sábado, 14 de março de 2009

Maria Madalena e as Primícias para Cristo

Introdução

Quando dizemos primícias estamos falando das primeiras coisas. Maria Madalena, de quem Jesus expulsou sete demônios (Marcos 16:9), se tornou alguém muito importante também por ser a primeira pessoa a adorar ao Senhor depois de ressurrecto. Suas primeiras experiências com Cristo ao redor do túmulo nos servem de modelo acerca das primeiras coisas que podemos oferecer-lhe.

1- Maria e as Primícias da Perseverança – “Maria, entretanto, permanecia junto à entrada do túmulo, chorando. Enquanto chorava, abaixou-se, e olhou para dentro do túmulo.” – João 20:11

Quando Maria percebeu que Cristo não estava mais no sepulcro, saiu correndo e foi anunciar a Pedro e a João; os quais vieram, certificaram-se do que ela havia dito, e voltaram para casa. Ela, porém, voltou para o sepulcro e permaneceu ali até descobrir o que havia lhe acontecido. Seu amor pelo Mestre era grande demais para se contentar com aquela situação inexplicável. Ela precisava urgentemente de uma resposta e estava disposta a perseverar em sua busca. Seu clamor era: “...levaram o meu Senhor, e não sei onde o puseram”. O seu desespero se repete hoje. As pessoas estão confusas porque muitas não conseguem vê-lO em meio aos problemas diários. Estão em agonia porque juntamente com Ele levaram também sua fé, esperança e paz. Mas os que perseveram em buscá-lO, O verão e se alegrarão pela restituição do que se fora.

Precisamos nos perguntar se perseveramos nas coisas que nos propomos a fazer para Deus. Tenho perseverado na oração? Tenho insistido na minha vida devocional, mesmo quando ela me parece cansativa? Tenho lutado persistentemente contra as tentações que me cercam e que querem me afastar de Deus? Somente os perseverantes prevalecerão.

2- Maria e as Primícias da Revelação – “Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, voltando-se, lhe disse, em hebraico: Raboni (que quer dizer Mestre)!” – João 20:16

Ela foi a primeira a quem Jesus Se revelou. Sua perseverança ao redor do sepulcro lhe garantiu a primeira aparição do Cristo ressurrecto; demonstrando que os que O buscam seriamente não serão frustrados nem se decepcionarão. “Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração.” (Jeremias 29:13 RA). O que aconteceu com Maria serviu de lição para toda a igreja de hoje. Muitos se cansam na sua busca pelo Senhor; não perseveram na procura de uma revelação profunda da Sua Palavra. Logo se desanimam e facilmente voltam para suas casas como fizeram os outros discípulos. Porém, Maria ficou com a melhor parte. Ela ouviu Jesus chamar seu nome. Isso significa mais do que a simples pronúncia do nome de alguém; representava para ela: dignidade, amor, respeito, intimidade e tudo o mais que aqueles sete demônios roubaram no passado, e que foram resgatados pelo Senhor. Maria, portanto, recebeu a primeira revelação dAquele que verdadeiramente a conhecia, a quem ela tanto buscava.

Maria entregou o melhor das primícias da perseverança; e Cristo lhe entregou também o Seu melhor: a revelação. Precisamos do melhor das revelações de Deus que nos ajudem a lidar com os problemas familiares, profissionais, ministeriais, e outros. Necessitamos da presença bendita de Cristo que alivia nossas tensões e dissipa nossos medos em meio aos desafios da vida.

