sábado, 3 de outubro de 2009

Os Convidados para o Banquete no Reino

Texto Bíblico: Mateus 22:1-14

Textos Complementares: João 1:11-12; Is. 59:17; 61:10; Zc. 3:3-4; Ap. 3:4-5; 4:4; 6:11; 7:9; 7:13-14

INTRODUÇÃO

O Reino dos céus agora será comparado a um rei que faz convites para a grande festa de casamento de seu filho. Veremos a atitude e a qualidade dos que foram chamados para um lugar de tamanha honra.

1. Os Primeiros Convidados – (22:1-8).

O rei manda chamar para as bodas de casamento de seu filho todos aqueles que já haviam sido antes convidados. Mas eles não quiseram vir da primeira vez e também preferiram continuar com suas atividades pessoais da segunda vez também. Demonstraram grande desprezo e desinteresse pelo convite do rei. Temos visto nas lições anteriores sobre todo o tratamento especial dispensado à nação de Israel, por causa do propósito que Deus tinha para ela. Mais uma vez, a atitude apática de muitos daquela nação em relação às coisas espirituais está sendo o foco das ministrações do Senhor. Havendo Deus preparado um grande banquete para o mundo, enviando Seu filho amado Jesus, e havendo primeiramente convidado o povo de Israel a quem o convite já havia sido feito e registrado nas Escrituras por meio dos servos e profetas do passado, muitos de Israel e suas autoridades espirituais recusaram-se a participar. As bodas de casamento representam um momento festivo. Jesus estava desenvolvendo um ministério maravilhoso em Israel em seus dias na terra. Famílias inteiras estavam experimentando grande libertação e muitas cadeias estavam sendo quebradas. No entanto, muitos insistiam em permanecer fora dessa festa.

Para os nossos dias, o Reino de Deus entre nós também é motivo de festa, júbilo e regozijo. Porém, muitos se privam desse banquete porque preferem estar ocupados com outras coisas que julgam ser mais importantes. Outros não desfrutam porque seus corações estão cheios de amargura e ressentimentos contra outras pessoas. Qual é o seu caso? Você tem desfrutado da alegria do Reino de Deus em seus dias?

2. Os Convidados Depois – (22:9 e 10).

O rei estava determinado a não deixar vazia a sala do banquete das bodas de seu filho. Para tanto, manda chamar de todos os lugares pessoas boas e más, a fim de encherem o local da festa. Pessoas que facilmente poderiam ser convidadas para qualquer festa, por causa de sua boa reputação. Outras, porém, de índole questionável e até discriminadas pela sociedade de então. Pela recusa dos primeiros o Reino dos Céus passou a ser oferecido a todas as pessoas, mesmo àquelas que não possuíssem um perfil religioso.

Dois grupos de pessoas podem fazer parte do grupo que fora convidado depois dos primeiros:

1) Gente da própria nação de Israel, porém, que não pertencia ao grupo dos mais religiosos. Gente comum, que ouvia a Palavra de Deus com interesse e devoção, mas que não era da classe sacerdotal ou ligada aos fariseus, aos escribas e demais autoridades religiosas da época. Alguns eram publicanos (cobradores de impostos), rejeitados pelos próprios judeus por cobrarem impostos para o Império Romano, sendo alguns desonestos no exercício da atividade profissional. Outras eram prostitutas que viviam marginalizadas, como nos nossos dias. Outros, até sentenciados à morte por causa de seus delitos, como no caso do ladrão que se reconciliou com Deus na última hora, estando crucificado ao lado de Jesus.

2) Gente de outras nações, conhecidas como gentias. Pelo simples fato de não ser um judeu, qualquer que fosse o gentio, ele seria considerado como alguém não participante da aliança entre Deus e o homem.

Vemos, portanto, o grande amor divino estendido a todas as pessoas, chegando a nós também. Através disso tudo ressaltamos o valor da graça divina, que convida não firmada no merecimento de alguém, mas por pura manifestação de seu favor generoso.

3. O Convidado Sem a Veste Nupcial – (22:11-14).

Quando o rei foi saudar os convidados, estando a sala do banquete totalmente cheia, percebeu que havia entre eles alguém sem a veste nupcial. O fato de o convite ter sido estendido a todas as pessoas, não significava ausência de condições estabelecidas. Bons e maus poderiam se achegar com alegria e confiança, porém, todos deveriam ter suas vestes substituídas por outras, condizentes com o tipo de festa para a qual estavam sendo convidados. As vestes falam da Justiça de Cristo sobre alguém cujos pecados foram perdoados (Isaías 61:10). O convidado que entrou sem as vestes representa aquele que quer participar dos benefícios do Reino de Deus, sem primeiro ter passado pela experiência de arrependimento e de pecados perdoados pelo sangue de Jesus.

Quando verdadeiramente nos arrependemos e recebemos Jesus Cristo como nosso Senhor e Salvador pessoal, nossas vestes são trocadas. Deixamos nossa vestimenta manchada pelo pecado, e nos revestimos de uma nova: as vestes da justiça de Cristo. Essas vestes não representam nossas próprias justiças, mas as de Cristo sobre nós. O nosso desafio agora é não permitirmos que essas vestes sejam contaminadas novamente (Ap. 3:4-5; Zc. 3:3-4). Andemos em santidade e confessemos nossos pecados a Deus para que nossa comunhão com o Pai nunca seja interrompida.

CONCLUSÃO

Vimos que muitos de Israel rejeitaram o convite para se alegrarem com Deus no Seu Reino entre os homens. Outros, porém, bons e maus, se achegaram pela fé, arrependidos de seus pecados, e desfrutaram do banquete oferecido pelo Rei. A condição imprescindível, porém, repousa na troca das vestes impuras do pecado, pelas novas que só em Cristo encontramos.

APLICAÇÃO

Não permita que as distrações ou ocupações deste mundo o impeçam de atender ao convite do Pai celestial que o chama para ter comunhão com Ele. Valorize o grande favor divino dispensado a você e desfrute dos benefícios do Reino (cura, libertação, paz, prosperidade, etc.) com toda a liberdade. Cuide das suas novas vestes em Cristo para que elas não sejam contaminadas pela impureza, avareza e todo tipo de pecado que nos distancia de Deus.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Os Frutos do Reino de Deus - Parte 2

Texto Bíblico: Mateus 21:33-43

Textos Complementares: Mt. 23:30 e 35, 27:25, Lc. 11:50, Gl. 5:19-26, Rm. 9 a 11

INTRODUÇÃO

Na lição anterior vimos sobre o cuidado do proprietário de terras com sua vinha. Ele a plantou, cercou, cavou um lagar, levantou uma torre e a entregou a alguns lavradores. A vinha representa o Reino de Deus entregue à nação de Israel, que devia entregar os frutos de justiça no tempo esperado. No tempo da colheita, o senhor da vinha enviou seus servos para receberem os frutos. Sobre isso falaremos na lição complementar de hoje.

II – A Atitude dos Lavradores

1. Maltrataram os Profetas – (21:35-36).

Já vimos quem eram os lavradores: autoridades espirituais da casa de Israel. Homens que tinham tudo para manifestar em suas próprias vidas as virtudes de bondade, de mansidão e de justiça, próprias do Reino de Deus. Contudo, quando o senhor da vinha enviou seus servos para receber os frutos, evidenciou-se da parte dos lavradores um outro fruto: o da violência, da injustiça, do homicídio, da inimizade, da ganância e do orgulho. Aqueles que deveriam estar mais próximos de Deus, na verdade, viviam longe dEle. E porque seus corações eram maus, eles maltrataram todos os enviados pelo dono. Os servos do proprietário representam os profetas que foram enviados à nação de Israel, tantas vezes, para tentar trazer a nação de volta aos braços do Pai quando esta se desviava do caminho original. A parábola declara que os lavradores espancaram, mataram e apedrejaram os servos. Assim fizeram literalmente com alguns profetas do passado, e também na forma de perseguição, calúnia e difamação de outros tantos.

Devemos olhar para as nossas próprias vidas e verificar se não temos rejeitado a palavra dos nossos líderes espirituais quando estes nos confrontam em nossos erros.

2. Mataram o Próprio Filho de Deus, Jesus – (21:37-39).

Por fim, uma vez enviado o próprio filho do proprietário, haveriam de fazer com ele a mesma coisa. Esse filho representa Jesus. Mais do que um profeta; o próprio Filho do Deus Altíssimo. Porém, as autoridades espirituais também não o respeitaram; lançaram-no para fora da vinha e o mataram. Essas autoridades, movidas por inveja diante da maravilhosa forma como Jesus ensinava, curava, expulsava demônios, e fazia bem tudo o que se propunha fazer, não suportaram a idéia de perderem os privilégios e honras diante do povo. Seus corações invejosos e maldosos tramaram um terrível plano para tirar a vida de Jesus. Provaram com essa atitude que eles conheciam as Escrituras somente de forma intelectual, mas nunca se deixaram transformar por elas.

Eles não reconheceram a Jesus porque seus corações estavam cheios de ódio. Tais atitudes não poderiam ficar impunes. Assim que o proprietário da vinha tomou ciência do que havia acontecido, logo providenciou a retomada daquele lugar que havia sido arrendado àqueles maus lavradores, e o entregou a outros que fossem fiéis e que se dispusessem a entregar o fruto no tempo certo. A autoridade do Reino de Deus foi tirada das mãos das autoridades espirituais corruptas de Israel e foi entregue à Igreja.A inveja e o ódio continuam crucificando Jesus nos dias de hoje. Se algum irmão alimentar esses sentimentos, certamente verá o amor de Deus se arrefecendo em seu coração dia a dia.

III – A Responsabilidade dos Novos Lavradores

O único desejo do senhor da vinha é receber os seus frutos no tempo da colheita. Gostaríamos de repetir o que seriam na verdade esses frutos: frutos de justiça, de bondade, de generosidade, de respeito ao próximo, de acolhimento aos necessitados, de vidas tementes a Deus, de vidas salvas e rendidas a Cristo, bem como qualquer outra virtude descrita na Palavra de Deus que possa refletir o Seu caráter. Diante da falha dos antigos lavradores, o senhor da vinha a entregou a outros. Os novos lavradores representam a Igreja de Jesus Cristo dos nossos dias. Igreja, composta de pessoas nascidas de novo, lavadas e regeneradas pelo precioso sangue de Jesus, de todas as partes do mundo. É bom lembrar que a vinha não é Israel, e sim o Reino de Deus.

A vinha estava sob os cuidados de Israel, mas agora, Deus a entregou à Igreja, até que se cumpra o seu tempo sobre a terra. Findo esse tempo, os olhos do Senhor se voltarão para Israel novamente, porém, agora é o tempo da Igreja. Tempo para trabalhar de tal forma que os frutos da vinha sejam evidenciados na forma de toda a justiça, paz, pregação do evangelho, e de todos os frutos já mencionados anteriormente. Ainda mais na forma de vidas salvas e redimidas de seus pecados, rendidas a Jesus Cristo de todas as partes do mundo. Esse é o trabalho da Igreja. São esses os frutos que Deus deseja receber dela. Se eu e você fazemos parte da Igreja de Jesus Cristo, então, nós somos os novos lavradores dos dias de hoje. Nós fazemos parte da parábola que o Senhor nos contou, e devemos assumir com responsabilidade o nosso papel, para podermos entregar ao Pai todos os frutos que Ele espera receber das nossas mãos.

CONCLUSÃO

As autoridades de Israel que não viveram em real comunhão com Deus durante o passado, não reconheceram os profetas enviados à nação para fins de restauração. Elas os maltrataram e até mataram alguns. O mesmo aconteceu com o próprio Jesus, ferido e morto nas mãos dos líderes de Sua época. Indignado, o Pai tirou a vinha (o Reino de Deus) das mãos dessas autoridades e a entregou a um outro povo, a quem chamou de Igreja.

