quarta-feira, 25 de março de 2009

Eunice e a Transmissão da Fé

Introdução

Veremos hoje como uma mulher pode cumprir um dos mais sublimes papéis: transmitir a fé a seus descendentes. Eunice, mãe de Timóteo (discípulo de Paulo), é para nós um modelo de alguém que cumpriu bem esse papel. Seu trabalho bem sucedido ajudou a formar um discípulo extremamente importante na propagação do evangelho em todo o mundo.

1. Recebendo a Fé - “pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento, a mesma que, primeiramente, habitou em tua avó Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também, em ti.” (2 Timóteo 1:5 RA)

Eunice só pode transmitir algo a alguém depois de ter recebido primeiro. Ninguém pode dar o que não tem. A primeira virtude, portanto, que queremos destacar no ministério dessa mulher foi a disposição de ouvir, submeter-se e aprender de sua mãe Lóide. As mulheres virtuosas de amanhã que abençoarão grandemente suas casas e todo o meio em que vivem, são as que hoje, necessariamente, se prestam a ouvir e a aprender mais e mais daqueles que podem transmitir algo de valor. São as que ouvem e colocam em prática o que aprenderam de seus pais ou de seus líderes. “Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração;” (Deuteronômio 6:6 RA)

Precisamos verificar se há um genuíno interesse em receber a Palavra de Deus quando temos oportunidade. Devemos amar a hora da pregação e da ministração de um estudo bíblico. Para quem nasceu de novo recentemente, é por demais importante passar por todo o processo de consolidação, pré-encontro, encontro, pós-encontro e escola de líderes. Sendo assim, haverá frutificação na vida pessoal, familiar, profissional e ministerial.

2. Transmitindo a Fé - “pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento, a mesma que, primeiramente, habitou em tua avó Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também, em ti.” (2 Timóteo 1:5 RA)

Assim como Eunice recebera de sua mãe, assim ela transmitiu a seu filho, Timóteo. Um bom discípulo faz como seu mestre. O modelo aprendido e bem sucedido, serviu de base para guiar os passos de uma nova geração. Eunice entendeu que seu papel materno não se restringia a alimentar, vestir e cuidar das coisas em geral do lar; cumpria também transmitir os princípios bíblicos aos filhos, aproveitando seu tempo de convivência com eles em casa. Ela tomou para si as orientações descritas no seguinte texto: “Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te.” (Deuteronômio 6:6-7 RA)

Se a Palavra de Cristo habitar ricamente em nosso interior, nossa boca falará do que estiver cheio o coração. É necessário incluir esse papel na lista de prioridades do lar, antes que o mundo transmita seus princípios e valores distorcidos àqueles a quem amamos.

3. A Qualidade da Fé - “pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento, a mesma que, primeiramente, habitou em tua avó Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também, em ti.” (2 Timóteo 1:5 RA)

O tipo de fé transmitida de geração em geração naquela família era de grande qualidade. Uma fé sincera, sem fingimento. Uma fé dessa natureza é fruto de alguns fatores: 1) Um modelo vivo – alguns se contentam em contar histórias bíblicas a seus filhos; outros, vivem-nas. O exemplo fala mais do que mil palavras. 2) Experiências pessoais – Timóteo fora criado num lar onde as experiências pessoais com Deus eram reais. Não somente se falava sobre oração, orava-se. Não somente ensinava-se que Deus responde às orações, como recebiam-nas na prática. Ele tinha diante de si não apenas uma religião, mas um modelo de como andar com o Senhor a cada dia. Uma fé sem fingimento é um caminhar sincero sem querer impressionar a homens, mas a Deus. Foi o que Eunice conseguiu impregnar em seu filho.

Uma fé sem fingimentos, sincera. Devemos nos perguntar: Temos vivido de forma coerente com o que ensinamos a nossos filhos? Temos sido uma pessoa na igreja e outra, em casa? Temos procurado ter experiências com Deus em família? Podemos ajudar nossos filhos a desenvolverem um senso crítico para que saibam diferenciar o verdadeiro do falso. Por exemplo, que eles saibam discernir uma obra má, mesmo quando for praticada por alguém do meio cristão. Que eles sejam estimulados a primar sempre por uma fé sincera, sem fingimentos.