3- Maria e as Primícias da Adoração – “Recomendou-lhe Jesus: Não me detenhas; porque ainda não subi para meu Pai...” – João 20:17a

Perseverança, revelação e adoração. Sua busca perseverante culminou numa intensa adoração quando descobriu que era Ele quem estava ali, pessoalmente. Maria Madalena teve o privilégio de ser a primeira pessoa que pode adorar o Cristo ressurrecto. O texto bíblico não cita a palavra adoração, mas isso está implícito quando Cristo pede para que ela não O detenha ou não O toque. Certamente ela correu em sua direção e O abraçou, ou lançou-se aos seus pés. Ela estava satisfeita. Sua busca havia terminado e a única coisa que ela queria era permanecer aos seus pés. A genuína adoração é aquela que preenche os espaços vazios do coração que nenhuma outra pessoa pode preencher, senão Jesus. É aquela que tranqüiliza o coração e aquieta a alma, porque estão supridos, satisfeitos. Assim Maria estava diante de Cristo, apenas adorando. Não queria pedir-lhe nada, nem contar seus problemas ou coisa parecida. Ela queria tão somente estar diante dEle, com Ele, aos pés dEle. Isso bastava e nada mais.

Logo de manhã precisamos encontrar o caminho da adoração. Deus merece nossas primeiras horas do dia, antes de qualquer outra coisa. Se nos detivermos nesse caminho todos os dias não andaremos mais perdidos, sem rumo nem direção. O coração do Pai se abrirá e revelará Seus direcionamentos bem como toda Sua vontade para conosco que é boa, agradável e perfeita (Romanos 12:2)

4- Maria e as Primícias da Missão – “...mas vai ter com os meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus.” João 20:17b

Depois de perseverar, receber revelação e adorar, Maria recebeu a mais sublime de todas as missões: anunciar que Cristo ressuscitou. Somente quem O conhece de verdade é quem tem condições de levar esperança aos que não tem mais nenhum vigor. Ela tinha muito o que contar. O mesmo que a livrara da opressão de sete demônios e restaurara sua dignidade, agora estava vivo e pronto para fazer o mesmo a todo o que nEle cresse. Ela precisava contar isso a todo mundo pelo caminho. Cristo também queria que ela o fizesse, e, por isso, depois de detida por alguns minutos na Sua presença, Ele a liberou para que, apressadamente, anunciasse as boas novas de ressurreição.

Quando entramos no coração do Pai por meio da adoração, descobriremos qual a Sua maior paixão: a salvação do homem perdido. É impossível uma pessoa que conheceu o coração de Deus não se transformar num fervoroso pregador do evangelho. Oração e Adoração que não resultam em demonstração prática do amor de Deus pelo perdido, são nulas.

As primeiras coisas que podemos oferecer ao Senhor nos dias de hoje estão relacionadas a uma atitude perseverante, não mais à beira do túmulo, mas ao redor do trono da graça. Sua revelação a nós será certa, na medida em que O buscamos de todo o coração. Depois das primícias da adoração, logo de manhã, Ele também nos requererá as primícias da nossa pregação. Que seja uma das nossas prioridades anunciar aos outros que Cristo ressuscitou.

“Recomendou-lhe Jesus: Não me detenhas; porque ainda não subi para meu Pai, mas vai ter com os meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus.” (João 20:17 RA)

sexta-feira, 13 de março de 2009

Davi e o Exemplo de Coragem

Introdução

Hoje queremos destacar a coragem de Davi, como uma virtude a ser conquistada pelo homem de Deus. Na disposição de lutar contra o gigante Golias, Davi revela como sua coragem passou a ser uma marca da sua característica pessoal.

1- Desenvolvida Através de Experiências Pessoais – “eu saí após ele, e o feri, e livrei o cordeiro da sua boca; levantando-se ele contra mim, agarrei-o pela barba, e o feri, e o matei.” – I Samuel 17:35

Ao querer justificar diante do rei Saul sua coragem para enfrentar Golias, Davi conta sua experiência de lutar contra um leão e um urso, no exercício do seu ofício pastoral. Davi alegava ter condições de prevalecer contra aquele gigante assim como prevalecera contra aquelas feras. As suas experiências pessoais de vitória em meio às lutas contribuíram para fazer dele um homem corajoso. Agora ele tinha uma história para contar, fruto de sua própria vivência. Deus quer, através do nosso cotidiano, forjar um espírito corajoso em nós.