APLICAÇÃO

As autoridades espirituais de Israel maltrataram, feriram e mataram, tanto profetas como o próprio Filho de Deus porque seus corações eram maus. O problema está numa religiosidade fria, sem valorizar um relacionamento sincero com Deus. O distanciamento do Pai dá lugar a sementes malignas de inveja, ódio, competição, intrigas, calúnias, inimizades, avareza, orgulho, idolatria, cobiça, sensualidade, maledicência, e toda sorte de maldade e impureza, tão presente na vida de pessoas que deveriam estar livres de tudo isso, para poderem liderar o povo de Deus. Sondemos nossos corações no final dessa lição para verificarmos como eles se encontram. Arrependamo-nos de nossos pecados de todo o nosso coração, principalmente, diante do grande desafio de apresentarmos nossos frutos na estação própria.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Os Frutos do Reino de Deus - Parte 1

Texto Bíblico: Mateus 21:33-43

INTRODUÇÃO

O Pai Celestial elaborou um maravilhoso plano para obter uma grande colheita de frutos provindos de sua vinha. Veremos hoje no que se consiste esse plano e quais os frutos esperados. Por se tratar de uma parábola rica de detalhes, ministraremo-la através de duas lições. Receba, portanto, a primeira parte.

I – As Providências do Proprietário de Terras

1. Plantou Uma Vinha - (21:33).

O texto bíblico revela que o homem idealizador da vinha era proprietário de terras. Ele representa o Criador dos céus e da terra, o Todo-Poderoso, possuidor de todas as coisas. O nosso Deus é o Senhor de todas as nações da terra. Porém, um dia decidiu separar um lugar especial para ali plantar a sua vinha. A vinha representa a manifestação do Reino de Deus entre os homens, o que se deu, a princípio, através da nação de Israel, escolhida para ser mediadora das virtudes do Reino com todo o mundo (Êxodo 19:5-6). Deus deseja estar entre os homens e manifestar seu Reino de amor, único que pode preencher as carências e suprir todas as necessidades das pessoas.

2. Cercou a Vinha – (21:33).

A nação de Israel nasceu com o propósito de receber de primeira mão a Palavra de Deus, e transmiti-la às outras nações. Ela seria um instrumento de boas novas para que todos os povos tivessem condições de conhecer a bondade e a misericórdia do Pai, estendidas a todas as pessoas de todas as partes do mundo. Uma nação com tão relevante missão certamente seria alvo de grandes projetos malignos a fim de se impedir o cumprimento de seus objetivos. Pensando nisso, o Senhor da vinha a cercou por todos os lados. Deus protegeu a nação de Israel por centenas de anos, não permitindo sua devastação, como foi intuito de muitas nações no decorrer dos tempos. Todos os planos para riscar Israel do mapa foram frustrados, porque a mão invisível e poderosa a sustentou visando sempre preservar aquela que era canal da propagação da Palavra de Deus ao mundo.Por causa do grande amor de Deus pelos homens é que Ele protegeu Israel. Por meio de Israel veio o Salvador Jesus, abençoador de todo aquele que nEle crê.

3. Cavou Um Tanque Para Prensar as Uvas – (21:33).

Se a vinha representava o Reino de Deus entre os homens, manifesto ao mundo através de Israel, esperava-se que essa vinha desse os seus frutos na estação certa. O proprietário das terras cavou um tanque para prensar as uvas. Isso demonstra que ele tinha a expectativa de ver a sua vinha produzindo frutos saudáveis no tempo certo. Da mesma forma, Deus tinha a expectativa de ver os frutos do Reino sendo manifestos através de Israel. O Pai desejou ver aquela nação manifestando os frutos de justiça, de bondade, de generosidade, de respeito ao próximo, de acolhimento aos necessitados e de vidas tementes a Deus. Não só isso, mas também desejou ver todas as nações se beneficiando desse fruto e sendo contagiadas por ele.Deus é amor e deseja que seus filhos se fartem dos frutos do Reino. Famílias são transformadas quando dele se alimentam, porque é abundante de vida, amor e paz.

4. Construiu Uma Torre – (21:33).

A torre na vinha representava um lugar de vigilância contra todos os inimigos ao redor. Um lugar de onde logo se avistariam todos os possíveis intrusos, interessados na destruição daquele lugar. Apesar da nação de Israel sempre ter vivido sob a ameaça de grandes inimigos representados por fortes nações, seu maior inimigo, porém, era espiritual. E somente um argumento espiritual seria suficiente para derrotar a Israel: o pecado. Nenhuma nação estrangeira teria poder contra ela se ela vivesse em comunhão com Deus e em santidade. Por isso, no decorrer da história, Deus ordenou o levantamento de um tabernáculo no deserto, e depois, templos e sinagogas, através dos quais toda a nação poderia receber a Palavra e os comandos divinos. Esses seriam Torres no meio do povo para alerta-los quanto ao perigo do pecado, e da necessidade de se viver aos pés do Senhor. Cultos nos templos, as reuniões nas células e a comunhão no discipulado continuam sendo Torres de Vigia que nos previnem contra o mal e apontam na direção do Pai.

5. Arrendou a Vinha – (21:33).

O proprietário arrendou a vinha a alguns lavradores, esperando receber a sua parte no tempo devido. Os lavradores representam as autoridades espirituais (principalmente sacerdotes e fariseus – Mt. 21:45) que tinham a responsabilidade de experimentar o Reino de Deus e faze-lo chegar ao povo de Israel, bem como às nações da terra. Como vimos nos itens anteriores, o proprietário fez o melhor que podia para garantir que tudo desse certo, a fim de que o fruto se manifestasse sem impedimento algum. Porém, nas mãos dos lavradores, algo de errado aconteceu.Deus continua confiando Sua vinha (o Reino dos Céus) às nossas mãos. Devemos faze-lo chegar à nossa família, aos amigos e a quem pudermos levar.

CONCLUSÃO

O Senhor de todas as nações escolheu uma nação em particular, Israel, para ser a agente do Reino dos Céus entre os homens. Ele protegeu essa nação, livrando-a dos seus inimigos ao redor. Anunciou por várias vezes que esperava receber o fruto de justiça, de amor ao próximo e temor a Deus. Para tanto, ordenou a edificação de lugares de oração, onde se pudesse trabalhar a espiritualidade do povo para que nunca se desviassem dos Seus caminhos. Depois de tudo isso, confiou Seu Reino a homens que viveriam exclusivamente para estuda-lo, conhece-lo, experimenta-lo e transmiti-lo à nação e ao mundo.

APLICAÇÃO

Abra-se para o amor de Deus manifesto através do Seu Reino e veja suas carências e necessidades supridas. Creia que, como Deus protegeu Israel, Ele protege você e o guardará em segurança, sempre. Procure manifestar os frutos do Reino de Deus em sua vida, levando bem-estar a todos os que com você convivem. Nunca se afaste da comunhão na célula, no templo e no discipulado, pois isso o ajudará a crescer e fortalecer-se no Senhor. Exerça com responsabilidade a missão de ser um agente do Reino de Deus onde você estiver plantado. Na próxima semana veremos como os líderes religiosos do passado lidaram com a responsabilidade de transmitir o Reino de Deus aos homens.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Atitudes que Fazem a Vontade do Pai

Texto Bíblico: Mateus 21:28-32

INTRODUÇÃO

Hoje, o aspecto do Reino dos Céus a ser abordado refere-se ao valor das nossas atitudes, acima das nossas palavras. Palavras têm poder, mas não acompanhadas de ações, enfraquecem e se tornam nulas. Vejamos o exemplo dos dois filhos desta parábola.

1. A Atitude do Primeiro Filho – (21:28-29).

O primeiro filho desta parábola, revela, a princípio, uma atitude de resistência ao pedido do pai. “Não quero!” Foi o que ele respondeu quando solicitado a trabalhar na vinha. Ao responder dessa forma, demonstra não estar interessado pelas mesmas coisas que o pai se interessa, além de não querer se envolver com os negócios da família. A indiferença quanto aos interesses do pai, na verdade, é exemplo da atitude natural do homem pecador, alienado dos interesses do Pai Celestial. Portanto, o primeiro filho da parábola é exemplo do homem pecador, sem Deus, distante e frio quanto a tudo o que é de interesse do Pai. Ele representa os pecadores dos dias de Jesus e dos nossos dias também, que estão distantes do Caminho.Porém, algo maravilhoso aconteceu! Depois de um tempo de reflexão, esse filho, apesar da recusa inicial, arrepende-se de suas palavras e vai. Ele cumpre a vontade do pai pondo em prática exatamente o que ele desejava que fosse feito. Ir para a vinha significa cumprir a vontade de Deus em Seu Reino. Amar o nosso próximo, perdoar nossos devedores, exercer misericórdia para com os outros, socorrer os aflitos em suas necessidades, além de tantas outras coisas, são exemplos de como verdadeiramente nos arrependemos e queremos cumprir o desejo do nosso amoroso Pai.

2. A Atitude do Segundo Filho – (21:30).

O segundo filho desta parábola revela a princípio, uma atitude de prontidão quanto ao pedido do pai. “Sim, senhor!” Foi o que ele respondeu quando solicitado a trabalhar na vinha. Apesar de uma prontidão aparente, porém, suas ações posteriores demonstraram não estar em linha com as palavras proferidas. Apesar de dizer que ia, acabou não indo, frustrando totalmente as expectativas do pai.

Vemos então que as boas palavras que não são acompanhadas de ações concretas se convertem em hipocrisia. Na verdade, o que vem primeiro é a hipocrisia que gera palavras agradáveis, mas totalmente destituídas de verdadeiras e puras intenções.

O segundo filho representa os religiosos de ontem e de hoje. Nos dias de Jesus, eles anunciavam em alta voz que amavam a Deus e às pessoas, mas na prática, estavam distantes tanto de um quanto dos outros. Suas palavras eram vazias e sem poder, porque não eram acompanhadas de ações concretas, reais e sinceras.

Eles diziam amar a Deus, mas na prática amavam mais a si mesmos; diziam amar aos outros, mas se preocupavam em acumular riquezas e mais riquezas sem compartilha-las com quem necessitasse; diziam viver uma vida de oração, mas buscavam mesmo era impressionar as pessoas.

3. A Atitude dos Filhos de Hoje – (21:31-32).

Os dois filhos ainda estão presentes nos dias de hoje. Existem aqueles que estão dizendo “não” ao evangelho do Senhor Jesus Cristo. Eles fazem isso, talvez, por preconceito, ou por um enganoso medo de perder a liberdade, ou mesmo, por não conhecerem a verdade do Evangelho. Porém, a recusa inicial não quer dizer que de fato permanecerão fora do Reino de Deus. Muitos, aos milhares, estão se arrependendo das posturas de resistência em face da pregação da Palavra de Deus, e estão se rendendo a Jesus, com choro e lágrimas. Estão anulando suas palavras anteriores diante de posturas novas que provam terem passado por um arrependimento genuíno. Arrependimento significa mudança de atitude. É algo não apenas restrito à área dos sentimentos, é mais profundo. Afeta as ações.

Mas, o segundo filho também está vivo nos dias atuais. Ele se manifesta toda a vez que alguém se contenta em fazer promessas que nunca serão cumpridas. Ele está por detrás de toda palavra vazia que nunca gerou verdadeiros atos de justiça, porque, na verdade, nunca se intentou transformá-las realmente em ações práticas. O segundo filho se evidencia à sombra de uma religião que professa crer em Deus e em Sua Palavra, mas que, na prática, vive outra realidade bem distante do que significa conhecer a Deus.


CONCLUSÃO

O primeiro filho representa o pecador arrependido, que resiste à vontade de seu pai, mas que o obedece posteriormente. É o que realmente agrada a Deus. O segundo filho, pensa que agrada ao pai pelo simples fato de dizer que ia para a vinha. Porém, sua atitude de não ir revela que o seu intuito era apenas o de impressionar com palavras. Palavras de pessoas assim caem no vazio porque não são acompanhadas de ações concretas que realmente podem agradar ao coração do Pai Celestial.

APLICAÇÃO

Identifique que tipo de filho você é. Aquele de muitas palavras sem ações, ou aquele que, através das ações mostra que realmente ama a Deus e quer ser-lhe agradável. Verifique se não tem sido uma postura habitual liberar palavras sem real intenção de cumpri-las. Procure corrigir posturas assim, caso existam.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

A Generosidade no Reino dos Céus

Texto Bíblico: Mateus 20:1-16

INTRODUÇÃO

O Reino dos céus é um reino de generosidade, onde o mais importante não é o que o homem faz por merecer, mas sim o que recebe sem mérito algum. Na parábola de hoje veremos sobre a atitude do senhor da vinha em relação aos que nela trabalharam por um dia. Observaremos como Deus manifesta sua generosidade para conosco.

