estar a Sós Com Deus – “...ficando ele só; lutava com ele um homem, até ao romper do dia.” – Gn. 32:24

Jacó procurou um lugar tranqüilo onde pudesse ter uma experiência pessoal com o Senhor. Antes, porém, fez passar a tudo o que tinha: suas esposas, seus filhos, animais, bens, etc. Tudo ele fez passar para estar sozinho com Deus. Às vezes, nos escondemos atrás de alguém para justificar um erro. Dizemos: Fiz isso por causa dele ou dela... Achamos que determinado erro aconteceu por causa de alguém e não por nossa própria responsabilidade. Jacó não fez isso. Ele buscou estar somente diante de Deus, sem se esconder atrás de ninguém. Ele fez isso e Deus o abençoou.

O homem precisa reconhecer que o responsável pelos seus problemas é ele mesmo. Ainda que outras pessoas tenham participado do processo de ruína, primeiro, precisamos olhar para nós mesmos. Não ficar procurando culpados fora de nós, é de suma importância para que haja uma solução eficaz, vinda de Deus. Quando não procuramos jogar a responsabilidade sobre os outros e assumimos nossos erros, então, o Senhor se volta para nós e endireita nossas veredas.

3 - O Confronto Divino Para a Transformação de Identidade – “Perguntou-lhe, pois: Como te chamas? Ele respondeu: Jacó.”

O nome Jacó significa “aquele que passa por cima” ou “enganador”. Antes de ser transformado, Jacó precisava saber que todos os conflitos em sua vida, se deram, justamente, por causa do seu caráter defeituoso. Ele precisava reconhecer que era pecador e que seus erros o levaram a sofrer todo aquele pesar. Deus sabia que ele se chamava Jacó; mas queria apenas trazer à tona a identidade que necessitava morrer por meio de um arrependimento genuíno.

O Senhor continua perguntando sobre quem eu sou e quem é você. Como nos vemos? Se a resposta for somente: sou um bom marido, um bom filho, um bom pai, um bom cidadão, um bom patrão, um bom funcionário, etc., então estamos dizendo a nós mesmos que não precisamos mudar. Se, porém, apesar das virtudes, reconhecer humildemente que tenho falhas e que ainda estou distante daquele a quem Deus quer que eu seja, então, terei passado pela prova do confronto e estarei pronto para experimentar uma nova etapa do processo de restauração divina.

4 - A Transformação de Identidade – “Então, disse: Já não te chamarás Jacó, e sim Israel, pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens e prevaleceste.” – Gn. 32:28

Bastou Jacó reconhecer a sua velha identidade de engano e pecado, para Deus suscitar uma nova identidade. Israel significa “Príncipe com Deus” ou “Aquele que luta com Deus”. Esse novo nome é próprio de quem reconhece os pecados e suas conseqüências, e luta com Deus por uma transformação. Jacó não queria mais ser quem ele era no passado. O Senhor viu o seu coração e a sua atitude decidida a mudar; e por isso, fez prevalecer o desejo do seu coração. Ali mesmo, Deus o abençoou. O encontro com Esaú, seu irmão, foi pacífico, porque Jacó levava sobre si a bênção da proteção, do livramento e da vida.

Somente Deus é quem pode nos transformar. Ele nos criou e só Ele pode nos restaurar. Quando nos arrependemos dos nossos pecados e convidamos o Senhor a morar em nós, como conseqüência, Ele nos perdoa e nos concede do Seu próprio Espírito para permanecer em nós. É assim que somos transformados pelo seu poder.

Jacó se destacou dentre os homens pela sua luta incessante por transformação interior, e foi ouvido por Deus.

“Lutou com o anjo e prevaleceu; chorou e lhe pediu mercê; em Betel, achou a Deus, e ali falou Deus conosco.” – Oséias 12:4

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Rebeca e a Busca de Propósitos

Introdução

A personagem de hoje, Rebeca, esposa de Isaque, foi uma figura muito importante dentro do projeto divino. Sua característica especial era a de buscar a revelação dos propósitos de Deus para a sua vida e a de sua família.

1- Descobrindo a Vida Com Propósito – “Dá-me, pois, que a moça a quem eu disser: Inclina o cântaro para que eu beba; e ela me responder: Bebe, e darei ainda de beber aos teus camelos, seja a que designaste para o teu servo Isaque; e nisso verei que usaste de bondade para com o meu senhor.” – Gn. 24:14

O servo de Abraão que fora em busca de uma esposa para Isaque pediu à Deus um sinal: que a moça indicada pelo Senhor atendesse ao seu pedido de lhe dar água para beber. Além disso, ela teria de se oferecer para dar água também aos dez camelos que estavam com ele. Rebeca, naturalmente fez tudo o que estava no coração daquele homem, sem saber que seus atos estavam sendo observados (vs.18 e 19). Depois que o servo de Abraão revelou que tudo aquilo fazia parte de um sinal pedido à Deus, ela, certamente, descobriu que sua vida não existia por acaso. Então, decidiu viver dentro do propósito, casando-se com Isaque.