Precisamos deixar que o Espírito Santo nos faça lembrar das experiências vividas no passado. Se foram traumáticas, devemos pedir que Ele as cure para que elas não nos induzam ao medo, à falta de ousadia e à derrota. Mas se foram de vitórias, devemos aproveitá-las para continuar crendo no Deus que as possibilitou, por causa do seu propósito de forjar em nós um espírito corajoso.


2- Firmada no Poder da Aliança – “O teu servo matou tanto o leão como o urso; este incircunciso filisteu será como um deles, porquanto afrontou os exércitos do Deus vivo.” – I Samuel 17:36

A circuncisão (corte no prepúcio do órgão sexual masculino) era um sinal de aliança entre o povo de Israel e Deus. Davi chamou Golias de incircunciso, querendo destacar que, apesar do inimigo ser um forte gigante, ele estava totalmente desprovido da bênção divina; e portanto, sem nenhum poder de prevalecer naquele confronto. Davi tinha uma clara visão do que representava estar em aliança com Deus, e por isso, ficou firme. Ele sabia que o Senhor estava do seu lado e do lado do seu povo, e isso faria toda a diferença.

Aquele que nasceu de novo está em aliança com Deus. Seu nome foi escrito no Livro da Vida e o Espírito de Deus veio morar nele. A partir de então, todas as nossas coisas vieram a pertencer ao Senhor, e as dEle, pertencem a nós. Nosso fracasso, pecado e morte foram transferidos para Ele, e por isso Cristo teve de morrer na cruz. Em troca, porém, Ele nos deu vida, paz e prosperidade. A aliança com Deus faz com que sejamos indestrutíveis, se permanecermos fiéis em Sua presença.


3- Preservada Através da Remoção de Obstáculos – “Davi cingiu a espada sobre a armadura e experimentou andar, pois jamais a havia usado; então, disse Davi a Saul: Não posso andar com isto, pois nunca o usei. E Davi tirou aquilo de sobre si.” – I Samuel 17:39

O rei Saul procurou ajudar Davi a se preparar para a peleja. Cedeu sua própria armadura e esperou que ele a usasse. Não acostumado àquela nova estrutura, o jovem pastor, depois de tentar por um tempo, desistiu de usá-la e preferiu prosseguir sem ela. Davi foi prudente ao se desvencilhar de algo que podia atrapalhá-lo, em vez de ajudá-lo. Precisamos identificar os elementos que se opõem à nossa fé. Se ele decidisse usar aquela armadura, por mais corajoso que fosse, sua atenção se voltaria à insegurança que estava sentindo por aquele motivo, e perderia sua confiança de derrotar o inimigo.

O que hoje nos embaraça? O que pode se opor à nossa fé? Precisamos identificar os elementos da vida que nos impedem de prosseguir nossa jornada de fé e coragem. Talvez uma dívida, um relacionamento quebrado, um ensino falso, uma mágoa no coração. Quem sabe a dúvida, o medo ou a insegurança. Ou talvez um pecado oculto ainda não admitido e confessado. Seja o que for, precisamos ter a coragem para lançá-lo de nós a fim de que estejamos livres de todo o peso.

4- Exercida Através de Atos de Fé – “Davi meteu a mão no alforje, e tomou dali uma pedra, e com a funda lha atirou, e feriu o filisteu na testa; a pedra encravou-se-lhe na testa, e ele caiu com o rosto em terra.” – I Samuel 17:49

De nada adiantaria toda a coragem de Davi se ela não resultasse em atos concretos... em realizações. Davi, utilizou-se de suas experiências passadas, firmou-se no poder da aliança divina e removeu os obstáculos do caminho, com um único objetivo: enfrentar e derrotar o gigante Golias; e assim o fez. Queremos dizer que às vezes nossos discursos de fé são maravilhosos, mas nunca se convertem em realizações. Ficamos na teoria e nos esquecemos da prática. Davi foi o maior rei que Israel já teve porque usou sua coragem e confiança em Deus para transformar uma nação. A experiência com Golias foi somente a primeira de muitas outras manifestações de coragem e de confiança absoluta no Deus de Israel.

