segunda-feira, 23 de março de 2009

Joquebede e a Unção de Libertação

Introdução

Unção é uma capacitação sobrenatural para realizar algo. A unção de libertação seria extremamente necessária naqueles dias em que o futuro instrumento de Deus para libertar Israel, Moisés, estava sendo gerado. Antes de Moisés se tornar um grande libertador, sua mãe, Joquebede (Nm. 26:59), teve de libertá-lo primeiro, e transferir para ele essa unção de libertação. O que a unção de libertação nos permite ver?

1. A Formosura Divina - “E a mulher concebeu e deu à luz um filho; e, vendo que era formoso, escondeu-o por três meses.” (Êxodo 2:2 RA)

Havia um decreto de morte para os meninos na época em que Moisés nasceu. Todos eles deveriam ser lançados no rio Nilo pelos oficiais egípcios. Porém, quando ele nasceu, sua mãe viu que ele era formoso e o escondeu por três meses. A formosura de Moisés, certamente, não se restringia à beleza natural de um bebê. Ela viu mais do que isso... A unção de libertação nos permite ver por trás de uma sentença de morte, o propósito de Deus para aquela pessoa; e por causa do que conseguimos ver é que vamos trabalhar para resgatá-la. Precisamos ver por trás de um casamento destruído, a formosura do que Deus quer fazer ali. Precisamos ver por trás de uma situação embaraçosa e do caos numa determinada situação, a luz que resplandece em meio às trevas trazendo ordem e direcionamento. “A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas. Disse Deus: Haja luz; e houve luz.” (Gênesis 1:2-3 RA)

Todos nós somos chamados a trabalhar com libertação. Estamos sempre lidando com pessoas escravas em alguma área, no lar, na igreja, no trabalho, no convívio social, etc. Como pais precisamos libertar nossos filhos dos perigos deste mundo maligno. Muitas vezes teremos o caos diante dos nossos olhos; situações humanamente falando, irreversíveis. Mesmo assim precisaremos ver a formosura do que Deus quer fazer em cada uma dessas situações. Deus precisa de pessoas que vejam o indivíduo carente não como o mundo o vê, mas como Ele o vê.

2. Uma Estratégia Criativa - “Não podendo, porém, escondê-lo por mais tempo, tomou um cesto de junco, calafetou-o com betume e piche e, pondo nele o menino, largou-o no carriçal à beira do rio.” (Êxodo 2:3 RA)

A unção de libertação faz com que sejamos criativos na busca de uma estratégia libertadora. O Deus que quer libertar sempre nos ministrará uma palavra de sabedoria para que encontremos uma saída. Ele fez isso com Joquebede quando ela não pôde mais ocultar o menino depois de três meses de vida. Ela preparou um cesto de junco (planta pantaneira, fina e longa, semelhante ao papiro), vedou tudo com betume e piche, colocou ali o menino e o deixou ir pelas águas do rio. Essa foi a estratégia divina para livrar aquele que se tornaria o libertador de uma nação. Precisamos sempre estar atentos às estratégias que Deus nos dará no trabalho de libertação. Como lidar com um filho nas drogas? Como ajudar o deprimido? Como enxertar fé no coração dos que precisam crer na própria cura? Jesus é especialista nisso e nos ensinará o caminho - “Respondeu ele: O homem chamado Jesus fez lodo, untou-me os olhos e disse-me: Vai ao tanque de Siloé e lava-te. Então, fui, lavei-me e estou vendo.” (João 9:11 RA)

Nem sempre teremos uma fórmula definida que possa se aplicar a todos os casos igualmente. Necessitamos do Espírito Santo que nos ajudará a descobrir qual a melhor estratégia de libertação para cada caso (João 14:26 RA). Quando você estiver diante do desafio de ajudar alguém, confie que o Senhor colocará em seu coração uma palavra, um jeito especial de abordar, uma idéia, um material, enfim, qualquer coisa que Ele julgue necessária naquele momento.