4. O Fundamento da Fé - “e que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus.” (2 Timóteo 3:15 RA)

O testemunho que temos acerca de Timóteo nos revela o investimento espiritual que sua mãe fez. Ela se dedicou a ensinar-lhe as sagradas letras das Escrituras desde a sua infância. Certamente ela não se arrependeu do seu esforço. Timóteo conheceu Abraão e Sara, Isaque e Rebeca, Jacó e Raquel, José, Moisés, Josué, Gideão, Sansão, Débora, Davi, Salomão, e tantos outros referenciais bíblicos que acabou se tornando um deles. Ele se familiarizou com as Escrituras porque Eunice facilitou-lhe o caminho, desde a sua tenra idade, contando histórias, ensinando princípios e colocando-se como modelo.

O firme fundamento é a Palavra de Deus. Ela confronta toda sorte de pecados: os vícios, o engano, as paixões da mocidade, a porta larga, etc. Ela também revela o propósito da nossa vida: de onde viemos, quem somos, para que estamos aqui e para onde vamos. A Palavra de Deus nos ensina como agradá-lo e realizar Sua obra. Todo o fundamento de que necessitamos está à nossa disposição para recebermos e para transmitirmos.

Eunice foi uma excelente transmissora da fé porque foi uma boa ouvinte, de coração ensinável. A fé transmitida foi de grande qualidade porque foi sincera, sem fingimentos, produto de uma real vivência da Palavra a cada dia. Ela soube lançar no coração de seu filho o verdadeiro, único e sólido fundamento das Escrituras Sagradas.

“Espero, porém, no Senhor Jesus, mandar-vos Timóteo, o mais breve possível, a fim de que eu me sinta animado também, tendo conhecimento da vossa situação. Porque a ninguém tenho de igual sentimento que, sinceramente, cuide dos vossos interesses;... E conheceis o seu caráter provado, pois serviu ao evangelho, junto comigo, como filho ao pai.” (Filipenses 2:19, 20 e 22 RA)

terça-feira, 24 de março de 2009

Daniel e uma Vida de Princípios

Introdução

Um princípio é uma verdade fundamental sobre a qual se apoia o raciocínio. De forma simplificada podemos dizer que alguém devolveu o troco que recebeu a mais por causa de um princípio de honestidade no coração. Daniel era um homem de princípios bem definidos, e suas ações demonstram que eles estavam relacionados ao seu conhecimento de Deus. Veremos os princípios de Daniel que nos servem de modelo.

1- Princípio de Integridade – “Resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; então, pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não contaminar-se.” (Daniel 1:8 RA)

Ser íntegro fala de inteireza moral. Daniel estava longe da sua terra, tendo sido levado cativo juntamente com outros judeus para a terra da Babilônia. Naquele lugar, o encarregado de cuidar daqueles jovens que serviam no palácio real deu outros nomes a Daniel e a seus amigos, além de ensinar-lhes a cultura e a língua da terra. O rei queria, na verdade, que eles esquecessem suas origens e que se moldassem àquela nova cultura, assimilando seus costumes e valores. No entanto, Daniel propôs firmemente “não se contaminar” com o tipo de alimentação ali estabelecido. Seu problema não era apenas a comida, mas algo muito mais profundo. Ele não queria que a assimilação dos costumes de uma terra pagã, pouco a pouco, comprometesse sua integridade física, moral e espiritual. O princípio de integridade o sustentou e o fortaleceu, capacitando-o a dizer “não” quando foi necessário.

Quando temos princípios em nosso coração vamos sempre agir da mesma forma em todas as circunstâncias. Diante do patrão, na ausência da esposa, em meio aos negócios, etc. Temos de aceitar o desafio da integridade para que não corramos o risco de nos desintegrarmos pelo caminho. Deixamos para trás uma parte de nós toda vez que agimos deslealmente, desonestamente e injustamente.


