segunda-feira, 23 de março de 2009

Joquebede e a Unção de Libertação

Introdução

Unção é uma capacitação sobrenatural para realizar algo. A unção de libertação seria extremamente necessária naqueles dias em que o futuro instrumento de Deus para libertar Israel, Moisés, estava sendo gerado. Antes de Moisés se tornar um grande libertador, sua mãe, Joquebede (Nm. 26:59), teve de libertá-lo primeiro, e transferir para ele essa unção de libertação. O que a unção de libertação nos permite ver?

1. A Formosura Divina - “E a mulher concebeu e deu à luz um filho; e, vendo que era formoso, escondeu-o por três meses.” (Êxodo 2:2 RA)

Havia um decreto de morte para os meninos na época em que Moisés nasceu. Todos eles deveriam ser lançados no rio Nilo pelos oficiais egípcios. Porém, quando ele nasceu, sua mãe viu que ele era formoso e o escondeu por três meses. A formosura de Moisés, certamente, não se restringia à beleza natural de um bebê. Ela viu mais do que isso... A unção de libertação nos permite ver por trás de uma sentença de morte, o propósito de Deus para aquela pessoa; e por causa do que conseguimos ver é que vamos trabalhar para resgatá-la. Precisamos ver por trás de um casamento destruído, a formosura do que Deus quer fazer ali. Precisamos ver por trás de uma situação embaraçosa e do caos numa determinada situação, a luz que resplandece em meio às trevas trazendo ordem e direcionamento. “A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas. Disse Deus: Haja luz; e houve luz.” (Gênesis 1:2-3 RA)

Todos nós somos chamados a trabalhar com libertação. Estamos sempre lidando com pessoas escravas em alguma área, no lar, na igreja, no trabalho, no convívio social, etc. Como pais precisamos libertar nossos filhos dos perigos deste mundo maligno. Muitas vezes teremos o caos diante dos nossos olhos; situações humanamente falando, irreversíveis. Mesmo assim precisaremos ver a formosura do que Deus quer fazer em cada uma dessas situações. Deus precisa de pessoas que vejam o indivíduo carente não como o mundo o vê, mas como Ele o vê.

2. Uma Estratégia Criativa - “Não podendo, porém, escondê-lo por mais tempo, tomou um cesto de junco, calafetou-o com betume e piche e, pondo nele o menino, largou-o no carriçal à beira do rio.” (Êxodo 2:3 RA)

A unção de libertação faz com que sejamos criativos na busca de uma estratégia libertadora. O Deus que quer libertar sempre nos ministrará uma palavra de sabedoria para que encontremos uma saída. Ele fez isso com Joquebede quando ela não pôde mais ocultar o menino depois de três meses de vida. Ela preparou um cesto de junco (planta pantaneira, fina e longa, semelhante ao papiro), vedou tudo com betume e piche, colocou ali o menino e o deixou ir pelas águas do rio. Essa foi a estratégia divina para livrar aquele que se tornaria o libertador de uma nação. Precisamos sempre estar atentos às estratégias que Deus nos dará no trabalho de libertação. Como lidar com um filho nas drogas? Como ajudar o deprimido? Como enxertar fé no coração dos que precisam crer na própria cura? Jesus é especialista nisso e nos ensinará o caminho - “Respondeu ele: O homem chamado Jesus fez lodo, untou-me os olhos e disse-me: Vai ao tanque de Siloé e lava-te. Então, fui, lavei-me e estou vendo.” (João 9:11 RA)

Nem sempre teremos uma fórmula definida que possa se aplicar a todos os casos igualmente. Necessitamos do Espírito Santo que nos ajudará a descobrir qual a melhor estratégia de libertação para cada caso (João 14:26 RA). Quando você estiver diante do desafio de ajudar alguém, confie que o Senhor colocará em seu coração uma palavra, um jeito especial de abordar, uma idéia, um material, enfim, qualquer coisa que Ele julgue necessária naquele momento.

3. Confiança no Livramento Divino - “A irmã do menino ficou de longe, para observar o que lhe haveria de suceder.” (Êxodo 2:4 RA)

Joquebede sabia que ela teria de fazer o seu melhor a favor do menino, mas que a verdadeira libertação viria do Senhor. Ela confiava no Deus que havia colocado em seu coração algo acerca daquela criança; e por isso, descansou em Sua provisão para impedir o destino trágico proposto pelos egípcios. Aquela mãe creu que o que aconteceria após aquela entrega do menino sobre as águas, estaria debaixo da condução divina. O acompanhamento de Miriã, irmã do garoto, a retirada do cesto pela filha de Faraó e sua compaixão, a sugestão de Miriã para se trazer uma hebréia para cuidar dele, culminando na vinda de Joquebede que o recebeu de volta são e salvo, tudo isso, demonstrou que valeu a pena confiar num Deus detalhista e minucioso, que cuidou de todos os detalhes para efetuar, Ele mesmo, a libertação - “Não a nós, SENHOR, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por amor da tua misericórdia e da tua fidelidade.” (Salmos 115:1 RA)

Nunca ninguém pode pensar que alguém foi libertado por mérito de quem ministrou libertação. Somos apenas instrumentos nas mãos de Deus, porque é Ele mesmo quem opera todas as coisas - “E há diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos.” (1 Coríntios 12:6 RA). O outro extremo da vanglória é achar-se incapaz de ministrar libertação. Isso também é um erro. Que somos incapazes por nós mesmos, está claro; mas não podemos deixar de fazer a obra por essa causa. Nossa confiança deve estar firmada em Deus que opera todas as coisas.

4. Oportunidade Para Ensinar - “Então, lhe disse a filha de Faraó: Leva este menino e cria-mo; pagar-te-ei o teu salário. A mulher tomou o menino e o criou.” (Êxodo 2:9 RA)

Os planos divinos acerca de Moisés não se limitavam ao livramento da morte naquela ocasião. Aquela criança precisava aprender os caminhos de Deus que a filha de Faraó não conhecia. Moisés tinha de conhecer a história de seu povo para quem, um dia, seria enviado. Ninguém melhor do que a própria Joquebede, sua mãe, para fazê-lo. Uma criança era desmamada entre três a cinco anos; tempo suficiente para imprimir os princípios de temor a Deus e dos propósitos para a vida. Pelo menos uma semente foi deixada em seu coração naqueles anos, a qual se tornou uma grande árvore para servir de sombra e refrigério para uma nação escrava. Uma pessoa que passou por libertação precisa ser ensinada nos caminhos de Deus. Quando isso acontece de forma satisfatória, o libertado geralmente se transforma num libertador, como aconteceu com Moisés - “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele.” (Provérbios 22:6 RA)

Depois de ministrar libertação precisamos ensinar a Palavra de Deus. Ela é o fundamento necessário para que a pessoa possa se manter na verdade e nunca mais se veja novamente debaixo de um jugo de escravidão. É importante que desenvolvamos uma relação de discipulado para que os princípios cristãos sejam fortemente impregnados no coração do aprendiz.


A unção de libertação agiu fortemente na vida de Joquebede, permitindo-lhe ver a formosura do propósito divino na vida do filho, e a encontrar uma estratégia criativa para salvá-lo. Sua confiança na provisão do Senhor foi inquebrável e a oportunidade para ensinar os princípios da Palavra de Deus foi muito bem aproveitada.

“Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás.” (Eclesiastes 11:1 RA)

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