3. Confiança no Livramento Divino - “A irmã do menino ficou de longe, para observar o que lhe haveria de suceder.” (Êxodo 2:4 RA)

Joquebede sabia que ela teria de fazer o seu melhor a favor do menino, mas que a verdadeira libertação viria do Senhor. Ela confiava no Deus que havia colocado em seu coração algo acerca daquela criança; e por isso, descansou em Sua provisão para impedir o destino trágico proposto pelos egípcios. Aquela mãe creu que o que aconteceria após aquela entrega do menino sobre as águas, estaria debaixo da condução divina. O acompanhamento de Miriã, irmã do garoto, a retirada do cesto pela filha de Faraó e sua compaixão, a sugestão de Miriã para se trazer uma hebréia para cuidar dele, culminando na vinda de Joquebede que o recebeu de volta são e salvo, tudo isso, demonstrou que valeu a pena confiar num Deus detalhista e minucioso, que cuidou de todos os detalhes para efetuar, Ele mesmo, a libertação - “Não a nós, SENHOR, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por amor da tua misericórdia e da tua fidelidade.” (Salmos 115:1 RA)

Nunca ninguém pode pensar que alguém foi libertado por mérito de quem ministrou libertação. Somos apenas instrumentos nas mãos de Deus, porque é Ele mesmo quem opera todas as coisas - “E há diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos.” (1 Coríntios 12:6 RA). O outro extremo da vanglória é achar-se incapaz de ministrar libertação. Isso também é um erro. Que somos incapazes por nós mesmos, está claro; mas não podemos deixar de fazer a obra por essa causa. Nossa confiança deve estar firmada em Deus que opera todas as coisas.

4. Oportunidade Para Ensinar - “Então, lhe disse a filha de Faraó: Leva este menino e cria-mo; pagar-te-ei o teu salário. A mulher tomou o menino e o criou.” (Êxodo 2:9 RA)

Os planos divinos acerca de Moisés não se limitavam ao livramento da morte naquela ocasião. Aquela criança precisava aprender os caminhos de Deus que a filha de Faraó não conhecia. Moisés tinha de conhecer a história de seu povo para quem, um dia, seria enviado. Ninguém melhor do que a própria Joquebede, sua mãe, para fazê-lo. Uma criança era desmamada entre três a cinco anos; tempo suficiente para imprimir os princípios de temor a Deus e dos propósitos para a vida. Pelo menos uma semente foi deixada em seu coração naqueles anos, a qual se tornou uma grande árvore para servir de sombra e refrigério para uma nação escrava. Uma pessoa que passou por libertação precisa ser ensinada nos caminhos de Deus. Quando isso acontece de forma satisfatória, o libertado geralmente se transforma num libertador, como aconteceu com Moisés - “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele.” (Provérbios 22:6 RA)

Depois de ministrar libertação precisamos ensinar a Palavra de Deus. Ela é o fundamento necessário para que a pessoa possa se manter na verdade e nunca mais se veja novamente debaixo de um jugo de escravidão. É importante que desenvolvamos uma relação de discipulado para que os princípios cristãos sejam fortemente impregnados no coração do aprendiz.


A unção de libertação agiu fortemente na vida de Joquebede, permitindo-lhe ver a formosura do propósito divino na vida do filho, e a encontrar uma estratégia criativa para salvá-lo. Sua confiança na provisão do Senhor foi inquebrável e a oportunidade para ensinar os princípios da Palavra de Deus foi muito bem aproveitada.

“Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás.” (Eclesiastes 11:1 RA)

sábado, 21 de março de 2009

Neemias e o Padrão de Liderança

Introdução

Neemias era um copeiro no palácio do rei da Pérsia, mas também um homem que tinha uma visão de restauração para o seu povo em Jerusalém. Depois do cativeiro babilônico os judeus tiveram de enfrentar o caos de uma cidade em ruínas, carente de grandes reformas que devolvessem a dignidade daquele povo. O espírito de liderança de Neemias foi fundamental para cumprir esse objetivo. Veremos as características dessa liderança:

1- Consciência dos Desafios – “De noite, saí pela Porta do Vale, para o lado da Fonte do Dragão e para a Porta do Monturo e contemplei os muros de Jerusalém, que estavam assolados, cujas portas tinham sido consumidas pelo fogo.” (Neemias 2:13 RA)

Não bastava Neemias simplesmente se prontificar a fazer algo pela cidade. Ele precisava antes estar totalmente consciente dos tremendos desafios que tinha pela frente. Antes de começar a obra de restauração ele fez um levantamento de todos os estragos e do real estado em que os muros se encontravam. Ele precisava saber se teria condições de trabalhar ali ou não, bem como, do que precisaria para realizar a obra. “Pois qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir?” (Lucas 14:28 RA)