A fé sem obras é morta (Tiago 2:26). Sinceramente, precisamos avaliar se a nossa vida cristã não tem se constituído mais de palavras do que de obras. O que realmente fazemos determina o tipo de fé que temos. Se não houver realização prática, a fé que professamos ter é falsa e inconsistente.

Davi foi um exemplo de coragem porque aprendeu com suas experiências pessoais, firmou-se no poder da aliança divina, removeu obstáculos à sua fé, e, estabeleceu a vitória através da prática do que cria.

“Assim, prevaleceu Davi contra o filisteu, com uma funda e com uma pedra, e o feriu, e o matou; porém, não havia espada na mão de Davi.

quinta-feira, 12 de março de 2009

A Sunamita e o Modelo de Determinação

Introdução

Falaremos sobre uma mulher cuja característica especial era a determinação. O que ela tinha em seu coração não hesitava em cumprir. Um dia, sentiu o desejo de construir um quarto para o profeta Eliseu, com cama, cadeira, mesa e um candeeiro; e assim como desejou, assim o fez. Agora ela enfrenta um problema grave, onde só encontrará solução se mais uma vez for determinada.

1- Não Desistiu do Filho – “Subiu ela e o deitou sobre a cama do homem de Deus; fechou a porta e saiu.” – II Reis 4:21

O problema grave foi a morte de seu filho; mas ela não estava disposta a perdê-lo. A sunamita estava determinada a lutar pela vida do menino com todas as suas forças. Às vezes vamos ter de nos conformar com a perda de alguém. Nem sempre teremos tudo o que desejamos. Mesmo ela já estava acostumada a não ter o que desejava, porque no passado teve de conviver com sua própria esterilidade (4:14). Mas naquele caso ela sabia que não devia desistir. Aquela criança foi fruto de um milagre e, aos olhos dela, não podia partir assim. Ela o deitou na cama do profeta em vez de providenciar o funeral, porque estava determinada a lutar pela sua vida.

Podemos correr o risco de estar perdendo o filho não para a morte, mas para as drogas, para as amizades infrutíferas ou para algum outro caminho mal. Se tivermos a mesma atitude determinada que a sunamita teve, não vamos aceitar tais situações de braços cruzados. Vamos lutar por um resgate até que o nosso desejo seja cumprido.

2- Não Contaminou Sua Fé – “Chamou a seu marido e lhe disse: Manda-me um dos moços e uma das jumentas, para que eu corra ao homem de Deus e volte. Perguntou ele: Por que vais a ele hoje? Não é dia de Festa da Lua Nova nem Sábado. Ela disse: Não faz mal.” – II Reis 4:22-23

A sunamita se mostrou determinada a não contaminar sua fé. Ela não chorou, como se tivesse aceitado a morte; não contou ao marido, talvez para não ter de lidar com o desespero dele e assim perturbar sua confiança; disse ao moço da carruagem para não se deter no caminho, e quando Geazi lhe perguntou sobre a família e o menino, ela disse que tudo estava bem. Todas essas atitudes tiveram como fruto a conservação da sua fé, que se manteve firme sem pensar em outra coisa, a não ser na salvação do seu filho.

Há várias coisas que podem nos esmorecer: um comentário negativo, uma palavra de desestímulo, uma doença, etc. Precisamos cuidar para que nada tenha maior poder do que a nossa visão de restauração. Você pode estar lutando para restaurar seu casamento, por exemplo, e ouvir várias pessoas dizendo que não há mais jeito. Você tem que decidir a quem vai ouvir e o que vai fazer com as suas convicções.

