segunda-feira, 27 de junho de 2011

Autoridade

2ª Reflexão Sobre o Cristo Ressurreto

“Jesus, aproximando-se , falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.” – Mateus 28:18-20

O mundo estava em trevas sob o domínio do mal. A autoridade para governar a terra outorgada ao homem no Éden agora repousava nas mãos do diabo. A visão panorâmica era altamente desoladora, semelhante às cenas de filmes que retratam o governo de tiranos ditadores – ruínas por todo lado, gemidos e suspiros por dias melhores, além de densas nuvens escuras, compactas, decididas a não deixar escapar nenhum facho de luz. Alguém teria de lutar contra esse império. A devolução da dignidade original da raça humana era questão de vida ou morte. Mas quem poderia fazer isso se toda a humanidade era prisioneira por causa de seus próprios pecados?

Em meio ao caos, porém, surge uma esperança: “A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela.” – (João 1:5). Somente uma única pessoa poderia travar essa batalha – Cristo. E Ele o fez por mim e por você.

Ao contrário do que podemos pensar, Cristo não venceu o diabo simplesmente confrontando-o. Não era um jogo de cabo de guerra, onde vence o mais forte. Muito menos uma mera luta do bem contra o mal. Acredito que seria melhor dizer que se tratava de uma luta do bem a favor do bem. A derrota do mal seria apenas uma consequência. O triunfo do Senhor teve muito mais a ver com a Sua submissão ao Pai do que com o enfrentamento à Satanás. O diabo teria de ser resistido sim, mas a sujeição a Deus certamente era o que estava no centro de tudo. Era uma questão de vivência dos princípios e valores de Deus, e não um incansável desembainhar de espadas no mundo espiritual. Embora o inimigo estivesse sempre presente tentando, instigando para o mal, e destilando seu veneno de mentiras e ofertas sedutoras, a reconquista da autoridade se deu na quietude da submissão, dependência, renúncia, obediência e resignação, não diante do diabo, mas à face do Pai.

Na carta aos Filipenses Paulo traça o caminho percorrido por Jesus:

“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.” – Filipenses 2:5-11

Assim, submetendo-se ao Pai e à Sua justiça, Cristo reconquistou a autoridade do homem perdida no Éden. Só que agora em um escopo muito maior – autoridade na terra e no céu.

Com base nessa autoridade Ele nos envia ao mundo. Ao mesmo mundo outrora fadado a perpetuar seu caótico status de desolação, miséria e morte. Para quê o envio? Para dizer aos prisioneiros que há uma nova autoridade estabelecida. Para proclamar a verdade de que os homens não precisam mais viver sob o domínio do tirano Satanás, e que agora podem confessar um novo senhorio sobre suas vidas. Quando os homens ouvem essa gloriosa notícia e crêem nela, suas algemas caem, suas prisões se abrem e suas noites se transformam em dias. Há um novo Senhor!

Esse “ide” se cumpre enquanto vamos. É no movimento da vida rumo ao trabalho, aos negócios, aos relacionamentos. Enquanto semeamos andando e chorando, na esperança de que um dia voltaremos com alegria trazendo nossos feixes. Fazendo discípulos, batizando-os e ensinando-os acerca do Reino de Deus. Tudo isso debaixo do comando dAquele que possui a autoridade suprema nos céus e na terra. A fórmula para a nossa vitória contra Satanás enquanto vamos anunciando a verdade libertadora é a mesma: “Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.” – Tiago 4:7.

Sob esse poder que nos escuda, declaramos que é findo o domínio das trevas na vida dos que crêem em Cristo e é chegado a eles o Reino de Deus.

Wilson Maia dos Santos

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