Precisamos sempre avaliar o real estado das coisas nas quais nos propomos a trabalhar. Uma família pode estar em ruínas, e é necessário avaliar e admitir tal situação para que haja tratamento e restauração. Se ignorarmos os fatos, iludindo-nos a nós mesmos, acharemos apenas medidas paliativas, e não a solução. O mesmo pode se dar no trabalho, no ministério ou em outro lugar qualquer. É preciso fazer um levantamento honesto.

2- Firmeza Diante da Oposição - “Mas, ouvindo Sambalate e Tobias, os arábios, os amonitas e os asdoditas que a reparação dos muros de Jerusalém ia avante e que já se começavam a fechar-lhe as brechas, ficaram sobremodo irados.” (Neemias 4:7 RA)

Bastou Neemias se propor a restaurar os muros de Jerusalém que a oposição se manifestou. Sambalate, Tobias e Gesém, inimigos dos judeus, várias vezes demonstraram sua indignação acerca do que o homem de Deus intentava fazer. A oposição se manifestou através de: zombaria, desprezo e intimidação (2:19); escárnio e ameaça (4:1-3); planos para atacar e matar (4:8,11); ciladas, calúnia e falsa profecia (6:2,6,7,10-12). Tudo com a intenção de intimidar e fazer com que a obra fosse interrompida. Mas Neemias permaneceu firme em todo tempo; sua arma: Oração (4:4-5; 4:9; 5:19; 6:9; 6:14).
“Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.” (2 Timóteo 3:12 RA). Devemos contar com a perseguição como algo inevitável. Não podemos nos chocar ou nos abalar, permitindo o esfriamento do ânimo ou a desistência dos projetos divinos. Devemos combater o sentimento de tristeza, tão comum nessas horas, com a oração, derramando a alma, e buscando fortalecimento em Deus.

3- Liderança Através do Exemplo Pessoal - “Também desde o dia em que fui nomeado seu governador na terra de Judá, desde o vigésimo ano até ao trigésimo segundo ano do rei Artaxerxes, doze anos, nem eu nem meus irmãos comemos o pão devido ao governador.” (Neemias 5:14 RA)

Não bastava a oposição externa, os judeus estavam divididos internamente entre ricos e pobres. Os que tinham mais posses, bem como algumas autoridades dentre o povo, exploravam os menos favorecidos, os quais hipotecavam suas casas, terrenos e propriedades em troca de pão. Neemias fica indignado com a situação e ordena aos magistrados que devolvam os bens de seus irmãos judeus e que não os explorem. Neemias apresenta seu maior argumento para pedir isso aos ricos opressores: seu próprio exemplo. Tendo direitos de adquirir benefícios como governador, abriu mão de todos eles para não ser pesado a um povo tão sofrido. Além de abrir mão de direitos, trabalhou com as próprias mãos na reconstrução do muro e financiou do próprio bolso hospedagem e alimentação para muitos enquanto trabalhavam. Ele foi um homem que liderou através de seu próprio exemplo, mais do que por palavras.

Nossas ações valem mais do que mil pregações. Ensinamos muito mais através do que fazemos do que através do que falamos. Como pais precisamos sempre atentar para o modelo vivo que nossos filhos vêem em casa. Como líderes, maridos, pais e formadores de opinião, precisamos primar pelo exemplo pessoal como melhor forma de liderança sobre outras pessoas.


4- Determinação Para Não Se Desviar do Propósito - “Enviei-lhes mensageiros a dizer: Estou fazendo grande obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria a obra, enquanto eu a deixasse e fosse ter convosco?” (Neemias 6:3 RA)

Os inimigos dos judeus, desesperados, tentaram mais uma estratégia para deter a obra. Por cinco vezes tentaram convencer Neemias a descer do seu posto para uma conversa particular. Uma grande cilada estava preparada contra ele, porque a intenção era fazer-lhe mal. Sua resposta aos convites sempre foi a mesma: “Estou fazendo uma grande obra, de modo que não poderei descer...”. Que bom se todos os homens de Deus tivessem sempre a consciência de que estão fazendo uma grande obra para Deus, de modo a não poderem descer para contendas, picuinhas, divisões e coisas que não promovem edificação. O forte senso de propósito que não se detém em coisas pequenas, livrou aquele povo do perigo de ver uma obra não concluída. Neemias não se desviou do propósito e, por isso, em cinqüenta e dois dias a obra estava concluída.