1. Chamando Trabalhadores Para a Sua Vinha – (20:1-7).

O senhor da parábola que chama trabalhadores para a sua vinha representa o nosso próprio Deus. Pela graça divina fomos salvos, perdoados de nossos pecados e libertos de nossas amarras para vivermos em novidade de vida. Além disso, através da mesma graça que agiu para a nossa salvação, também fomos chamados para trabalhar no Reino de Deus. Poderíamos trabalhar inteiramente de graça, apenas por gratidão pelo tanto que Ele nos fez. No entanto, o Pai decidiu nos recompensar, ainda que não merecêssemos coisa alguma. Em várias passagens da Bíblia vemos falar sobre recompensa, galardão, retribuição, etc. (Gn. 15:1; Is. 40:10; Mt. 5:12; Mt. 10:42; I Co. 3:8; Ap. 22:12).Portanto, mesmo sem merecimento algum, o Senhor nos chama para trabalhar em Seu reino e nos faz uma promessa de recompensa. No passado não éramos dignos de coisa alguma. Andávamos pela vida sem propósito, tristes e perdidos. Mas agora, por sua graça, além da nossa vida se encher de significado especial, fomos também chamados para servi-lo em Seu Reino com a promessa de uma grande recompensa. Glória a Deus por sua generosidade!

2. Retribuindo Conforme o Seu Espírito Generoso – (20:8-15).

Os trabalhadores foram contratados para trabalhar a partir de horas diferentes do dia. Uns foram chamados às 6 horas da manhã, outros às 9h, outros ao meio-dia, outros às 15h, e os últimos às 17h. Provavelmente às 18 h. ou aproximadamente, encerrou-se o expediente de trabalho, quando o senhor da vinha chamou o administrador e pediu-lhe para pagar os trabalhadores começando pelos últimos. Ele já havia combinado com os primeiros que o salário deles seria de um denário (o referente a um dia de trabalho). Quando os que trabalharam apenas uma hora (os que foram chamados por último), receberam um denário cada um, sendo assim também para com os demais trabalhadores chamados nas demais horas do dia, os primeiros então se queixaram alegando serem merecedores de um valor maior por terem trabalhado mais. Jesus certamente quer mostrar nesta parábola que, rapidamente, podemos nos esquecer que não merecemos sequer o denário prometido. Facilmente nos esquecemos de quem éramos, míseros pecadores, e que pela graça fomos elevados a uma posição de servos, e até amigos do Rei. Bem facilmente somos tentados a olhar para o que os outros receberam ou têm recebido, e logo, achar que merecíamos também isso ou aquilo. Para mostrar que não era por merecimento e sim por sua generosidade é que o senhor da vinha faz algumas coisas diferentes:

1) Começa a pagar pelos últimos e não pelos primeiros;

2) Paga aos que trabalharam menos a mesma quantia paga aos que trabalharam mais;

3) Prova que não lesou a ninguém, mas que foi honesto para com os que trabalharam mais, e generoso para com os que trabalharam menos. Portanto, a forma de pagamento aos seus trabalhadores não foi baseada na quantidade de horas trabalhadas, mas no espírito honesto e generoso de quem os contratou.

3. Ensinando a Religiosos e “Pecadores”, Judeus e Gentios – (20:16).

Nos dias de Jesus havia muitos religiosos que se julgavam ser os primeiros trabalhadores. Supunham conhecer mais as Escrituras, acreditavam ser os mais cumpridores da Palavra de Deus e merecedores de maior honra no Reino dos Céus. Em contrapartida, o evangelho estava sendo pregado também aos pobres em todos os sentidos. Muitos pecadores estavam se convertendo de suas iniqüidades e vindo para a luz do Senhor. Estes representavam os últimos, da última hora. Jesus também certamente tinha em mente os judeus e os gentios (gentio é todo aquele que não é judeu).

Os judeus receberam a Palavra primeiro que os gentios. No entanto, muitos gentios abraçaram a fé com muito mais intensidade do que muitos judeus.Os primeiros trabalhadores, pelo tempo de trabalho deviam ser mais maduros. Porém, revelaram orgulho, inveja, competição, além do desejo de serem honrados. Não se alegraram com a generosidade do senhor da vinha em relação aos demais trabalhadores. Tiveram o mesmo descontentamento do irmão mais velho da parábola do filho pródigo, que não se alegrou com a volta ao lar do irmão que estava perdido. Esse sentimento pecaminoso é que transforma os primeiros, em últimos. E aqueles que humildemente recebem o favor divino com coração agradecido e permanecem servindo com a mesma atitude, são promovidos de últimos a primeiros.

CONCLUSÃO

Deus é generoso para com os seus filhos e deseja que estes andem no mesmo espírito de generosidade para com os seus irmãos. O contrário disso é base para a inveja, o ciúme e todo espírito de julgamento, que, como erva daninha, contamina todo o campo.

APLICAÇÃO

Alegre-se com o que Deus tem feito na vida de outras pessoas, ou através delas. Elimine todas as possíveis raízes de insatisfação ou inveja em relação ao outro. Peça ao Senhor que lhe dê um coração generoso para sempre buscar o crescimento de outras pessoas, e também humilde para nunca se julgar mais merecedor do que elas.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

A Centésima Ovelha

Texto Bíblico: Lucas 15:1-7

INTRODUÇÃO

Deus ama o mundo perdido e incumbiu Sua Igreja da missão de proclamar este amor a toda a criatura. Para que a Igreja cumpra bem esse papel, é necessário que ela tenha uma revelação mais abrangente acerca deste tema. Quais as revelações necessárias para se entender o coração de Deus?

1. A Revelação de que a Ovelha Perdida é o Descrente – (vs.1-3)

Muitas vezes ouvimos ilustrações que consideram a ovelha perdida como sendo o crente da igreja que por algum motivo se desviou. Embora um crente numa situação assim também seja alvo da preocupação do Senhor, e também da igreja, contudo, não é sobre ele que a parábola discute. Note que o assunto que gera a necessidade de Jesus ensinar esta parábola está relacionado ao fato de que alguns o criticavam por ele comer com os pecadores. Ele freqüentemente era visto com pessoas consideradas ímpias, e por isso, sempre era criticado pelos religiosos que esperavam dele uma postura mais separatista.

Entretanto, Jesus sabia que eram os pecadores que necessitavam dele, e não os que já se consideravam puros. O mais importante de tudo isso é perceber que esse tema gerou a parábola da ovelha perdida, referindo-se ao pecador perdido como sendo essa ovelha que necessita ser resgatada.

Talvez tenhamos dificuldades de considerar o descrente como "ovelha de Deus". Achamos que as ovelhas estão somente dentro dos templos (apriscos). Até nos chocamos quando pensamos naquelas pessoas que já cometeram crimes contra a sociedade, como sendo, aos olhos do Pai, ovelhas dEle; desgarradas, mas dEle. Mas é assim mesmo que o Senhor as vê: ovelhas perdidas que precisam ser resgatadas, alvos do Seu grande amor.

2. A Revelação do Grande Valor da Ovelha Perdida Para Deus – (v.4)

A parábola conta que o pastor deixou as noventa e nove ovelhas por um tempo, a fim de procurar a que se perdera. É óbvio que ele as deixou em segurança, supridas e alimentadas, por serem também de grande importância para ele. Mas ao partir em busca da extraviada, o pastor revelou que aquela simples ovelha possuía aos seus olhos o mesmo valor das demais. Ele não se contentou em ter no seu aprisco a grande maioria. Certamente, ele se colocou no lugar da ovelha perdida, cansada, com sede e desorientada, e movido de grande compaixão, partiu em seu resgate.

Certamente o Senhor, nosso Sumo Pastor, está nos templos recebendo a adoração do seu povo. Porém, muitas igrejas não manifestam interesse pela conquista das vidas. Não desenvolvem programas que visam o resgate de famílias, nem se preocupam em conhecer sua responsabilidade na grande comissão, descrita em Mateus 28:18-20. Como conseqüência, com o tempo elas se esfriam, e perdem de vista o propósito da sua existência.

Por que isso acontece? Porque Jesus está onde se encontra o pecador. Lembre-se: Ele deixou as noventa e nove no aprisco e partiu em busca da desgarrada. E as noventa e nove? Elas não desfrutarão da presença do pastor no aprisco? Claro que sim! Porém, somente quando ele traz de volta a que se perdeu.

Queremos dizer que uma igreja saudável que desfruta da gloriosa presença de Deus é aquela que está comprometida com a salvação das vidas.

3. A Revelação de que a Ovelha Encontrada Precisa de um Ombro Amigo – (v.5)

Felizmente, houve salvação para essa ovelha. No entanto, por haver se perdido, ela está enfraquecida, provavelmente ferida, suja, sedenta e exausta. Além disso, ela não sabe o caminho de volta. É então quando o amável pastor a toma em seus braços e a coloca em seus ombros, para leva-la de volta ao aprisco. A atitude desse amoroso pastor nos mostra que nós também precisamos aprender a levar o novo crente em nossos ombros. Como? Quando compreendemos que as pessoas que vieram do mundo também se encontram feridas, cansadas e desorientadas, então devemos oferecer-lhes descanso. A Palavra de Deus nos propicia refrigério e restauração das nossas veredas (Salmo 119:176).

Quando ministramos a Palavra de Deus, estamos ministrando descanso (Mateus 11:28-30).

Quando intercedemos pelo novo crente, também o ajudamos a descansar (Lucas 22:32).

Quando o acompanhamos em seus primeiros passos na vida cristã, também demonstramos apoio necessário para vencer essa etapa (Atos 11:23).

Quando o ouvimos e compreendemos suas fraquezas e os encorajamos a seguir adiante, também os levamos sobre os nossos ombros (Hebreus 12:12-13).

CONCLUSÃO

A ovelha perdida é o pecador que ainda não se encontra na Casa de Deus, mas é alvo do amor divino tanto quanto os que já foram salvos. São chamados de ovelhas porque do ponto de vista do grande amor de Deus, Cristo morreu também por eles. Para que os alcancemos também precisamos vê-los como ovelhas do Pai. Não podemos vê-los como o mundo os vê: “prostitutas”, “corruptos”, etc. Precisamos vê-los como ovelhas, ainda que desgarradas. Ao resgata-los, precisamos suprir suas necessidades imediatas, oferecendo-lhes o perdão garantido na cruz do calvário e revelado na Palavra de Deus. A oração por eles, o aconselhamento e o acompanhamento dedicado, certamente serão benditas formas de coloca-los sobre os nossos ombros até que possam caminhar por eles mesmos.

APLICAÇÃO

Procure ser um resgatador de vidas segundo o coração de Deus. Ore para que o Senhor lhe conceda oportunidades de resgatar ovelhas que estão extraviadas neste mundo perdido. Alegre-se por vê-las salvas no aprisco, e sinta-se participante dessa vitória!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Lançando a Rede da Salvação

Texto Bíblico: Mateus 13:47-50

INTRODUÇÃO

Hoje falaremos sobre a necessidade de estarmos ocupados com a pregação do evangelho ao mundo, e do destino dos que forem conquistados através desse trabalho.

1. Uma Rede Lançada ao Mar – Mateus 13:47a

O Reino dos Céus é comparado a uma rede lançada ao mar. Após a ressurreição de Cristo os discípulos receberam a incumbência de lançar a rede da pregação do evangelho, ao mar das multidões espalhadas pelo mundo. Desde aqueles dias tem se pregado a Palavra de Deus por todas as partes, e muitos tem vindo para a Luz do Evangelho. A parábola está indicando um caminho obrigatório para quem quer estar em linha com o Reino dos Céus: Pregar o Evangelho. Será que tem sido uma prática natural sua a pregação da Palavra de Deus aos que convivem com você no trabalho, no lar, na escola ou no círculo de amizades?

