4ª Reflexão Sobre o Cristo Ressurreto
"E Jesus, tendo ressuscitado na manhã do primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demônios." – Marcos 16:9
O acontecimento mais extraordinário de todos os tempos foi a ressurreição de Cristo. Ver um homem morrer e depois de três dias reaparecer em seu próprio corpo, porém, glorificado, não têm preço. Ser o primeiro a ver essa cena certamente era o privilégio mais sublime de todos. Essa honra foi dada a Maria Madalena – e que honra!
Mas por que Ele se revelou primeiramente a ela?
Foi ela quem não se apartou do sepulcro. Ela queria vê-lo mais do que tudo e do que todos. Alguns correram para testificar a notícia de que Ele havia ressuscitado – viram, observaram e voltaram para casa. Mas Maria Madalena ficou e esperou até que seus anseios pudessem ser supridos e respostas fossem dadas.
“Levaram o meu Senhor e não sei onde o puseram” – dizia ela em prantos. É certo que ela buscava o vivo entre os mortos, e, que, mesmo que o encontrasse, o que faria com um cadáver? Parecia algo totalmente insano e incoerente. Era uma desesperada caça à alguém “vivo ou morto”, não importando como esteja, contanto que o achem.
Assim Jesus era buscado por Maria.
Não é por acaso que o texto bíblico a apresenta como a mulher de quem Jesus expulsara sete demônios. Certamente sua vida era um inferno. Espíritos de prostituição, violência, depressão e culpa, dentre outros, atormentaram a vida daquela pessoa sabe-se lá por quanto tempo – até encontrar-se com Jesus. Seu encontro com Ele deu-lhe uma nova razão de viver, uma nova esperança e um novo brilho no olhar.
Depois de muito tempo ela descobriu o que é ser amada a partir do quanto Jesus se importou com ela. Desprezada pela sociedade e rejeitada pela própria família, Maria encontrou em Cristo um lugar de honra. Agora ela tinha uma nova família espiritual, novos ideais e um novo motivo para viver. Sim, Cristo era o seu tudo.
Com a morte dele, porém, nuvens espessas voltaram a rondar seu mundo. Tudo acabar assim de uma hora para outra não fazia sentido para ela. Talvez a possibilidade de voltar a ser perseguida pelos mesmos algozes demoníacos do passado, enchiam seu coração de pânico. Ficar à mercê novamente de uma sociedade fria e distante não cabia mais em seus projetos de vida.
Literalmente, não fazia mais nenhum sentido viver sem Jesus.
“Prefiro quedar-me à beira do sepulcro de um Jesus morto, do que voltar à vida sem nada dEle” – talvez possa ter sido esse o seu pensamento.
Na verdade, é só quando isso se torna uma realidade em minha vida, que Cristo se revela a mim. Jesus apareceu primeiro a Maria Madalena justamente por esse motivo.
Quando nós conseguimos voltar à vida sem nada dEle, então não precisamos dEle. Quando encontramos sentido nas coisas e vamos nos adaptando à vida como fazemos após a perda de um ente querido, então, achamos que vamos ficar bem sem Ele – talvez, apenas com um pouco de saudades.
Não foi assim para Maria Madalena. Não deve ser assim para mim e para você.
Jesus apareceu primeiro a Maria Madalena para recompensar a sua espera, busca e expectativa. Como galardão, ela voltou à vida com o Cristo ressurreto no coração, para nunca mais se apartar dEle. Sua alegria foi devolvida e seus sonhos também.
O meu desejo é que a sua vida também não tenha sentido sem Cristo. Desejo que Ele seja para você o seu tudo, sem o qual não há razão para viver.
Wilson Maia dos Santos