Muitas são as vozes que se fazem soar quando estamos envolvidos em projetos benditos. Todas elas vão querer trazer a impressão de que há outras “urgências”, e que estamos perdendo tempo em trabalhos sem importância. Precisamos determinar as prioridades e seguir firme no propósito de cumprir o que achamos ser importante, dentro do plano divino para nós.

A liderança de Neemias é um modelo para nós pela clareza da consciência dos desafios, pela firmeza diante da oposição, pela qualidade do seu próprio exemplo e pela determinação de não se desviar do propósito estabelecido. Sua espiritualidade e confiança absoluta em Deus fizeram dele um líder muito especial.

“Então, lhes disse: Estais vendo a miséria em que estamos, Jerusalém assolada, e as suas portas, queimadas; vinde, pois, reedifiquemos os muros de Jerusalém e deixemos de ser opróbrio.” (Neemias 2:17 RA)

quarta-feira, 18 de março de 2009

Maria e as Escolhas Mais Importantes

Introdução

Há muitas pessoas que perdem tempo precioso de suas vidas ocupadas com atividades sem valor. Queremos nos ater aos exemplos de uma mulher que soube discernir o que era mais importante. Suas experiências nos ajudarão a avaliar melhor onde temos empregado nossas vidas.

1. As Pessoas São Mais Importantes do Que as Coisas - “Tinha ela uma irmã, chamada Maria, e esta quedava-se assentada aos pés do Senhor a ouvir-lhe os ensinamentos.” (Lucas 10:39 RA)

Maria e Marta, irmãs de Lázaro, são conhecidas pela amizade que tinham com Jesus, e, especialmente pelo relato de uma das visitas que o Mestre lhes fez. Na ocasião, Marta estava agitada, procurando arrumar a casa, preparar a comida e deixar tudo em ordem, com a boa intenção de oferecer o melhor para Jesus. Maria, no entanto, quedava-se aos pés do Senhor para ouvir Seus ensinos. Enquanto a irmã mais velha estava mais preocupada com as “coisas da casa”, Maria se preocupava com as “pessoas”. Marta era uma excelente hospedeira mas ignorava que o Senhor estava mais preocupado com o coração delas do que com a “mancha na toalha”. Maria entendia isso, e decidiu oferecer-Lhe o mais importante: sua própria pessoa, mais do que a uma casa limpa.

Muitas famílias encontram dificuldades nessa área. Alguns pais passam toda a vida trabalhando para prover alimento, moradia, educação e conforto aos filhos, mas se esquecem de que estar com eles é mais importante do que o que é feito por eles. Marido e mulher seriam mais felizes se passassem mais tempo um com o outro, do que apenas trabalhando um para o outro.

2. “Ser” é Mais Importante do que “Ter” - “Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma só coisa; Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada.” (Lucas 10:42 RA)

Marta buscava “ter” uma casa em ordem, enquanto Maria anelava “ser” uma pessoa diferente. A Palavra que Maria recebia de Cristo estava mudando o seu ser interior, suas motivações, seus pensamentos e toda a sua vida. Tal benefício seria permanente e não passageiro. Era importante cuidar das coisas da casa como Marta fazia, porém, ter o privilégio de receber o Criador dos céus e da terra em seu próprio lar era algo muito mais importante do que qualquer outra coisa a se fazer na vida. Aquele que se ocupa somente do serviço e não se abastece em Deus, caminha para o esgotamento espiritual, chegando a se tornar infrutífero em seu ministério. As pessoas que se preocupam mais com o “ter” ou “fazer”, esquecendo-se de que o “ser” é mais importante, com o tempo, começam a ver suas reservas internas esgotadas porque deixaram de investir no coração.

Precisamos investir no que Deus mais valoriza: nosso coração. “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida.” (Provérbios 4:23 RA). Ter muitas coisas em ordem, mas um coração desnutrido por falta da Palavra de Deus e de Sua Presença, está longe da prioridade que Ele estabeleceu para nós.