3- Não Se Desviou da Fonte Divina – “Chegando ela, pois, ao homem de Deus, ao monte, abraçou-lhe os pés. Então, se chegou Geazi para arrancá-la; mas o homem de Deus lhe disse: Deixa-a, porque a sua alma está em amargura, e o Senhor mo encobriu e não mo manifestou.” – II Reis 4:27

O alvo fixo daquela mulher era chegar ao homem de Deus que lhe fizera a promessa de um filho, no passado (4:16). A quem buscava, na verdade, não era a um homem mas a quem ele representava. Eliseu era a boca de Deus na terra. Portanto, a sunamita estava determinada a não se desviar da fonte, Deus, que falava por meio de seus profetas. Foi Deus quem prometera um filho, e esse Deus era poderoso para devolver sua vida a qualquer momento. A sunamita se recusou terminantemente a aceitar qualquer coisa diferente do que ela entendia ser a vontade de Deus para aquela situação.

Nossa fonte não é o profeta nem o pastor. Nossa Fonte é Deus mesmo que Se revela em Sua Palavra. Quando as circunstâncias apontam numa direção, precisamos checar se é a mesma direção para onde aponta as Escrituras Sagradas. A Palavra de Deus é Fonte de toda a sabedoria e instrução. Ela está acima da vida e da morte, porque é o Senhor quem está falando. Quando estivermos confusos e sem direção podemos recorrer a Ela, até encontrarmos luz e paz.

4- Recebeu a Bênção Conforme Sua Visão de Fé – “Porém disse a mãe do menino: Tão certo como vive o Senhor e vive a tua alma, não te deixarei. Então, ele se levantou e a seguiu.” – II Reis 4:30

Muitas vezes vemos Jesus falar: “Seja feito conforme a tua fé” (Mateus 8:13). Cristo valoriza a visão de fé que cada um forma em seu coração, e de como cada um se programa para receber sua bênção. Alguns tinham a expectativa de que Jesus estivesse presente para impor as mãos, etc.; outros, simplesmente pediam somente a liberação de uma palavra de cura, e já seria suficiente (Mateus 8:8). Tudo sempre aconteceu conforme a visão de fé de cada um. A sunamita, por sua vez, havia alimentado sua fé visualizando a chegada de Eliseu e sua oração em favor do menino. Ela não estava disposta a abrir mão dessa visão, até que o profeta decidisse ir com ela para orar pelo menino e ressuscitá-lo pelo poder da oração e da fé em Deus. Ela recebeu sua bênção exatamente como a viu de antemão; conforme sua visão de fé.

Será que temos sonhado com o que desejamos que aconteça? Temos formado uma visão de fatos que desejamos que ocorram? Os sonhos são a linguagem do Espírito Santo. Alguns só conseguem enxergar a derrota e o fracasso. Você está sendo desafiado a sonhar alto, os altos projetos de Deus destinados a você, sua família, sua profissão, e sua vida ministerial.


A sunamita foi um modelo de determinação porque não desistiu da vida de seu filho, não permitiu que sua fé fosse contaminada e não desviou-se da fonte divina. Como conseqüência recebeu sua bênção exatamente conforme sua visão de fé.

“Ela entrou, lançou-se aos pés dele e prostrou-se em terra; tomou o seu filho e saiu.” – II Reis 4:37

quarta-feira, 11 de março de 2009

Gideão e o Homem a Quem Deus Usa

Introdução

Deus necessita do homem para realizar seus propósitos na terra. Mas, a quem Ele pode usar? Gideão foi um servo a quem o Senhor capacitou para libertar o povo de Israel, num tempo de grande opressão e jugo. O que Gideão teve de aprender sobre “como ser usado por Deus?”