2. Toda Sorte de Peixes – Mateus 13:47b

Na seqüência, vemos que o resultado obtido no lançar das redes foi a pesca de peixes bons e outros ruins. De antemão o pescador experiente já sabia que isso ia acontecer, mas não se preocupou com isso, pelo menos até aquele instante. Ele sabia que no momento oportuno haveria uma separação, mas não naquela hora. Aquele era o momento da pesca livre, ousada e urgente, para que não se corresse o risco de ficar algum bom peixe de fora, ainda que com possibilidade de acréscimo de peixes ruins.Acredito que é importante lançar as redes com ousadia nos dias de hoje. Pregar o evangelho a todas as pessoas e em todos os lugares. Recebe-las com alegria em nosso meio e dar oportunidade para que todas cresçam e manifestem o fruto de uma vida transformada por Deus. Alguns, porém, se passarão por peixes bons, sendo na verdade “ruins” e não nascidos de novo. Quando estes fizerem algo digno de repreensão, a igreja certamente os disciplinará. Outros se manterão pacificamente no meio do Corpo de Cristo, não incomodando ninguém. Porém, Deus sabe quem é quem, e no devido tempo, separará os bons e os maus e fará distinção entre eles. Não se preocupe com a possibilidade do ingresso no Reino de Deus de pessoas más intencionadas. Preocupe-se com os milhares de sinceros e abertos à Verdade que ainda necessitam ser apanhados pelas redes do amor de Deus.

3. Quando Está Cheia Puxam-na Para a Praia – Mateus 13:48a

Haverá um tempo certo para se recolher a rede, retira-la do mar e puxa-la para a praia: Quando estiver cheia! Rede cheia significa que o pescador foi ao alto mar e fez o que de melhor podia fazer para alcançar o maior número possível de peixes, atingindo plenamente seus objetivos. Rede cheia significa que é hora de se recolher o que se apanhou e terminar aquela fase do trabalho. Rede cheia para nós, significará que a igreja fez o melhor que podia fazer para resgatar o maior número possível de perdidos e foi bem sucedida no seu feito. Rede cheia não significa aproveitamento total, até porque alguns peixes ruins terão de ser lançados fora. No entanto, a satisfação pela conquista dos bons, recompensará qualquer possível dor pela presença dos maus. Rede cheia para nós significará o dia em que o Senhor disser à Igreja que se findou o tempo para se pregar o evangelho e que já entraram na rede os que tinham de entrar. Que você possa ter a expectativa de que os seus entes queridos também entrem na rede antes que se finde o tempo. E que eles sejam os “bons peixes”, ou seja, arrependidos realmente de seus pecados e nascidos de novo pela obra do Espírito Santo.

4. Separam os Peixes Bons dos Ruins – Mateus 13:48b

Quando se completar o tempo, a rede será retirada do meio do mar e virá para a praia a fim de se fazer a devida separação entre os bons peixes e os ruins. Jesus explica que isso se dará no fim dos tempos. Os anjos de Deus, orientados por Ele, farão a devida separação. Compete à Igreja nos dias de hoje pregar o evangelho, receber as multidões, ensina-las no caminho em que devem andar, e disciplina-las e corrigi-las sempre que for necessário; porém, o julgamento se cada um pertence realmente ao Senhor ou não, somente Ele pode fazer. A igreja poderá julgar e corrigir as ações faltosas de alguém, mas o coração só é conhecido pelo Senhor. “Entretanto, o firme fundamento de Deus permanece inabalável e selado com esta inscrição: “O Senhor conhece quem lhe pertence...” – 2 Timóteo 2:19a“Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem” – João 10:14

CONCLUSÃO

A parábola da rede está se referindo à pregação do evangelho em todo o mundo e o resultado dela. Pessoas verdadeiramente arrependidas e movidas por fé serão atraídas pela rede e alcançarão perdão para os seus pecados. Outras, porém, se aproximarão com outras motivações que só Deus conhece cabalmente. Os dois tipos de pessoas permanecerão na mesma rede por um tempo até que sejam separadas, tendo cada grupo seu destino eterno. Uns, a vida eterna com Cristo, outros, a perdição eterna sem Cristo.

APLICAÇÃO

Procure fazer diligentemente a sua parte no processo de enchimento da Rede do Reino de Deus. Fale do amor de Cristo, ore pelos seus amigos e parentes, e convide-os para participarem de reuniões na célula ou no templo quando julgar oportuno. Deixe todo o julgamento por conta de Deus e procure ser uma bênção na vida dos outros.

O Precioso Tesouro do Pai

Texto Bíblico: Mateus 13:44

INTRODUÇÃO

1. O Tesouro Escondido no Campo – v.44a

Jesus já havia deixado claro em parábolas anteriores que o campo é o mundo. Nesse campo é que se semeia a boa semente da “parábola do semeador” (13:1-23), a boa semente que cresce ao lado do joio (13:24-30), e o grão de mostarda que se desenvolve grandemente (13:31-32). Pois bem, é nesse campo que também se encontra um tesouro maravilhoso. Assim como a boa colheita trouxe grande alegria ao cultivador, da mesma forma, o tesouro no campo foi motivo de grande exultação para quem o encontrou. Nós somos o bom tesouro encontrado no mundo. Andávamos desgarrados como ovelhas sem pastor e reputados como sem valor algum aos olhos deste mundo mau. Por isso estávamos escondidos no campo, desprezados e rejeitados (Isaías 53:6, 11). Porém, o meigo olhar divino nos encontrou e nos resgatou em meio à grande multidão. Para Ele, fomos tidos como preciosos demais a ponto de sermos comparados a um tesouro de grande valor. Glória a Deus, porque você é o tesouro de valor inestimável encontrado por Deus!

2. O Tesouro Achado e Escondido Novamente Por Um Tempo – v.44b

O descobridor do tesouro depois de acha-lo, busca um meio de protege-lo de possíveis investidas de ladrões e salteadores, escondendo-o novamente, até que reúna condições de adquiri-lo pelo devido preço. Entre a descoberta do tesouro e a sua aquisição definitiva há um tempo a ser vivido e condições a serem cumpridas. Depois de conquistados pelo grande amor de Deus não fomos imediatamente transportados para a Sua presença gloriosa. Antes, fomos escondidos novamente no mundo. Com uma diferença: vivemos ainda no mundo, porém não somos mais deste mundo (João 15:19; 17:14-18). A nossa permanência neste mundo é por um tempo, apenas. Há um propósito para que permaneçamos aqui. Precisamos pregar o evangelho aos nossos amigos e familiares, contando-lhes o que Jesus nos fez. Precisamos aprender a lidar com as adversidades deste mundo até que nos tornemos filhos maduros. Mas nunca podemos nos esquecer da gloriosa promessa que Ele nos deixou para esse tempo da nossa existência aqui na terra: “Eu lhes disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo” – João 16:33

3. O Tesouro Comprado Por Um Alto Preço – v.44c

Altamente motivado pela grande descoberta, o homem da parábola avalia o produto e o considera tão valioso a ponto de vender tudo o que tinha para comprar o campo. Todos os seus bens e valores, todas as suas economias e investimentos, tudo o que podia dispor, colocou naquela negociação a fim de possuir aquele bem maior. Assim Deus fez por nós! Não foi o homem pecador que, uma vez encontrando o tesouro do Reino dos Céus, vendeu o que tinha para compra-lo. Primeiro, porque o pecador não tem nada para oferecer a Deus em troca da sua própria salvação. Segundo, porque o Reino de Deus não se compra; ele é uma dádiva divina, oferecida de graça. Porém, para Deus resgatar o homem do seu pecado custou-lhe um altíssimo preço. Ele precisou abrir mão do Seu bem mais precioso, Seu próprio filho amado, entregando-o para morrer em nosso lugar. Esse foi o preço pago pelo Pai (João 3:16). Mas para o Filho também houve um custo. Ele abriu mão da Sua condição divina, tornando-se homem e servo dos homens, dispondo-se a morrer a morte de cruz e descer às partes mais baixas da terra (Fp. 2:5-11). Cristo pagou um alto preço para nos resgatar. E o preço da compra foi o seu próprio sangue (I Coríntios 6:20; 7:23; Apocalipse 5:9; I Pedro 1:18).

Fomos comprados pelo precioso sangue de Cristo. Portanto, não somos mais deste mundo e este mundo não tem mais poder sobre nós. Lembre-se disto quando você tiver a impressão de que este mundo vai lhe engolir, junto com as pressões e angústias da vida. Saiba que se Jesus venceu o mundo, você também o vencerá na sua experiência diária.

CONCLUSÃO

A igreja de Cristo é composta de pessoas que foram tiradas do mundo e lavadas pelo Seu sangue precioso. Ela permanece na terra até cumprir seu propósito glorioso de servir a Deus e pregar aos homens buscando a salvação de todos aqueles por quem Cristo também morreu. Ela foi comprada por bom preço, o sangue de Jesus, e quando se cumprir o devido tempo estará para sempre com o Senhor.

APLICAÇÃO

Alegre-se pelo fato de saber que você foi encontrado por Deus, e que, para Ele, você possui um altíssimo valor. Lute contra toda e qualquer possível tendência a uma baixa auto-estima, e comece a se ver como Deus o vê. Valorize também o fato de você ter sido comprado por Ele, não se permitindo vender-se novamente às paixões deste mundo tenebroso. Antes, glorifique a Deus no seu corpo em toda a sua vida.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

O Fermento a Ser Rejeitado

Texto Bíblico: Mateus 13:33

INTRODUÇÃO

O Reino dos Céus agora está sendo comparado ao fermento misturado na farinha. O fermento sempre foi considerado nas Escrituras como tipo da presença da impureza ou do mal (Ex. 12:15,19; 13:7; Lv. 2:11; Dt. 16:4; Mt. 16:6,12; Mc. 8:15; Lc. 12:1; I Co. 5:6-9; Gl. 5:9). Com tantas referências assim, parece-nos claro de que Jesus quer nos advertir quanto à possibilidade do mal, sorrateiramente, escondido no meio da farinha, tentar tomar corpo e comprometer a pureza do Corpo de Cristo que é a Igreja. Podemos comparar a ação do fermento no Reino de Deus da seguinte forma:

1. O Fermento da “Maldade” e da “Malícia” contrastando com a “Sinceridade” e a “Verdade” - (1 Co. 5:6-8).

Precisamos identificar possíveis pensamentos maldosos ou intenções maliciosas em nosso coração, que possam nos levar por caminhos de amargura e de contaminação de outros. Lavemos constantemente nosso interior com as águas da Palavra de Deus que nos levará por um caminho de sinceridade e de verdade, para que o fermento do mal não nos controle.

2. O Fermento da Religião Somente de Aparências – Mateus 16:12 e 23:27-28.

Os fariseus eram um grupo religioso dos dias de Jesus, conhecidos como aqueles que adotavam altos padrões de pureza, mas que, muitas vezes, eram distantes da verdadeira pureza do coração. Possuíam todo um ritual de purificação e práticas alimentares especiais, porém, estavam mais preocupados com o exterior do que com o interior. Os corações deles, que significava o mais importante para Deus, continuavam sujos, carecendo de perdão e de libertação. Jesus quer nos advertir quanto ao cuidado com o fermento da hipocrisia. Por fora, esse fermento nos faz parecer santos e limpos, mas por dentro, nos sentimos cada vez mais distantes da comunhão com o Pai.

3. O Fermento da Incredulidade Quanto às Escrituras e o Poder de Deus – Mateus 16:12 e 22:23, 29.

Os saduceus também eram uma seita judia que negava a existência dos anjos e de todos os milagres, especialmente a ressurreição do corpo. Enfim, negavam o sobrenatural. Jesus os repreendeu por isso, e nos deixou a advertência para que não déssemos ouvidos a qualquer doutrina que possa roubar a nossa fé. Um pouco desse tipo de fermento no Reino de Deus, deixará os cristãos totalmente céticos quanto às questões espirituais que demandam fé. Com o tempo, as pessoas ficam sem cura divina, sem a consciência da presença dos anjos que nos protegem, e sem esperança de que um dia haverá ressurreição de mortos para que todos os salvos vivam eternamente na presença de Deus.

4. O Fermento do Amor ao Mundo em Detrimento do Amor a Deus - Marcos 8:15 e Mateus 22:15-22.

Os herodianos eram um partido político que apoiava a dinastia de Herodes. Na passagem acima, os herodianos se uniram aos fariseus querendo colocar Jesus à prova, tentando colher alguma palavra dEle que demonstrasse alguma insubmissão contra o Governo Romano. Jesus, respondendo-lhes com sabedoria disse: Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. Com isso, respeitou as autoridades romanas, mas não as colocou no lugar de Deus. O fermento de Herodes coloca os homens em primeiro lugar, e relega a Deus o último posto.