2- Princípio de Propósito – “Ora, a estes quatro jovens Deus deu o conhecimento e a inteligência em toda cultura e sabedoria; mas a Daniel deu inteligência de todas as visões e sonhos...Foi Daniel ter com o rei e lhe pediu designasse o tempo, e ele revelaria ao rei a interpretação.” (Daniel 1:17 e 2:16 RA)

Deus entregou a Daniel inteligência de todas as visões e sonhos. Quando o Senhor entrega algo a alguém, o faz por um propósito. Daniel sabia que a habilidade sobrenatural que fluía em sua vida, mais cedo ou mais tarde, serviria aos propósitos divinos. E quando surgiu a oportunidade ele não hesitou em lançar mão do que recebera para abençoar a muitos. Nessa ocasião o rei teve um sonho que muito o perturbou. Ele estava prestes a matar os magos que não lhe fizessem saber o sonho e sua interpretação. Diante da urgência, sem ainda saber o significado das visões reais, pela fé, Daniel se apresentou para aplacar a ira do rei e pedir-lhe um prazo. Deus honrou o senso de propósito daquele jovem e lhe trouxe toda a revelação necessária.

Será que já descobrimos o propósito da nossa vida? Quais são os dons espirituais que Deus nos deu para facilitar a execução do nosso ministério? Temos nós colocado em prática o que já sabemos que é vontade de Deus para nós? As respostas a essas perguntas nos ajudarão a tornar nossa vida mais objetiva. Não perderemos tempo fazendo coisas que não estejam em linha com o propósito divino. Nossas realizações terão sentido e trarão grande regozijo à alma, porque foram conquistadas através da ajuda e da bênção divina.

3- Princípio de Fidelidade - “Daniel, pois, quando soube que a escritura estava assinada, entrou em sua casa e, em cima, no seu quarto, onde havia janelas abertas do lado de Jerusalém, três vezes por dia, se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus, como costumava fazer.” (Daniel 6:10 RA)

Havia um decreto de morte para todos os que, por um prazo de trinta dias, fizessem petição a qualquer deus ou a qualquer homem, e não ao rei somente. Mesmo sabendo disso, Daniel continuou a praticar sua devoção diária como de costume, invocando ao Senhor e prestando-lhe culto três vezes ao dia. O risco de morte não foi suficiente para quebrar o forte princípio de fidelidade a Deus que Daniel tinha em seu coração. Precisamos tomar cuidado quando, por muito menos, cedemos às pressões deste mundo tenebroso, sufocando nosso princípio de fidelidade. “Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.” (Apocalipse 2:10 RA)

O mundo, a carne e o diabo, estarão sempre querendo comprometer nossa relação com Deus. Se o princípio de fidelidade não estiver bem firmado, estaremos sujeitos a nos inclinar para o mal e, por conseqüência, sofreremos o prejuízo. Devemos então firmar bem as estacas da fidelidade para nos tornarmos semelhantes a Ele: “se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo.” (2 Timóteo 2:13 RA)


4- Princípio de Fé - “O meu Deus enviou o seu anjo e fechou a boca aos leões, para que não me fizessem dano, porque foi achada em mim inocência diante dele; também contra ti, ó rei, não cometi delito algum. Então, o rei se alegrou sobremaneira e mandou tirar a Daniel da cova; assim, foi tirado Daniel da cova, e nenhum dano se achou nele, porque crera no seu Deus.” (Daniel 6:22-23 RA)

Por causa daquele decreto contra os que invocassem a qualquer deus, Daniel, que invocou ao Deus verdadeiro sem temer o risco de morte, foi lançado na cova dos leões. Ele passou uma noite inteira naquele lugar cercado por leões ferozes. Pela manhã, o rei, compadecido, correu ao lugar da cova e perguntou com voz triste se porventura Daniel estava bem. A resposta foi descrita acima, a qual enfatiza que a causa do livramento divino estava baseada em alguns elementos: inocência diante de Deus e do rei, e fé incondicional. A integridade de Daniel fortaleceu sua fé. A consciência de que em nada havia transgredido nem diante de Deus nem diante do rei, fez com que ele pudesse expressar uma fé ousada que lhe trouxe grande livramento. “Fogem os perversos, sem que ninguém os persiga; mas o justo é intrépido como o leão.” (Provérbios 28:1 RA)

Devemos buscar ter sempre uma consciência limpa, porque ela fortalece a nossa fé. Quando nos sentimos condenados por algum motivo, não conseguimos acreditar que o Senhor agirá em nosso favor. De fato, no pecado não podemos ser abençoados. Mas quando confessamos nossas transgressões e recebemos Seu perdão, então podemos nos voltar para Ele em inteira certeza de fé que Ele nos atenderá. “Amados, se o coração não nos acusar, temos confiança diante de Deus;” (1 João 3:21 RA)

Daniel foi um homem que estabeleceu sua conduta sobre os princípios de integridade, propósito, fidelidade e fé; e teve como resultado um forte impacto na vida de um rei que passou a conhecer ao Deus de Israel através de seu testemunho.