1- O Senhor Transforma a Fraqueza em Força – “E ele lhe disse: Ai, Senhor meu! Com que livrarei Israel? Eis que a minha família é a mais pobre em Manassés, e eu, o menor na casa de meu pai.” – Juizes 6:15

Quando chamado, Gideão achou que pelo fato de pertencer a uma família pobre de Manasses, sendo ele próprio também o menor da casa de seu pai, não poderia ser jamais um instrumento de libertação. Talvez seus olhos estivessem voltados para alguém que reunisse em si, humanamente falando, melhores condições para tal. Para o Senhor, porém, a fraqueza humana não é impedimento; muito pelo contrário. A limitação de alguém é apenas uma oportunidade para Deus revelar Sua suficiência. Gideão precisava aprender a mesma lição que Paulo aprendeu: “...A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na sua fraqueza...” (II Coríntios 12:9a).

Quando reconhecemos nossas limitações não o devemos fazer para nos considerar incapazes ou inadequados. Devemos erguer nossos olhos e clamar pela suficiência divina. “Tudo posso naquele que me fortalece.” – Filipenses 4:13

2- Deus Não Usa os Incrédulos – “Apregoa, pois, aos ouvidos do povo, dizendo: Quem for tímido e medroso, volte e retire-se da região montanhosa de Gileade. Então, voltaram do povo vinte e dois mil, e dez mil ficaram.” – Juizes 7:3

Para realizar a missão, Gideão precisava de uma equipe que também pudesse ser usada por Deus. A ordem divina foi a de que todos os medrosos e tímidos (por incredulidade e não por temperamento), se retirassem dali. Não foi o Senhor quem determinou acerca de quem iria ou não. Os que se achavam medrosos e tímidos se auto excluíram, porque se julgaram a si mesmos inadequados para a missão. Deus não pode usar uma pessoa que a si mesma já se considerou derrotada. Lembre-se que o problema era incredulidade e não outro. Somente aos que crêem é destinada a seguinte promessa: “Ao que lhe disse Jesus: Se podes! – tudo é possível ao que crê.” – Marcos 9:23

A incredulidade anula o poder de Deus em nossas vidas. Toda a força vem do Senhor; sem ela nada podemos fazer. O que não crê, vive baseado apenas no natural e despreza o sobrenatural. Deus quer nos levar a novos desafios de fé para que através da vitória obtida, somente Cristo seja glorificado.


3- Deus Atenta Para o Vigilante – “Foi o número dos que lamberam, levando a mão à boca, trezentos homens; e todo o restante do povo se abaixou de joelhos a beber a água.” – Juizes 7:6

O Senhor colocou à prova os dez mil homens que ficaram. Ainda era muita gente para a batalha, e Ele queria selecionar um grupo que tivesse a melhor postura diante daquela prova. A maior parte daquela multidão foi reprovada porque se abaixou totalmente para beber a água, demonstrando falta de vigilância e negligência diante do perigo iminente oferecido pelo inimigo. Os trezentos qualificados foram os que trouxeram água à boca, enquanto vigiavam atentamente para todos os lados. Os que se abaixaram podiam ver somente a água, mas os que a traziam à boca, podiam ver tudo. Essa é a postura de alguém a quem Deus usa. Ele não se distrai nem em momentos de descontração; seus olhos estão atentos para uma possível investida inimiga a qualquer hora. “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.” – Mateus 26:41

Precisamos andar vigilantes. As tentações do cotidiano querem nos levar ao pecado, e com ele, à queda e ao afastamento de Deus. Suas conseqüências são terríveis e trazem prejuízos incomparáveis. A vigilância nos permite perceber quando algo está sendo maquinado pelo inimigo; concedendo-nos oportunidade de abortar seus planos em tempo.