CONCLUSÃO

O fermento agindo no Reino de Deus fará com que cresça a maldade e a malícia nos corações. Além disso, levará as pessoas a uma vida de aparências sem a devida preocupação com a pureza real do coração. O fermento permitido no interior conduzirá as pessoas por um caminho de incredulidade e ceticismo, não abrindo-se para as Escrituras e o Poder de Deus. A conseqüência natural desse processo é a de fazer com que as pessoas se tornem mundanas e mais preocupadas com a honra dos homens do que com a glória de Deus.

APLICAÇÃO

Alimente-se cada vez mais da Preciosa Palavra de Deus, que é a verdadeira Farinha Pura, com a qual você poderá fazer deliciosos Pães, porém, Pães Asmos, sem fermento, sem impureza e sem maldade. Permita ao Espírito Santo fazer constantemente uma sondagem do seu coração para verificação de eventuais motivações erradas e destituídas da verdadeira sinceridade que se requer de um autêntico cristão.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O Poder para Viver a Plena Maturidade Cristã

Texto Bíblico: Marcos 4:30-34

INTRODUÇÃO

Hoje veremos sobre o poder que há numa semente. O que um simples grão, aparentemente insignificante, poderá se tornar depois de semeado em terra fértil. Queremos ministrar sobre o poder da Palavra de Deus na vida de quem a recebe pela fé.

1.A Menor de Todas as Sementes

Jesus fez questão de escolher como exemplo para o seu ensino, a menor de todas as sementes. Apesar do seu tamanho, havia dentro dela um poder de crescimento e de multiplicação que se manifestaria gradativamente, até chegar à plena estatura. Ele quer que as pessoas entendam que dentro da semente divina plantada no coração, está embutido um poder de crescimento e de multiplicação suficiente para todos os estágios da vida cristã, até à plena maturidade em Cristo. Toda a provisão para crescimento, desenvolvimento e expansão, está dentro da semente. Não podemos dizer que Deus nos tenha privado de qualquer elemento necessário ao nosso amadurecimento. Na Sua sabedoria infinita nos fez provisão por meio de Sua bendita Palavra (II Pe. 1:2-3).

2.A Maior de Todas as Hortaliças

Como pode a menor de todas as sementes produzir uma árvore tão grande assim? Como já dissemos, dentro da semente estava determinado o que ela haveria de ser: uma grande árvore. Jesus está ilustrando o que Deus planejou para cada filho Seu. Ele idealizou filhos maduros que refletissem a imagem de Seu Filho Jesus Cristo em todas as áreas de suas vidas. Filhos que sejam excelentes no caráter e cheios da unção, assim como grande é a árvore em questão. O Senhor Jesus virá buscar uma igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem qualquer coisa semelhante, mas santa e irrepreensível (Ef. 5:27). Ao mostrar a figura da grande árvore, Ele quis imprimir no coração de cada cristão a idéia de grandeza, de crescimento, de expansão e de multiplicação que cada crente começa a experimentar, ao receber a genuína semente de Vida no coração.


3.Um Lugar de Refúgio

Vieram as aves do céu para aninhar-se em sua sombra. Em outra ocasião, as aves do céu representavam os demônios que vinham para roubar a semeadura. Agora, porém, cremos que a figura esteja associada ao cumprimento satisfatório do que seria a missão da árvore: dar o seu devido fruto, enquanto oferece alento ao cansado e alimento ao faminto. Assim, cada árvore frondosa, seria para as aves do céu um lugar de repouso e de provisão. Cremos que Deus tem alimentado a visão do crescimento, não para benefício exclusivo do crente. Ele deseja que cada um de nós, por meio do nosso crescimento saudável em maturidade cristã, possa ser um porto seguro para todos os que passam cansados pela vida, e que necessitem de repouso e alimento espiritual. Assim é o cristão maduro e aperfeiçoado na Palavra para todo aquele que dele necessita (Mt.11:28-30).

CONCLUSÃO

Recebamos com mansidão a Palavra em nós enxertada, a qual é poderosa para salvar as nossas almas (Tg.1:21). Devemos manter a visão de que a semente de Deus em nossas vidas produzirá uma árvore frondosa e frutífera no caráter, na unção e na maturidade cristã. Devemos também orar para que, no nosso crescimento cristão, possamos ser canais de refrigério e de provisão espiritual para todo aflito e cansado que passar pelo nosso ministério.

APLICAÇÃO

Esteja atento às necessidades das pessoas que fazem parte do seu círculo de amizades. Talvez Deus lhe mostre alguém que realmente necessite de refrigério. Ouça-o atentamente, e ofereça ajuda dentro de suas possibilidades. Não se esqueça de informar ao seu líder o que você está fazendo. Isso lhe trará segurança e cobertura espiritual.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

A Semente Não Plantada por Cristo

Texto Bíblico: Mateus 13:24-29 e 36-43

INTRODUÇÃO

Temos visto nas lições anteriores como a boa semente da Palavra de Deus produz bons frutos na vida de quem a recebe. Hoje, porém, queremos falar sobre a má semente que se confunde com a boa e produz efeitos destrutivos no Corpo de Cristo.

A Sutileza do Inimigo – v. 25, “Enquanto todos dormiam...”

Enquanto Jesus trabalha para lançar boas sementes no coração do homem, Satanás, por sua vez, trabalha para plantar o mau. Todos aqueles que recebem pela fé a Palavra do Pai são transformados em filhos de Deus, ou filhos do Reino Celestial. No entanto, assim como há uma semente boa que gera filhos para Deus, há sementes malignas que geram filhos do Maligno. Sutilmente os filhos do Mal são lançados ou introduzidos no meio do convívio cristão, e quando nos damos conta, eles já estão lá. Chegam a parecer com o trigo, mas na essência, são falsos cristãos. Jesus explica mais adiante que o joio refere-se às pessoas que sorrateiramente, entre boas e más ações, promovem escândalos e levam outros a tropeçarem na fé cristã. Eles foram plantados no meio da igreja justamente para isso: afastar do bom caminho os sinceros e retos de coração.



O Cuidado em Relação ao Verdadeiro Trigo – vs. 28-29, “o senhor quer que o tiremos?...Não, porque ao tirar o joio, vocês poderão arrancar com ele o trigo.”

Assim que os servos do dono do campo perceberam a presença do joio no meio do trigo, perguntaram-lhe se deveriam tira-lo imediatamente. Preocupado em não prejudicar o trigo, o dono permitiu que crescessem juntos até o dia da colheita. Sabemos que o trigo refere-se àqueles que nasceram de novo genuinamente através do arrependimento de seus pecados e da fé em Deus. O joio, por sua vez, representa os filhos do Maligno, infiltrados na igreja, como se tivessem igualmente passado pela mesma conversão.

Eles se parecem com os verdadeiros cristãos: oram como eles, batizam-se nas águas, ministram suas ofertas dominicalmente, e até podem chorar de comoção pelas coisas espirituais. Porém, na verdade, nunca se arrependeram da velha forma de vida. Sendo assim, no entanto, por que não são logo tirados do meio do povo de Deus? Por que o Senhor permite que estes convivam com os demais por tanto tempo? Talvez porque se Deus exercesse o juízo imediato sobre tudo o que podemos chamar de joio na igreja, é provável que muitos se choquem a tal ponto de desistirem do evangelho. Muitos não são ainda maduros o suficiente para aceitar que aquele que caminhou com eles, que possivelmente tenha até lhe ministrado a Palavra de Deus, ou feito algum bem para a comunidade, esteja na condição de ser um falso cristão. Só o Senhor sabe quem é o joio e no devido tempo o julgará, porque na aparente bondade, ele deixa um rastro de discórdias, inimizades, engano e tropeço para os que passam pelo caminho.

A Colheita Final – v.30, “Deixem que cresçam juntos até a colheita. Então direi aos encarregados da colheita: Juntem primeiro o joio e amarrem-no em feixes para ser queimado; depois juntem o trigo e guardem-no no meu celeiro.”

Chegará, porém, o Dia em que a obra do ímpio será julgada. Jesus fala sobre a colheita, quando o joio será amarrado em feixes e lançado ao fogo. Depois, o trigo será ajuntado e guardado no celeiro do dono. Os justos verão que permanecer na justiça, na integridade e no serviço sincero a Deus, valeu a pena. Os ímpios, porém, também saberão que viver segundo suas próprias paixões e deleites só pode garantir a satisfação terrena e momentânea, sendo incapaz de lhes assegurar a vida eterna na presença do Pai e na companhia dos demais irmãos em Cristo.

“No dia em que eu agir”, diz o Senhor dos Exércitos, eles serão o meu tesouro pessoal. Eu terei compaixão deles como um pai tem compaixão do filho que lhe obedece. Então vocês verão novamente a diferença entre o justo e o ímpio, entre os que servem a Deus e os que não o servem.” – Malaquias 3:17-18

Conclusão

O Reino de Deus não está isento da manifestação do mal. Teremos de conviver de certa forma com escândalos, divisões e outros efeitos da presença maligna até que o mal seja totalmente apartado de nós. Em meio a tudo isso os mais maduros precisarão se empenhar para fortalecer os mais fracos a fim de que estes não tenham sua fé abalada a ponto de se desviarem. O nosso consolo é saber que tudo um dia terá o seu fim, e que os verdadeiros justos triunfarão com Cristo na glória.

Aplicação

Seja você um verdadeiro cristão que recebe com sinceridade a Palavra de Deus em seu coração, e a deixa frutificar, através da prática do que nela está contido. Desvie-se de toda a influência do mal, ainda que proceda de pessoas a quem você respeita. Procure identificar as sutilezas de engano e de desvio da verdade e conserve-se a si mesmo livre de tudo isso.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Sobre Dízimos, Ofertas e Ética

Temos algumas coisas a falar em amor aos que entregam seus dízimos e ofertas, bem como aos que os recebem ou os administram, no caso, líderes espirituais, pastores, padres, etc.

Primeiro aos que entregam suas doações. Esse ato precisa ser espontâneo, com liberdade e alegria, nunca sob coação. Quando alguém entende que a entrega do dízimo deve ser fruto do reconhecimento de que Deus é o doador e mantenedor da vida, e por isso, devolve-lhe parte do tudo que dEle recebeu, então, regozija-se muito mais pela certeza de já haver agradado a Deus com o seu ato e demonstrado-lhe gratidão, do que pela expectativa de receber algo em troca no futuro, ainda que as recompensas certamente venham, de uma forma ou outra.

Ainda em relação a quem oferta, precisamos dizer que o dízimo nunca deve ocupar o lugar de Cristo. Quando isto acontece? Quando as pessoas depositam sua fé no dízimo mais do que em Jesus. Pensam que a entrega do dízimo resolverá todos os seus problemas e se esquecem de que a bênção de Deus não está condicionada apenas ao cumprimento de uma única ordenança bíblica, mas sim, a todo um caminhar pautado também nos demais preceitos da Palavra, além de uma relação de intimidade com Cristo. Atribuem ao dízimo um poder mágico e miraculoso, e desprezam o valor do relacionamento com Deus.

A todos nós que ofertamos e entregamos nossos dízimos, é importante que a cada dia estejamos empenhados em nos libertar da ganância, do amor ao dinheiro e da ostentação, para que nossa motivação em doar seja verdadeiramente pura e fruto de um coração grato e sincero, e não contaminado pela motivação enganosa de querer dar mais só para ter mais. É simples perceber a diferença: O coração puro enfatiza o “dar” mais, e o contrário destaca o “ter” mais.

Com relação a quem recebe os dízimos dos fiéis para administra-los, há necessidade, primeiramente, de temor a Deus, em reconhecimento de que o dízimo é santo ao Senhor. Ele não pode ser manipulado para fins pessoais fora do propósito claro de manter a Casa do Senhor, sustento da obra e expansão do Reino de Deus.

Além disso, quem estimula o povo a contribuir nunca pode se enveredar pelo caminho da extorsão e espoliação. Extorquir é tirar alguma coisa de alguém pela força. Espoliar é praticamente a mesma coisa, porém, utilizando-se de arte e manha (de onde surge a palavra artimanha). No caso, a força aqui implícita não é a física, claro, e sim, psicológica. É o poder de argumentação que entra em vigor fazendo a pessoa se sentir extremamente condenada ou até mesmo apavorada se não contribuir. Palavras como: “entrega o que tens, se não queres lidar com o peso da mão divina”, e coisas parecidas, que não dão à pessoa outra opção, a não ser entregar, e muitas vezes, tudo o que se tem.