“Faço um decreto pelo qual, em todo o domínio do meu reino, os homens tremam e temam perante o Deus de Daniel, porque ele é o Deus vivo e que permanece para sempre; o seu reino não será destruído, e o seu domínio não terá fim.” (Daniel 6:26 RA)

segunda-feira, 23 de março de 2009

Joquebede e a Unção de Libertação

Introdução

Unção é uma capacitação sobrenatural para realizar algo. A unção de libertação seria extremamente necessária naqueles dias em que o futuro instrumento de Deus para libertar Israel, Moisés, estava sendo gerado. Antes de Moisés se tornar um grande libertador, sua mãe, Joquebede (Nm. 26:59), teve de libertá-lo primeiro, e transferir para ele essa unção de libertação. O que a unção de libertação nos permite ver?

1. A Formosura Divina - “E a mulher concebeu e deu à luz um filho; e, vendo que era formoso, escondeu-o por três meses.” (Êxodo 2:2 RA)

Havia um decreto de morte para os meninos na época em que Moisés nasceu. Todos eles deveriam ser lançados no rio Nilo pelos oficiais egípcios. Porém, quando ele nasceu, sua mãe viu que ele era formoso e o escondeu por três meses. A formosura de Moisés, certamente, não se restringia à beleza natural de um bebê. Ela viu mais do que isso... A unção de libertação nos permite ver por trás de uma sentença de morte, o propósito de Deus para aquela pessoa; e por causa do que conseguimos ver é que vamos trabalhar para resgatá-la. Precisamos ver por trás de um casamento destruído, a formosura do que Deus quer fazer ali. Precisamos ver por trás de uma situação embaraçosa e do caos numa determinada situação, a luz que resplandece em meio às trevas trazendo ordem e direcionamento. “A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas. Disse Deus: Haja luz; e houve luz.” (Gênesis 1:2-3 RA)

Todos nós somos chamados a trabalhar com libertação. Estamos sempre lidando com pessoas escravas em alguma área, no lar, na igreja, no trabalho, no convívio social, etc. Como pais precisamos libertar nossos filhos dos perigos deste mundo maligno. Muitas vezes teremos o caos diante dos nossos olhos; situações humanamente falando, irreversíveis. Mesmo assim precisaremos ver a formosura do que Deus quer fazer em cada uma dessas situações. Deus precisa de pessoas que vejam o indivíduo carente não como o mundo o vê, mas como Ele o vê.

2. Uma Estratégia Criativa - “Não podendo, porém, escondê-lo por mais tempo, tomou um cesto de junco, calafetou-o com betume e piche e, pondo nele o menino, largou-o no carriçal à beira do rio.” (Êxodo 2:3 RA)

A unção de libertação faz com que sejamos criativos na busca de uma estratégia libertadora. O Deus que quer libertar sempre nos ministrará uma palavra de sabedoria para que encontremos uma saída. Ele fez isso com Joquebede quando ela não pôde mais ocultar o menino depois de três meses de vida. Ela preparou um cesto de junco (planta pantaneira, fina e longa, semelhante ao papiro), vedou tudo com betume e piche, colocou ali o menino e o deixou ir pelas águas do rio. Essa foi a estratégia divina para livrar aquele que se tornaria o libertador de uma nação. Precisamos sempre estar atentos às estratégias que Deus nos dará no trabalho de libertação. Como lidar com um filho nas drogas? Como ajudar o deprimido? Como enxertar fé no coração dos que precisam crer na própria cura? Jesus é especialista nisso e nos ensinará o caminho - “Respondeu ele: O homem chamado Jesus fez lodo, untou-me os olhos e disse-me: Vai ao tanque de Siloé e lava-te. Então, fui, lavei-me e estou vendo.” (João 9:11 RA)