4- Deus Honra Ao que se Quebranta – “Assim, tocaram as três companhias as trombetas e despedaçaram os cântaros; e seguravam na mão esquerda as tochas e na mão direita, as trombetas que tocavam; e exclamaram: Espada pelo Senhor e por Gideão!” – Juizes 7:20

A última estratégia ordenada por Deus era a de que tochas deviam estar acesas dentro de cântaros. Na hora exata em que Gideão desse o comando, todos, ao mesmo tempo, deveriam quebrar seus cântaros e revelar a luz de suas tochas. Quando o inimigo viu isso, levantou-se contra o seu próprio exército e se auto destruiu. A figura representa a atitude espiritual de um homem quebrantado diante de Deus. Através da contrição, do choro, do arrependimento e da vontade sincera de mudar de atitude, um homem se despedaça diante do Senhor como aqueles cântaros quebrados; só assim a luz de Cristo que habita no interior de quem já nasceu de novo, passa a manifestar seu brilho ao mundo sem impedimento nenhum. “Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus.” – Salmo 51:17

“Quem a si mesmo se exaltar será humilhado; e quem a si mesmo se humilhar será exaltado.” – Mateus 23:12. Um homem quebrantado é alguém que está sempre reconhecendo seus erros, pedindo perdão e buscando mudança de vida. Deus o ouve e o ajuda porque o Senhor resiste ao soberbo mas dá graça aos humildes – Tiago 4:6


Gideão foi um homem a quem o Senhor pôde usar porque aprendeu a não olhar para suas fraquezas, mas a confiar em Deus. Sua fé, vigilância e quebrantamento lhe garantiram uma excelente posição espiritual.

“...Não é isto outra coisa, senão a espada de Gideão, filho de Joás, homem israelita. Nas mãos dele entregou Deus os midianitas e todo este arraial.” – Juizes 7:14

segunda-feira, 9 de março de 2009

Abigail e os Frutos da Paz Interior

Introdução

Abigail foi conhecida pela sua capacidade pacificadora. Ela apaziguou o coração de Davi quando este estava irado contra o marido dela. Sua atitude preservou a vida de muitos e também garantiu-lhe um futuro melhor. Ela foi pacificadora porque possuía abundante paz em seu próprio coração. Veremos os benefícios da paz interior.

1- Ameniza a Tensão no Lar – “Nabal era o nome deste homem, e Abigail, o de sua mulher; esta era sensata e formosa, porém o homem era duro e maligno em todo o seu trato. Era ele da casa de Calebe.” – I Samuel 25:3

A convivência com um homem ímpio como Nabal não devia ser nada fácil. A sua loucura e insensatez certamente traziam angústia diária ao coração daquela mulher sábia e formosa. Apesar de tudo Abigail era uma pessoa leal ao seu marido; disposta a livrá-lo mesmo quando teve a oportunidade de vê-lo destruído. Só há uma única explicação para a resistência aos maus tratos daquele ímpio: sua paz interior. Os olhos dela estavam voltados para o Senhor que conforta corações e supre as carências afetivas do ser humano. “Tu, Senhor, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em ti.” – Isaías 26:3

O papel da mulher pacificadora é de tremenda importância num lar onde há pessoas de difícil trato. O desgaste é exacerbado quando não há alguém disposto a promover o fim das contendas. A atitude pacificadora, se não resolve totalmente o problema, o ameniza, para que a convivência seja, pelo menos, tolerável.

2- Repara a Injustiça – “Então, Abigail tomou, a toda pressa, duzentos pães, dois odres de vinho, cinco ovelhas preparadas, cinco medidas de trigo tostado, cem cachos de passas e duzentas pastas de figos, e os pôs sobre jumentos...” – I Samuel 25:18

Tudo começou quando Nabal se recusou a alimentar os homens que trabalhavam para Davi. Isso era uma injustiça diante de todo o bem que Davi e seu pessoal haviam prestado aos homens de Nabal. Quando ouve que Davi está chegando para se vingar do mal recebido, Abigail se apressa para reparar a injustiça. Ela separa rapidamente o alimento e o envia pelas mãos de seus servos. A pessoa que tem paz no coração, está sempre em condições de analisar o problema de forma coerente para cortar o mal pela raiz. A raiva cega o entendimento e leva a pessoa a cometer loucuras, como era com Nabal e agora também com Davi; mas a tranqüilidade de espírito de Abigail identificou o problema e o resolveu sensatamente.