Muitas outras são espoliadas, na medida em que o poder de persuasão as leva a crer em algo que Deus nunca prometeu. Utilizou-se então a habilidade de tirar algo de alguém com arte e manha, com a perícia de fazer com que alguém se torne desprovido dos seus bens da noite para o dia sem mesmo se dar conta de como isso aconteceu.

Tais posturas ferem vários princípios bíblicos: o princípio da liberdade, da ética, da justiça, da bondade, do respeito, da verdade e da moral.

Para reflexão:

2 Coríntios 9:7; 2 Coríntios 13:8; Ezequiel 22:12; Malaquias 3:10; Atos 20:35; I Timóteo 6:10.


Wilson Maia

segunda-feira, 6 de abril de 2009

O Processo de Crescimento Espiritual

Texto Bíblico: Marcos 4:26-29

INTRODUÇÃO

Hoje falaremos sobre o processo de germinação e frutificação da semente plantada na terra. O exemplo bíblico representa a semente da Palavra de Deus semeada no coração do homem, e todas as etapas de crescimento, desde a semeadura à manifestação do fruto.

1. A Semente que Brota sem Interferência Humana.

Jesus está dizendo que quando a semente divina é plantada no coração, ela cumprirá o seu propósito, mesmo que isso aconteça de forma desconhecida pelo homem. Uma pessoa que ouviu a mensagem do Evangelho e a recebeu em seu coração, entrou num processo de restauração, sem se dar conta disso. As mudanças em seu interior começam a ser operadas de forma natural e gradativa.É importante ressaltar que tais coisas não acontecem simplesmente pelo desejo ou esforço para mudar.

Há uma semente divina plantada no coração, que interferiu na essência do homem, transformando sua natureza de pecaminosa para santa. Ela, por si só, dará todas as condições possíveis para que a pessoa cresça em maturidade.Não estamos excluindo a necessidade de esforço humano. Cada um terá de dar a sua parcela de envolvimento nesse processo todo. Mas agora enfatizamos o poder da Palavra capaz de continuar agindo dentro de nós enquanto trabalhamos, estudamos, e vivemos o nosso dia-a-dia em sintonia com Deus (Gálatas 6:8).

2. O Processo de Germinação e Crescimento.

O crescimento espiritual é um processo que pode levar algum tempo. Jesus não prometeu o nascimento do fruto imediatamente à plantação de sua semente. Há etapas a serem cumpridas. O primeiro estágio é o surgimento da erva, vindo depois a espiga e, por último, o grão cheio na espiga.

Trazendo para a vida prática, o Mestre quer ensinar sobre a necessidade de paciência para se respeitar cada etapa do crescimento espiritual. Paciência relacionada a nós mesmos, bem como para com os outros. Cada um de nós se encontra em níveis diferentes de maturidade. O que está claro para você, pode ainda não estar para mim, ou o contrário. Mas quando nos respeitamos e nos ajudamos mutuamente, juntos chegaremos a um lugar de maturidade, e o Nome do Senhor será engrandecido (Fp. 3:15-16).

3. O Anseio pela Ceifa do Fruto Maduro.

Apesar de termos de respeitar todo o processo de crescimento da nova planta, não podemos esconder o anseio pela manifestação do fruto maduro. O texto diz que quando ele já está maduro “logo” lhe mete a foice, porque é chegada a ceifa.Deus anela colher o fruto da sua semeadura em nós. Ele não tem investido em nossas vidas em vão. Tudo o que semeou Ele deseja receber de volta em forma de um caráter irrepreensível, que manifeste o fruto do Espírito: “amor, alegria, paz, bondade, benignidade, longanimidade, fidelidade, mansidão e domínio próprio” (Gl. 5:22-23). E para colher um fruto assim, Ele tem pressa. Todas as etapas precisam ser respeitadas, mas não podemos, de forma alguma, deixar de manifestá-lo. Deus e o mundo perdido necessitam dele.

CONCLUSÃO

O processo de crescimento espiritual não pode gerar em nós qualquer ansiedade sobre como, quando e onde Deus vai fazer o que precisa ser feito em nós. Assim como a terra, por si só, trabalha na semente, o coração e a Palavra entrarão em sintonia para produzir o que o Senhor deseja. Cada etapa deve ser cumprida e respeitada, na confiança de que, um dia, o fruto estará em condições ideais para a colheita. E quando o dia da colheita chegar, imediatamente, Deus nos colocará em condições de oferecer esse fruto a quem necessitar dele.

APLICAÇÃO

Procure um líder espiritual para compartilhar qualquer ansiedade relacionada ao seu crescimento espiritual. Talvez você encontre dificuldades de perceber o seu amadurecimento, e isso tem lhe trazido questionamentos nocivos à sua fé. Receba oração e encorajamento de seu líder, e continue sua jornada de forma perseverante.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Um Coração Propício para a Semeadura

Texto Bíblico: Marcos 4:1-9

INTRODUÇÃO

Nesta mensagem veremos os diferentes tipos de solos que recebem a semente. O solo representa o coração do homem, enquanto que a semente, a Palavra de Deus. Como temos recebido a Mensagem Divina em nosso íntimo?

1. A Semente que Caiu à Beira do Caminho

A semente que caiu à beira do caminho representa a Palavra, semeada no coração, que não pode germinar por causa da dúvida. Ela não encontrou um lugar propício para brotar, por falta de entendimento sobre a mensagem da salvação. A pessoa que ouve a pregação do Evangelho, não tendo, contudo, alguém que a ajude a entender melhor o que ouviu, acaba se expondo a espíritos de dúvida e incredulidade que roubam a semente plantada no coração. O problema de outras pessoas, no entanto, não será a falta de um ajudador, e sim, a própria deliberação para não aceitar a mensagem pregada. Trata-se daqueles que sempre se justificam para não terem de mudar de vida. Conscientemente deixam a Palavra num canto qualquer, facilitando a vinda das aves do céu para levar a semente (Isaías 6:9).

2. A Semente que Caiu no Solo Pedregoso

A semente que caiu no solo pedregoso, representa a Palavra lançada num terreno duro que dificulta a penetração das raízes da nova planta. Quando o Evangelho se choca com a dureza de posturas, atitudes, posições e estruturas de raciocínios, terá dificuldades para germinar, crescer e frutificar. Jesus compara tal situação à pessoa que logo recebe a Mensagem com alegria. Vindo, porém, a perseguição por causa da Palavra, assusta-se e abandona o caminho. De que perseguição Ele está falando? Cremos que as novas posturas que as Escrituras propõem ao cristão entrarão em choque com a velha maneira de viver. Percebendo a dificuldade de renunciar antigos e arraigados comportamentos pecaminosos para seguir o Evangelho, a pessoa se desanima e deixa de lutar. Como conseqüência, a semente morre (Atos 26:27-29).

3. A Semente que Caiu entre os Espinhos

A semente que caiu entre os espinhos, representa a Palavra lançada no interior da pessoa, mas que não conseguiu frutificar por causa dos cuidados deste mundo e da sedução das riquezas. O apego às questões terrenas em detrimento das espirituais, impediram a frutificação do grão. A pessoa que tem como tesouro os bens deste mundo, não encontrará espaço em seu coração para buscar os valores celestiais. Estará sempre embaraçada e sufocada pelos espinhos das dívidas, das pressões financeiras e das preocupações relacionadas à sobrevivência (Lucas 12:13-21; 18:18-30).

4. A Semente que Caiu em Bom Solo

A semente que caiu em bom solo, representa a Palavra que encontrou um coração receptivo e cheio de fé. Ele recebe a Mensagem de bom grado, sem questionamentos. É esse o terreno fértil que permite a frutificação da semente conforme a sua espécie. Um coração assim, receptivo e maleável, pode ser resultado de anos de preparo por intermédio das circunstâncias da vida. Deus sabe como arar um terreno até torná-lo propício para a semeadura. A tribulação, o desemprego, o sofrimento, a perda, são exemplos de situações que podem amolecer o solo do coração, viabilizando o plantio da semente. O arado divino, tão eficaz na remoção das resistências, continua trabalhando em milhares de pessoas que um dia receberão a semente redentora. Quando o solo está pronto, a semeadura e a colheita são certas (Lucas 1:38; João 1:12).

CONCLUSÃO

Vimos que a indiferença à Palavra pregada e a falta de entendimento espiritual, deixam a semente exposta aos espíritos de dúvida e incredulidade. A dificuldade de renunciar a velha conduta para abraçar a nova vida em Cristo, impede o aprofundamento das raízes cristãs. A ansiedade quanto ao que comer, beber e vestir, e a preocupação excessiva com as coisas materiais deste mundo, impedem a frutificação da Palavra no coração. O solo trabalhado e propício para a semeadura, é o modelo a ser buscado por todas as pessoas. Ele fala de um espírito receptivo capaz de abrigar o Evangelho da Graça, poderoso para salvar o mundo.

APLICAÇÃO

Remova todas as preocupações que estejam desviando a sua atenção neste momento. Feche os olhos e comece a transferir para Deus sua ansiedade e temores. Prepare o seu coração para receber outras sementes de vida.

terça-feira, 31 de março de 2009

Habacuque e o Coração Ensinável

Introdução

O nome “Habacuque” significa “Abraço”. Pelo que conhecemos dessa personagem bíblica, Habacuque foi um homem de muitos questionamentos acerca do agir de Deus em determinadas circunstâncias, mas que nunca permitiu que tais questões se transformassem em rebeldia contra o Senhor. Seu coração ensinável, próprio de quem se deixa “abraçar”, lhe permitiu obter as respostas de que necessitava, bem como também lhe garantiu crescimento e maturidade espirituais. Veremos sobre os benefícios de se ter um coração ensinável.

1- Não Se Precipita No Julgamento – “Pôr-me-ei na minha torre de vigia, colocar-me-ei sobre a fortaleza e vigiarei para ver o que Deus me dirá e que resposta eu terei à minha queixa.” (Habacuque 2:1 RA)

O profeta começa o livro derramando sua indignação por causa da injustiça que campeia diante de seus olhos. Ele se pergunta por quê Deus não vê e não age, enquanto o pecado se alastra em todas as direções. Apesar de ter uma posição bem definida contra todas essas coisas, Habacuque sabe que a palavra final sempre vem do Senhor; por isso, não se precipita em julgar. A decisão que ele toma é a de se colocar em sua torre de vigia para ouvir sobre o que o Senhor tem a dizer sobre suas queixas. Certamente, a torre de vigia era um lugar de oração e de intimidade com Deus, onde pudesse fazer aquietar seu coração atribulado para não se precipitar em seu julgamento acerca do que não entendia plenamente. Ter um coração ensinável é estar aberto a outras opiniões, principalmente, quando o Conselheiro e Mestre é o próprio Deus.

Por mais que saibamos sobre muitas coisas, muitos temas e muitos assuntos, ainda não sabemos o suficiente. “Se alguém julga saber alguma coisa, com efeito, não aprendeu ainda como convém saber.” (1 Coríntios 8:2 RA). Seja qual for a circunstância, portanto, devemos ter um coração sempre pronto a aprender e a crescer. O oposto disso é a prepotência de se achar suficientemente conhecedor de todas as coisas. Essa atitude tem feito muitos se afastarem de Deus ou das outras pessoas por julgá-los mal.

2- Aprende e Começa a Sonhar - “Tenho ouvido, ó SENHOR, as tuas declarações, e me sinto alarmado; aviva a tua obra, ó SENHOR, no decorrer dos anos, e, no decurso dos anos, faze-a conhecida; na tua ira, lembra-te da misericórdia.” (Habacuque 3:2 RA)

O Senhor ouviu as orações do profeta e o respondeu quanto às suas queixas. Suas palavras foram tão bem assimiladas por Habacuque que ele não somente aprendeu, como também se empolgou com a visão recebida. Seu clamor então passou a ser “aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos”. Um coração ensinável é capaz de ser conduzido da dúvida à exultação. Ele conseguiu ver a luz onde só havia desespero, e se alegrou por isso. Ele aprendeu que as coisas não estavam sem controle como ele imaginava. Descobriu que Deus estava interessado em resolver aqueles problemas e tinha um plano detalhado para isso. Seu aprendizado resgatou os sonhos e a vontade de continuar vivendo para ver o cumprimento das promessas divinas.

