segunda-feira, 2 de março de 2009

Lia e a Vitória Sobre a Rejeição

Introdução

Lia era esposa de Jacó, mas não a sua preferida. Num contexto onde se admitia um homem ter mais de uma esposa (embora nunca tenha sido esse o plano divino), Lia, teve de superar a triste realidade de não ter sido a amada do seu marido. Queremos aprender através da experiência dela, como superar situações de rejeição e desprezo.

1- Saber Que Deus Conhece o Nosso Desprezo – “Vendo o Senhor que Lia era desprezada, fê-la fecunda; ao passo que Raquel era estéril.” – Gn. 29:31

Deus via as atitudes de Jacó que demonstravam desprezo por Lia. O Senhor conhecia profundamente a tristeza que ela sentia ao ser rejeitada de forma tão evidente. O nosso maior conforto é saber que as pessoas podem não nos perceber, mas Deus nos vê e conhece nossa dor. A visão que o Senhor teve do problema fez com que Seu favor viesse em socorro dela, tornando-a fecunda. A capacidade de gerar filhos, para ela, seria um consolo divino que a ajudaria a superar o trauma da rejeição.

Saber que Deus está interessado em participar dos nossos conflitos internos, é extremamente gratificante. Ter alguém com quem partilhar nossas dores e frustrações, por si só, já é um maravilhoso bálsamo. Você pode, agora mesmo, abrir o coração para desabafar seus medos, traumas, complexos, sentimentos de rejeição, e tudo o que a faz sentir-se pequena, sem valor. Deus não somente conhece, como também quer vir ao seu encontro para trazer provisão de consolo.

2- Rejeitada Pelo Marido, Lia se Aproximou de Deus – “Concebeu, pois, Lia e deu à luz um filho, a quem chamou Rúben, pois disse: O Senhor atendeu à minha aflição...” – Gn. 29:32

O desprezo sofrido por Lia fê-la aproximar-se de Deus. Para alguns filhos que dera à luz, ela fez menção do nome do Senhor, ou, pelo menos, atribuiu a Ele a dádiva recebida. Por exemplo, quando Rúben nasceu, ela disse: “O Senhor atendeu à minha aflição”. Em Simeão, disse: “Soube o Senhor que era preterida e me deu mais este...”. Nessas ocasiões, diante da rejeição sofrida, percebemos claramente que os olhos dela se voltaram para Deus, Fonte de toda compreensão, consolação e aceitação.

Há determinadas situações complicadas na vida que resultarão em bênção. As crises podem nos levar a buscar a Deus de forma especial. Precisamos aprender a tirar vantagens dos momentos difíceis e indagar ao Senhor acerca do que Ele quer que aprendamos nessa hora. Procure compartilhar na célula, sobre uma experiência com Deus que você mesma vivenciou diante de uma adversidade.

3- Corrigindo a Motivação – “De novo concebeu e deu à luz um filho; então, disse: Esta vez louvarei o Senhor. E por isso lhe chamou Judá; e cessou de dar à luz.” – Gn. 29:35

Apesar de mais próxima do Senhor, atribuindo a Ele a dádiva de gerar filhos, Lia, no entanto, ainda demonstrava que a sua vida buscava incessantemente o amor do marido. No nascimento de alguns filhos, lemos frases como: “Agora me amará meu marido”, “Agora, desta vez, se unirá mais a mim meu marido”, ou, “Desta vez permanecerá comigo meu marido...”. Sua motivação era a de ser aceita e amada por ele. Mas, quando deu à luz a Judá, sua motivação foi unicamente a de louvar ao Senhor (29:35). Ela, pelo menos dessa vez, conseguiu tirar o foco do homem para se voltar, exclusivamente, para o louvor ao Senhor, sem querer nada em troca.

Nós agravamos o problema da rejeição quando vivemos em função da busca pelo amor das pessoas. Quanto mais procuramos isso, mais nos sentimos desprezados. Pois, para aquele que sofre o desprezo, a atenção dos outros nunca será suficiente. Precisamos tirar o foco da busca pelo que o homem pode oferecer, e, encontrar em Deus, a verdadeira fonte para a nossa realização.

4- Da Rejeição à Felicidade – “Então disse Lia: É a minha felicidade! Porque as filhas me terão por venturosa; e lhe chamou Aser.” – Gn. 30:13

Outros filhos vieram. Agora, Lia demonstra ter sido transformada em sua auto-estima. Através dos filhos que teve, pessoalmente, ou por meio de sua serva Zilpa, Deus concedeu à Lia a alegria de ser frutífera. O coração solitário daquela mulher havia se convertido em um lugar pleno de gozo, pelo reconhecimento da generosidade divina para com ela. Quando nasceu Gade, ela disse: “Afortunada”. Em Aser, disse: “É a minha felicidade!”. Em Issacar, disse: “Deus me recompensou”. Em Zebulom: “Deus me concedeu excelente dote”. E, enfim, Diná, que significa “Julgamento”. Ela sentia que Deus havia lhe feito justiça, e, por isso, estava realizada.

Deus nos fez para sermos plenamente felizes. Nada pode anular o fato de Jesus Cristo ter morrido na cruz, provando o seu real amor por mim. Essa é uma das verdades bíblicas que tem o poder de anular todo o sentimento de desprezo que possamos sentir. Deixe o seu coração disponível para ser curado da rejeição. O amor de Deus é o único remédio para a alma ferida.

Lia foi uma vencedora por não se deixar aprisionar pela Rejeição. Em Deus, ela encontrou sua plena realização.

“Esta vez louvarei o Senhor. E por isso lhe chamou Judá...” – Gn. 29:35

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