É muito importante descobrir o propósito para a vida. Quando isso acontece, mesmo os simples acontecimentos serão cheios de significado especial. Seja dando água aos camelos, alimentando a família, instruindo os filhos, cuidando do marido, pregando a Palavra, ou fazendo outra coisa qualquer, tudo faz parte de um propósito. Precisamos apenas descobrir o verdadeiro plano de Deus para nós, a fim de que não nos vejamos fazendo coisas que não estejam em linha com o que o Senhor determinou. Rebeca descobriu o propósito e se apegou a ele com todas as suas forças.

2- Buscando o Propósito Para a Família – “Os filhos lutavam no ventre dela; então, disse: Se é assim, por que vivo eu? E consultou ao Senhor.” – Gn. 25:22

Isaque orou 20 anos para que Rebeca engravidasse; mas quando a gravidez chegou, foi ela quem buscou saber qual seria o propósito divino para os filhos do seu ventre. Em resposta ao clamor, Deus lhe respondeu que duas nações estavam sendo geradas dentro dela, e que o maior serviria o menor. Ela buscou conhecer o plano do Senhor acerca da sua família e foi atendida na sua petição.

Nossos filhos pertencem ao Senhor. Não podemos determinar o que eles serão porque há um plano maior e perfeito acerca deles. O nosso papel é o de interceder e ajudá-los a se encaixarem no projeto divino. Devemos também ensinar os princípios de retidão e justiça para que sempre andem na presença de Deus e sejam abençoados.

3- Alimentando o Propósito – “Isaque amava a Esaú, porque se saboreava de sua caça; Rebeca, porém, amava a Jacó.” – Gn. 25:28

A preferência que Isaque tinha por Esaú, e que Rebeca tinha por Jacó, não foi saudável no convívio familiar. Os pais deveriam amar os dois filhos igualmente, independentemente de suas habilidades ou características pessoais. Porém, ao que nos parece, a palavra divina que Rebeca tinha à respeito de Jacó, de alguma forma, havia influenciado no cuidado especial para com ele. Além disso, Rebeca pode ter pensado assim: a) Esaú já conta com o privilégio de ser o primogênito, futuro herdeiro da família; b) Esaú foi dotado de talentos naturais que fizeram dele um homem ousado e independente; c) Esaú, além de tudo, gozava da preferência de seu pai. Cremos que, diante de todos os benefícios com os quais Esaú contava, o coração daquela mãe se inclinou para o lado mais fraco e o alimentou com o seu amor. O cuidado especial de Rebeca dispensado a Jacó, sem dúvida, serviu para aquecer e proteger o coração daquele à quem as promessas de Deus haviam sido destinadas.

Quando descobrimos o propósito precisamos alimentá-lo. Assim como Rebeca amou a Jacó, envolvendo-o com o seu zelo, proteção e amparo, assim também devemos fazer. Nutrimos o propósito divino quando não nos apartamos dele. Sonhamos e oramos para que ele se cumpra. O propósito deve ser como um filho das nossas entranhas que é gerado e que cresce em nosso interior até vir à luz. Como a galinha choca seus ovos e os protege, assim devemos cuidar para que nada se perca.

4- Colocando o Propósito Acima de Deus – “Rebeca esteve escutando enquanto Isaque falava com Esaú, seu filho...” – Gn. 27:5

Quando chegou a hora de Isaque abençoar o primogênito Esaú, Rebeca se adiantou para armar um plano à favor de Jacó. Ela não precisava fazer isso porque Deus disse que abençoaria o mais moço; e se Ele disse que o faria, ela tinha, então, somente que esperar. Ter propósito na vida é muito bom, mas não podemos colocar o propósito acima de Deus. Abraão fez diferente quando o Senhor lhe pediu seu filho em sacrifício. Ele não tratou de defender a Isaque por conta de um propósito estabelecido. Tão somente obedeceu e deixou o resto nas mãos de Deus. Rebeca, mentindo para o marido, demonstrou nessa hora não confiar no Senhor o suficiente para o cumprimento do propósito prometido. Podemos aprender com o erro de Rebeca, a deixar nossos caminhos aos cuidados do Senhor, e descansar na Sua soberana condução de todas as coisas.

Devemos zelar para que o propósito nunca esteja acima dAquele que o idealizou. Precisamos seguir o curso natural da vida, dentro das orientações divinas. Deus não precisa da nossa “mãozinha”. Não podemos burlar a lei ou subornar alguém para que nossos filhos levem vantagem em alguma coisa. Não necessitamos mentir ou enganar a uma autoridade para que eles tenham acesso a privilégios especiais. Nunca devemos prejudicar alguém para que um ente querido seja priorizado. Não podemos apagar a luz do vizinho para que brilhe a nossa. Se Deus nos fez uma promessa, Ele é poderoso para a cumprir.

Rebeca se empenhou a descobrir e a viver dentro dos propósitos divinos, e, por isso, foi abençoada.

“Abençoaram a Rebeca e lhe disseram: És nossa irmã; sê tu a mãe de milhares de milhares, e que a tua descendência possua a porta dos seus inimigos.” – Gn. 24:60