Devemos sondar nosso coração para ver se ainda sonhamos. Se os sonhos não estiverem lá é possível que estejamos deixando de aprender coisas novas. Se deixo de ver meu crescimento pessoal, o crescimento de minha família e da minha igreja; se deixo de ter expectativas boas de trabalho ou de ministério; se não consigo mais me empolgar com coisa alguma, então, preciso renovar minha mente com a Palavra de Deus, que me ajudará a ter uma nova visão das coisas. Como conseqüência, terei resgatado minha vontade de viver para ver o cumprimento de Suas promessas.

3- O Centro do Aprendizado é a Pessoa de Deus - “Deus vem de Temã, e do monte Parã vem o Santo. A sua glória cobre os céus, e a terra se enche do seu louvor.” (Habacuque 3:3 RA)

Mais do que ter aprendido acerca do que aconteceria à nação babilônica que oprimia os judeus, Habacuque teve um encontro com a Pessoa de Deus. Essa foi a sua maior descoberta porque foi o motivo da sua maior crise. Pensar que o Senhor não agia diante da injustiça e da opressão dava ao profeta a impressão que não valia a pena servi-lo. Se Deus realmente era assim, então todos os fundamentos de fé em relação a qualquer área da vida estariam totalmente em ruínas. Por isso, mais do que uma resposta quanto ao juízo para os inimigos, Habacuque precisava descobrir quem realmente era Deus. O fruto dessa revelação se encontra no capítulo 3 do livro, onde o profeta se delicia com a visão de um Deus vivo, real, presente, forte, que se move e que julga as nações ímpias em favor de seu povo no seu devido tempo.

Devemos aceitar o desafio de sempre conhecer melhor a Pessoa de Deus em nossos estudos e pesquisas. Em cada leitura bíblica, em cada estudo feito, em cada pregação ouvida, devo sempre me perguntar: O que posso aprender acerca da Pessoa de Deus? A nossa descoberta fará com que a nossa fé seja fortalecida grandemente.

4- O Aprendizado Sustenta a Vida - “Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no SENHOR, exulto no Deus da minha salvação.” (Habacuque 3:17-18 RA)

Habacuque buscou a revelação divina e aprendeu sobre o agir de Deus de forma maravilhosa. Tudo o que ouviu dEle e que penetrou profundamente em seu coração passou a ser fundamento para sua vida. Nunca mais ele olharia para qualquer situação aflitiva da mesma forma que olhava antes. Nunca mais questionaria a Deus quanto à Sua forma de agir ou ao tempo de Sua ação. Nunca mais se sentiria inseguro como se estivesse totalmente a mercê de seus opressores. Não, jamais voltaria a ser a mesma pessoa sem esperança e sem expectativas. Definitivamente o aprendizado de Habacuque serviu de fundamento para toda a sua vida, mesmo para os momentos de aparente fracasso e falta de frutificação. Sua alegria seria garantida não mais por circunstâncias favoráveis, mas pela certeza de que Deus existe e que agirá sempre ao Seu modo e a Seu tempo.

Viveremos com base no que cremos. Se acreditamos no fracasso como inevitável, nossa vida será um tormento. Mas, se cremos na justiça divina, no Seu cuidado por nós e pelos nossos, na provisão bendita prometida em Sua Palavra, então, sempre haverá motivo de alegria e de paz. A nossa fé sustentará a nossa vida e nos fará andar em lugares altos em vez dos lugares de depressão e abatimento.

Habacuque se deixou ser abraçado por Deus e aprendeu a não julgar precipitadamente antes de ouvir ao Senhor. A resposta aos seus questionamentos o levou da dúvida à exultação porque recebeu revelação quanto ao futuro das nações ímpias, e, acima de tudo, quanto ao agir de Deus. Seu aprendizado serviu de fundamento para sua vida que nunca mais foi a mesma.

“Eis o soberbo! Sua alma não é reta nele; mas o justo viverá pela sua fé.” (Habacuque 2:4 RA)

quarta-feira, 25 de março de 2009

Eunice e a Transmissão da Fé

Introdução

Veremos hoje como uma mulher pode cumprir um dos mais sublimes papéis: transmitir a fé a seus descendentes. Eunice, mãe de Timóteo (discípulo de Paulo), é para nós um modelo de alguém que cumpriu bem esse papel. Seu trabalho bem sucedido ajudou a formar um discípulo extremamente importante na propagação do evangelho em todo o mundo.

1. Recebendo a Fé - “pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento, a mesma que, primeiramente, habitou em tua avó Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também, em ti.” (2 Timóteo 1:5 RA)

Eunice só pode transmitir algo a alguém depois de ter recebido primeiro. Ninguém pode dar o que não tem. A primeira virtude, portanto, que queremos destacar no ministério dessa mulher foi a disposição de ouvir, submeter-se e aprender de sua mãe Lóide. As mulheres virtuosas de amanhã que abençoarão grandemente suas casas e todo o meio em que vivem, são as que hoje, necessariamente, se prestam a ouvir e a aprender mais e mais daqueles que podem transmitir algo de valor. São as que ouvem e colocam em prática o que aprenderam de seus pais ou de seus líderes. “Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração;” (Deuteronômio 6:6 RA)

Precisamos verificar se há um genuíno interesse em receber a Palavra de Deus quando temos oportunidade. Devemos amar a hora da pregação e da ministração de um estudo bíblico. Para quem nasceu de novo recentemente, é por demais importante passar por todo o processo de consolidação, pré-encontro, encontro, pós-encontro e escola de líderes. Sendo assim, haverá frutificação na vida pessoal, familiar, profissional e ministerial.

2. Transmitindo a Fé - “pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento, a mesma que, primeiramente, habitou em tua avó Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também, em ti.” (2 Timóteo 1:5 RA)

Assim como Eunice recebera de sua mãe, assim ela transmitiu a seu filho, Timóteo. Um bom discípulo faz como seu mestre. O modelo aprendido e bem sucedido, serviu de base para guiar os passos de uma nova geração. Eunice entendeu que seu papel materno não se restringia a alimentar, vestir e cuidar das coisas em geral do lar; cumpria também transmitir os princípios bíblicos aos filhos, aproveitando seu tempo de convivência com eles em casa. Ela tomou para si as orientações descritas no seguinte texto: “Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te.” (Deuteronômio 6:6-7 RA)

Se a Palavra de Cristo habitar ricamente em nosso interior, nossa boca falará do que estiver cheio o coração. É necessário incluir esse papel na lista de prioridades do lar, antes que o mundo transmita seus princípios e valores distorcidos àqueles a quem amamos.

3. A Qualidade da Fé - “pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento, a mesma que, primeiramente, habitou em tua avó Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também, em ti.” (2 Timóteo 1:5 RA)

O tipo de fé transmitida de geração em geração naquela família era de grande qualidade. Uma fé sincera, sem fingimento. Uma fé dessa natureza é fruto de alguns fatores: 1) Um modelo vivo – alguns se contentam em contar histórias bíblicas a seus filhos; outros, vivem-nas. O exemplo fala mais do que mil palavras. 2) Experiências pessoais – Timóteo fora criado num lar onde as experiências pessoais com Deus eram reais. Não somente se falava sobre oração, orava-se. Não somente ensinava-se que Deus responde às orações, como recebiam-nas na prática. Ele tinha diante de si não apenas uma religião, mas um modelo de como andar com o Senhor a cada dia. Uma fé sem fingimento é um caminhar sincero sem querer impressionar a homens, mas a Deus. Foi o que Eunice conseguiu impregnar em seu filho.

Uma fé sem fingimentos, sincera. Devemos nos perguntar: Temos vivido de forma coerente com o que ensinamos a nossos filhos? Temos sido uma pessoa na igreja e outra, em casa? Temos procurado ter experiências com Deus em família? Podemos ajudar nossos filhos a desenvolverem um senso crítico para que saibam diferenciar o verdadeiro do falso. Por exemplo, que eles saibam discernir uma obra má, mesmo quando for praticada por alguém do meio cristão. Que eles sejam estimulados a primar sempre por uma fé sincera, sem fingimentos.

4. O Fundamento da Fé - “e que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus.” (2 Timóteo 3:15 RA)

O testemunho que temos acerca de Timóteo nos revela o investimento espiritual que sua mãe fez. Ela se dedicou a ensinar-lhe as sagradas letras das Escrituras desde a sua infância. Certamente ela não se arrependeu do seu esforço. Timóteo conheceu Abraão e Sara, Isaque e Rebeca, Jacó e Raquel, José, Moisés, Josué, Gideão, Sansão, Débora, Davi, Salomão, e tantos outros referenciais bíblicos que acabou se tornando um deles. Ele se familiarizou com as Escrituras porque Eunice facilitou-lhe o caminho, desde a sua tenra idade, contando histórias, ensinando princípios e colocando-se como modelo.

O firme fundamento é a Palavra de Deus. Ela confronta toda sorte de pecados: os vícios, o engano, as paixões da mocidade, a porta larga, etc. Ela também revela o propósito da nossa vida: de onde viemos, quem somos, para que estamos aqui e para onde vamos. A Palavra de Deus nos ensina como agradá-lo e realizar Sua obra. Todo o fundamento de que necessitamos está à nossa disposição para recebermos e para transmitirmos.

Eunice foi uma excelente transmissora da fé porque foi uma boa ouvinte, de coração ensinável. A fé transmitida foi de grande qualidade porque foi sincera, sem fingimentos, produto de uma real vivência da Palavra a cada dia. Ela soube lançar no coração de seu filho o verdadeiro, único e sólido fundamento das Escrituras Sagradas.

“Espero, porém, no Senhor Jesus, mandar-vos Timóteo, o mais breve possível, a fim de que eu me sinta animado também, tendo conhecimento da vossa situação. Porque a ninguém tenho de igual sentimento que, sinceramente, cuide dos vossos interesses;... E conheceis o seu caráter provado, pois serviu ao evangelho, junto comigo, como filho ao pai.” (Filipenses 2:19, 20 e 22 RA)

terça-feira, 24 de março de 2009

Daniel e uma Vida de Princípios

Introdução

Um princípio é uma verdade fundamental sobre a qual se apoia o raciocínio. De forma simplificada podemos dizer que alguém devolveu o troco que recebeu a mais por causa de um princípio de honestidade no coração. Daniel era um homem de princípios bem definidos, e suas ações demonstram que eles estavam relacionados ao seu conhecimento de Deus. Veremos os princípios de Daniel que nos servem de modelo.

1- Princípio de Integridade – “Resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; então, pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não contaminar-se.” (Daniel 1:8 RA)

Ser íntegro fala de inteireza moral. Daniel estava longe da sua terra, tendo sido levado cativo juntamente com outros judeus para a terra da Babilônia. Naquele lugar, o encarregado de cuidar daqueles jovens que serviam no palácio real deu outros nomes a Daniel e a seus amigos, além de ensinar-lhes a cultura e a língua da terra. O rei queria, na verdade, que eles esquecessem suas origens e que se moldassem àquela nova cultura, assimilando seus costumes e valores. No entanto, Daniel propôs firmemente “não se contaminar” com o tipo de alimentação ali estabelecido. Seu problema não era apenas a comida, mas algo muito mais profundo. Ele não queria que a assimilação dos costumes de uma terra pagã, pouco a pouco, comprometesse sua integridade física, moral e espiritual. O princípio de integridade o sustentou e o fortaleceu, capacitando-o a dizer “não” quando foi necessário.

Quando temos princípios em nosso coração vamos sempre agir da mesma forma em todas as circunstâncias. Diante do patrão, na ausência da esposa, em meio aos negócios, etc. Temos de aceitar o desafio da integridade para que não corramos o risco de nos desintegrarmos pelo caminho. Deixamos para trás uma parte de nós toda vez que agimos deslealmente, desonestamente e injustamente.