Nem sempre teremos uma fórmula definida que possa se aplicar a todos os casos igualmente. Necessitamos do Espírito Santo que nos ajudará a descobrir qual a melhor estratégia de libertação para cada caso (João 14:26 RA). Quando você estiver diante do desafio de ajudar alguém, confie que o Senhor colocará em seu coração uma palavra, um jeito especial de abordar, uma idéia, um material, enfim, qualquer coisa que Ele julgue necessária naquele momento.

3. Confiança no Livramento Divino - “A irmã do menino ficou de longe, para observar o que lhe haveria de suceder.” (Êxodo 2:4 RA)

Joquebede sabia que ela teria de fazer o seu melhor a favor do menino, mas que a verdadeira libertação viria do Senhor. Ela confiava no Deus que havia colocado em seu coração algo acerca daquela criança; e por isso, descansou em Sua provisão para impedir o destino trágico proposto pelos egípcios. Aquela mãe creu que o que aconteceria após aquela entrega do menino sobre as águas, estaria debaixo da condução divina. O acompanhamento de Miriã, irmã do garoto, a retirada do cesto pela filha de Faraó e sua compaixão, a sugestão de Miriã para se trazer uma hebréia para cuidar dele, culminando na vinda de Joquebede que o recebeu de volta são e salvo, tudo isso, demonstrou que valeu a pena confiar num Deus detalhista e minucioso, que cuidou de todos os detalhes para efetuar, Ele mesmo, a libertação - “Não a nós, SENHOR, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por amor da tua misericórdia e da tua fidelidade.” (Salmos 115:1 RA)

Nunca ninguém pode pensar que alguém foi libertado por mérito de quem ministrou libertação. Somos apenas instrumentos nas mãos de Deus, porque é Ele mesmo quem opera todas as coisas - “E há diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos.” (1 Coríntios 12:6 RA). O outro extremo da vanglória é achar-se incapaz de ministrar libertação. Isso também é um erro. Que somos incapazes por nós mesmos, está claro; mas não podemos deixar de fazer a obra por essa causa. Nossa confiança deve estar firmada em Deus que opera todas as coisas.

4. Oportunidade Para Ensinar - “Então, lhe disse a filha de Faraó: Leva este menino e cria-mo; pagar-te-ei o teu salário. A mulher tomou o menino e o criou.” (Êxodo 2:9 RA)

Os planos divinos acerca de Moisés não se limitavam ao livramento da morte naquela ocasião. Aquela criança precisava aprender os caminhos de Deus que a filha de Faraó não conhecia. Moisés tinha de conhecer a história de seu povo para quem, um dia, seria enviado. Ninguém melhor do que a própria Joquebede, sua mãe, para fazê-lo. Uma criança era desmamada entre três a cinco anos; tempo suficiente para imprimir os princípios de temor a Deus e dos propósitos para a vida. Pelo menos uma semente foi deixada em seu coração naqueles anos, a qual se tornou uma grande árvore para servir de sombra e refrigério para uma nação escrava. Uma pessoa que passou por libertação precisa ser ensinada nos caminhos de Deus. Quando isso acontece de forma satisfatória, o libertado geralmente se transforma num libertador, como aconteceu com Moisés - “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele.” (Provérbios 22:6 RA)

Depois de ministrar libertação precisamos ensinar a Palavra de Deus. Ela é o fundamento necessário para que a pessoa possa se manter na verdade e nunca mais se veja novamente debaixo de um jugo de escravidão. É importante que desenvolvamos uma relação de discipulado para que os princípios cristãos sejam fortemente impregnados no coração do aprendiz.


A unção de libertação agiu fortemente na vida de Joquebede, permitindo-lhe ver a formosura do propósito divino na vida do filho, e a encontrar uma estratégia criativa para salvá-lo. Sua confiança na provisão do Senhor foi inquebrável e a oportunidade para ensinar os princípios da Palavra de Deus foi muito bem aproveitada.

“Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás.” (Eclesiastes 11:1 RA)