Quem sabe dar um passo atrás para sair de uma zona de conflito, terá melhores condições para analisar um problema, vendo-o por um outro ângulo. Sua visão da situação revelará a origem da questão e raciocinará bem para que a justiça seja estabelecida. O coração pacificador não se deixa aquecer pelo alto grau da contenda; ele permanece estável, e assim, pode julgar bem a situação para trazer solução.

3- Aplaca a Ira – “Não se importe o meu senhor com este homem de Belial, a saber, com Nabal; porque o que significa o seu nome ele é. Nabal (Insensato) é o seu nome, e a loucura está com ele; eu, porém, tua serva, não vi os moços de meu senhor, que enviaste.” – I Samuel 25:25

Provérbios 15:1 diz: “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.” Abigail não se apresentou irada por ter Davi colocado em risco a vida de outras pessoas inocentes. Simplesmente sua palavra é branda e fala ao coração de um homem irado. Do contrário, a cólera dele seria suscitada e certamente nenhum da casa de Nabal viveria para contar a história. Mas aquela mansidão no falar desviou o furor e restabeleceu a paz naquele arraial. As brigas e discussões em família não terão como se propagar nos lares onde se encontram mulheres pacificadoras. O convívio na igreja ou no trabalho será uma bênção quando palavras brandas entrarem em atuação para desviar o furor dos mais exaltados.

O pacificador não se precipita em suas palavras porque conhece o poder de vida ou de morte contido nelas. Devemos aplacar a ira e acalmar os ânimos alterados. Deus não está na gritaria, nas discórdias e nas contendas. A mulher que sabe trazer as pessoas ao equilíbrio e ao bom senso, sábia é.

4- Anula o Espírito de Vingança – “Agora, pois, meu senhor, tão certo como vive o Senhor e a tua alma, foste pelo Senhor impedido de derramar sangue e de vingar-te por tuas próprias mãos. Como Nabal, sejam os teus inimigos e os que procuram fazer mal ao meu senhor.” – I Samuel 25:26

Romanos 12:19 diz: “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira (de Deus); porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor.” Davi estava prestes a cometer uma loucura: vingar-se com suas próprias mãos. Se o fizesse, não permitiria a ação divina naquela situação. Deus tinha visto a injustiça e estava pronto a julgá-la; mas a atitude vingativa de Davi impediria qualquer mover do Alto. O trabalho pacificador de Abigail impediu que aquele homem derramasse sangue por meio da vingança, e liberou caminho para o juízo divino. Nabal, assim que soube da presença de Davi e de seus homens, teve, provavelmente uma parada cardíaca, e em dez dias morreu. Deus se vingou daquela situação porque Davi foi apaziguado por Abigail.

A vingança é cega e procede de um coração que ainda não aprendeu a confiar na justiça divina. O espírito pacificador sabe entregar nas mãos de Deus toda situação injusta. Ele espera o encaminhamento que o Senhor mesmo trará para aquele caso, e não se precipita em fazer justiça com as próprias mãos. A mulher pacificadora só dará lugar em seus pensamentos ao que é “verdadeiro, respeitável, justo, puro, amável, de boa fama, virtuoso e louvável.” – Filipenses 4:8

A paz interior de Abigail fez dela uma pacificadora que amenizou tensões no lar, reparou injustiças, aplacou a ira e subjugou a vingança humana.

“Bendita seja a tua prudência, e bendita sejas tu mesma, que hoje me tolheste de derramar sangue e de que por minha própria mão me vingasse.” – I Samuel 25:33