2- Princípio de Propósito – “Ora, a estes quatro jovens Deus deu o conhecimento e a inteligência em toda cultura e sabedoria; mas a Daniel deu inteligência de todas as visões e sonhos...Foi Daniel ter com o rei e lhe pediu designasse o tempo, e ele revelaria ao rei a interpretação.” (Daniel 1:17 e 2:16 RA)

Deus entregou a Daniel inteligência de todas as visões e sonhos. Quando o Senhor entrega algo a alguém, o faz por um propósito. Daniel sabia que a habilidade sobrenatural que fluía em sua vida, mais cedo ou mais tarde, serviria aos propósitos divinos. E quando surgiu a oportunidade ele não hesitou em lançar mão do que recebera para abençoar a muitos. Nessa ocasião o rei teve um sonho que muito o perturbou. Ele estava prestes a matar os magos que não lhe fizessem saber o sonho e sua interpretação. Diante da urgência, sem ainda saber o significado das visões reais, pela fé, Daniel se apresentou para aplacar a ira do rei e pedir-lhe um prazo. Deus honrou o senso de propósito daquele jovem e lhe trouxe toda a revelação necessária.

Será que já descobrimos o propósito da nossa vida? Quais são os dons espirituais que Deus nos deu para facilitar a execução do nosso ministério? Temos nós colocado em prática o que já sabemos que é vontade de Deus para nós? As respostas a essas perguntas nos ajudarão a tornar nossa vida mais objetiva. Não perderemos tempo fazendo coisas que não estejam em linha com o propósito divino. Nossas realizações terão sentido e trarão grande regozijo à alma, porque foram conquistadas através da ajuda e da bênção divina.

3- Princípio de Fidelidade - “Daniel, pois, quando soube que a escritura estava assinada, entrou em sua casa e, em cima, no seu quarto, onde havia janelas abertas do lado de Jerusalém, três vezes por dia, se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus, como costumava fazer.” (Daniel 6:10 RA)

Havia um decreto de morte para todos os que, por um prazo de trinta dias, fizessem petição a qualquer deus ou a qualquer homem, e não ao rei somente. Mesmo sabendo disso, Daniel continuou a praticar sua devoção diária como de costume, invocando ao Senhor e prestando-lhe culto três vezes ao dia. O risco de morte não foi suficiente para quebrar o forte princípio de fidelidade a Deus que Daniel tinha em seu coração. Precisamos tomar cuidado quando, por muito menos, cedemos às pressões deste mundo tenebroso, sufocando nosso princípio de fidelidade. “Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.” (Apocalipse 2:10 RA)

O mundo, a carne e o diabo, estarão sempre querendo comprometer nossa relação com Deus. Se o princípio de fidelidade não estiver bem firmado, estaremos sujeitos a nos inclinar para o mal e, por conseqüência, sofreremos o prejuízo. Devemos então firmar bem as estacas da fidelidade para nos tornarmos semelhantes a Ele: “se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo.” (2 Timóteo 2:13 RA)


4- Princípio de Fé - “O meu Deus enviou o seu anjo e fechou a boca aos leões, para que não me fizessem dano, porque foi achada em mim inocência diante dele; também contra ti, ó rei, não cometi delito algum. Então, o rei se alegrou sobremaneira e mandou tirar a Daniel da cova; assim, foi tirado Daniel da cova, e nenhum dano se achou nele, porque crera no seu Deus.” (Daniel 6:22-23 RA)

Por causa daquele decreto contra os que invocassem a qualquer deus, Daniel, que invocou ao Deus verdadeiro sem temer o risco de morte, foi lançado na cova dos leões. Ele passou uma noite inteira naquele lugar cercado por leões ferozes. Pela manhã, o rei, compadecido, correu ao lugar da cova e perguntou com voz triste se porventura Daniel estava bem. A resposta foi descrita acima, a qual enfatiza que a causa do livramento divino estava baseada em alguns elementos: inocência diante de Deus e do rei, e fé incondicional. A integridade de Daniel fortaleceu sua fé. A consciência de que em nada havia transgredido nem diante de Deus nem diante do rei, fez com que ele pudesse expressar uma fé ousada que lhe trouxe grande livramento. “Fogem os perversos, sem que ninguém os persiga; mas o justo é intrépido como o leão.” (Provérbios 28:1 RA)

Devemos buscar ter sempre uma consciência limpa, porque ela fortalece a nossa fé. Quando nos sentimos condenados por algum motivo, não conseguimos acreditar que o Senhor agirá em nosso favor. De fato, no pecado não podemos ser abençoados. Mas quando confessamos nossas transgressões e recebemos Seu perdão, então podemos nos voltar para Ele em inteira certeza de fé que Ele nos atenderá. “Amados, se o coração não nos acusar, temos confiança diante de Deus;” (1 João 3:21 RA)

Daniel foi um homem que estabeleceu sua conduta sobre os princípios de integridade, propósito, fidelidade e fé; e teve como resultado um forte impacto na vida de um rei que passou a conhecer ao Deus de Israel através de seu testemunho.

“Faço um decreto pelo qual, em todo o domínio do meu reino, os homens tremam e temam perante o Deus de Daniel, porque ele é o Deus vivo e que permanece para sempre; o seu reino não será destruído, e o seu domínio não terá fim.” (Daniel 6:26 RA)

segunda-feira, 23 de março de 2009

Joquebede e a Unção de Libertação

Introdução

Unção é uma capacitação sobrenatural para realizar algo. A unção de libertação seria extremamente necessária naqueles dias em que o futuro instrumento de Deus para libertar Israel, Moisés, estava sendo gerado. Antes de Moisés se tornar um grande libertador, sua mãe, Joquebede (Nm. 26:59), teve de libertá-lo primeiro, e transferir para ele essa unção de libertação. O que a unção de libertação nos permite ver?

1. A Formosura Divina - “E a mulher concebeu e deu à luz um filho; e, vendo que era formoso, escondeu-o por três meses.” (Êxodo 2:2 RA)

Havia um decreto de morte para os meninos na época em que Moisés nasceu. Todos eles deveriam ser lançados no rio Nilo pelos oficiais egípcios. Porém, quando ele nasceu, sua mãe viu que ele era formoso e o escondeu por três meses. A formosura de Moisés, certamente, não se restringia à beleza natural de um bebê. Ela viu mais do que isso... A unção de libertação nos permite ver por trás de uma sentença de morte, o propósito de Deus para aquela pessoa; e por causa do que conseguimos ver é que vamos trabalhar para resgatá-la. Precisamos ver por trás de um casamento destruído, a formosura do que Deus quer fazer ali. Precisamos ver por trás de uma situação embaraçosa e do caos numa determinada situação, a luz que resplandece em meio às trevas trazendo ordem e direcionamento. “A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas. Disse Deus: Haja luz; e houve luz.” (Gênesis 1:2-3 RA)

Todos nós somos chamados a trabalhar com libertação. Estamos sempre lidando com pessoas escravas em alguma área, no lar, na igreja, no trabalho, no convívio social, etc. Como pais precisamos libertar nossos filhos dos perigos deste mundo maligno. Muitas vezes teremos o caos diante dos nossos olhos; situações humanamente falando, irreversíveis. Mesmo assim precisaremos ver a formosura do que Deus quer fazer em cada uma dessas situações. Deus precisa de pessoas que vejam o indivíduo carente não como o mundo o vê, mas como Ele o vê.

2. Uma Estratégia Criativa - “Não podendo, porém, escondê-lo por mais tempo, tomou um cesto de junco, calafetou-o com betume e piche e, pondo nele o menino, largou-o no carriçal à beira do rio.” (Êxodo 2:3 RA)

A unção de libertação faz com que sejamos criativos na busca de uma estratégia libertadora. O Deus que quer libertar sempre nos ministrará uma palavra de sabedoria para que encontremos uma saída. Ele fez isso com Joquebede quando ela não pôde mais ocultar o menino depois de três meses de vida. Ela preparou um cesto de junco (planta pantaneira, fina e longa, semelhante ao papiro), vedou tudo com betume e piche, colocou ali o menino e o deixou ir pelas águas do rio. Essa foi a estratégia divina para livrar aquele que se tornaria o libertador de uma nação. Precisamos sempre estar atentos às estratégias que Deus nos dará no trabalho de libertação. Como lidar com um filho nas drogas? Como ajudar o deprimido? Como enxertar fé no coração dos que precisam crer na própria cura? Jesus é especialista nisso e nos ensinará o caminho - “Respondeu ele: O homem chamado Jesus fez lodo, untou-me os olhos e disse-me: Vai ao tanque de Siloé e lava-te. Então, fui, lavei-me e estou vendo.” (João 9:11 RA)

Nem sempre teremos uma fórmula definida que possa se aplicar a todos os casos igualmente. Necessitamos do Espírito Santo que nos ajudará a descobrir qual a melhor estratégia de libertação para cada caso (João 14:26 RA). Quando você estiver diante do desafio de ajudar alguém, confie que o Senhor colocará em seu coração uma palavra, um jeito especial de abordar, uma idéia, um material, enfim, qualquer coisa que Ele julgue necessária naquele momento.

3. Confiança no Livramento Divino - “A irmã do menino ficou de longe, para observar o que lhe haveria de suceder.” (Êxodo 2:4 RA)

Joquebede sabia que ela teria de fazer o seu melhor a favor do menino, mas que a verdadeira libertação viria do Senhor. Ela confiava no Deus que havia colocado em seu coração algo acerca daquela criança; e por isso, descansou em Sua provisão para impedir o destino trágico proposto pelos egípcios. Aquela mãe creu que o que aconteceria após aquela entrega do menino sobre as águas, estaria debaixo da condução divina. O acompanhamento de Miriã, irmã do garoto, a retirada do cesto pela filha de Faraó e sua compaixão, a sugestão de Miriã para se trazer uma hebréia para cuidar dele, culminando na vinda de Joquebede que o recebeu de volta são e salvo, tudo isso, demonstrou que valeu a pena confiar num Deus detalhista e minucioso, que cuidou de todos os detalhes para efetuar, Ele mesmo, a libertação - “Não a nós, SENHOR, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por amor da tua misericórdia e da tua fidelidade.” (Salmos 115:1 RA)

Nunca ninguém pode pensar que alguém foi libertado por mérito de quem ministrou libertação. Somos apenas instrumentos nas mãos de Deus, porque é Ele mesmo quem opera todas as coisas - “E há diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos.” (1 Coríntios 12:6 RA). O outro extremo da vanglória é achar-se incapaz de ministrar libertação. Isso também é um erro. Que somos incapazes por nós mesmos, está claro; mas não podemos deixar de fazer a obra por essa causa. Nossa confiança deve estar firmada em Deus que opera todas as coisas.

4. Oportunidade Para Ensinar - “Então, lhe disse a filha de Faraó: Leva este menino e cria-mo; pagar-te-ei o teu salário. A mulher tomou o menino e o criou.” (Êxodo 2:9 RA)

Os planos divinos acerca de Moisés não se limitavam ao livramento da morte naquela ocasião. Aquela criança precisava aprender os caminhos de Deus que a filha de Faraó não conhecia. Moisés tinha de conhecer a história de seu povo para quem, um dia, seria enviado. Ninguém melhor do que a própria Joquebede, sua mãe, para fazê-lo. Uma criança era desmamada entre três a cinco anos; tempo suficiente para imprimir os princípios de temor a Deus e dos propósitos para a vida. Pelo menos uma semente foi deixada em seu coração naqueles anos, a qual se tornou uma grande árvore para servir de sombra e refrigério para uma nação escrava. Uma pessoa que passou por libertação precisa ser ensinada nos caminhos de Deus. Quando isso acontece de forma satisfatória, o libertado geralmente se transforma num libertador, como aconteceu com Moisés - “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele.” (Provérbios 22:6 RA)

Depois de ministrar libertação precisamos ensinar a Palavra de Deus. Ela é o fundamento necessário para que a pessoa possa se manter na verdade e nunca mais se veja novamente debaixo de um jugo de escravidão. É importante que desenvolvamos uma relação de discipulado para que os princípios cristãos sejam fortemente impregnados no coração do aprendiz.


A unção de libertação agiu fortemente na vida de Joquebede, permitindo-lhe ver a formosura do propósito divino na vida do filho, e a encontrar uma estratégia criativa para salvá-lo. Sua confiança na provisão do Senhor foi inquebrável e a oportunidade para ensinar os princípios da Palavra de Deus foi muito bem aproveitada.

“Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás.” (Eclesiastes 11:1 RA)