3. Adorar a Deus é Mais Importante do que Servir aos Outros - “Estando ele em Betânia, reclinado à mesa, em casa de Simão, o leproso, veio uma mulher trazendo um vaso de alabastro com preciosíssimo perfume de nardo puro; e, quebrando o alabastro, derramou o bálsamo sobre a cabeça de Jesus.” (Marcos 14:3 RA)

A mesma Maria, irmã de Marta, também é responsável por esse ato de fé. Ao despejar o preciosíssimo perfume sobre Jesus, demonstra que soube dar mais valor ao mais importante. Ela foi criticada por alegarem que o valor do bálsamo serviria para sustentar os pobres. Jesus, no entanto, respondeu que os pobres sempre estão presentes entre o povo, mas que Ele não permaneceria ali por muito tempo. Entre dar aos pobres e oferecer a Jesus seu melhor, Maria, mais uma vez fez a escolha certa. “E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará.” (1 Coríntios 13:3 RA). A obra social só terá sentido quando a fazemos por causa de uma relação saudável com Deus, de amor e adoração. Essa devoção ao Senhor fará transbordar nosso afeto pela Sua obra prima: o homem. Então, como conseqüência do amor ao Senhor, os pobres serão sustentados, os enfermos curados, e os homens sem Deus, salvos.

“Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força. O segundo é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes.” (Marcos 12:30-31 RA). A ordem é: primeiro Deus, depois o homem. Quando a nossa relação com Deus é equilibrada, servimos aos homens de forma mais satisfatória.

4. O Mais Importante Não Pode Esperar - “Porque os pobres, sempre os tendes convosco e, quando quiserdes, podeis fazer-lhes bem, mas a mim nem sempre me tendes.” (Marcos 14:7 RA)

Maria teve o discernimento de que a morte de Cristo se aproximava, e, por isso, apressou-se a ungi-lO. Os pobres sempre estariam presentes entre o povo, e poderiam ser servidos em outro tempo. Jesus, porém, não podia esperar. Maria é um exemplo para nós de que precisamos fazer hoje o que amanhã poderá ser tarde demais. Não apenas quanto à nossa relação com Deus, como também acerca dos demais temas da vida. Por exemplo, a educação dos filhos durante a infância é de suma importância para firmar valores para toda a vida. Deixar passar essa fase pode trazer prejuízos irreversíveis. Pregar o evangelho aos amigos, vizinhos e familiares antes que eles morram, é urgente, tendo em vista que nem todos morrem por velhice. Fazer o que era mais importante no tempo certo foi o estilo de vida de Maria. Seu senso de prioridades se tornou um exemplo para nós.

Precisamos orar para que o Espírito Santo nos deixe cientes do que realmente é o mais importante em cada área de nossas vidas. No dia de hoje: o que é o melhor na minha relação com o cônjuge, com os filhos, no trabalho, no reino de Deus, etc. Através de uma breve meditação acerca desse tema, precisamos descobrir se não estamos deixando passar esse tempo sem fazer o que só poderia ser executado nesta hora.

Maria foi uma mulher virtuosa porque soube dar prioridade às pessoas, ao ser interior, à adoração a Cristo e às coisas mais importantes que não podiam esperar.

“Em verdade vos digo: onde for pregado em todo o mundo o evangelho, será também contado o que ela fez, para memória sua.” (Marcos 14:9 RA)

Salomão e a Excelência da Sabedoria

Introdução

Não podemos falar de Salomão sem destacar sua sabedoria. Veremos hoje quais os benefícios práticos de uma vida sábia e por quê devemos buscá-la.

1- A Sabedoria Organiza a Nossa Vida – “Vendo, pois, a rainha de Sabá toda a sabedoria de Salomão, e a casa que edificara, e a comida da sua mesa, e o lugar dos seus oficiais, e o serviço dos seus criados, e os trajes deles, e seus copeiros, e o holocausto que oferecia na Casa do SENHOR, ficou como fora de si.” – I Reis 10:4-5

Salomão vivia uma vida organizada com relação à sua moradia (casa que edificara), alimentação (comida da sua mesa), liderança (lugar dos seus oficiais), administração (serviço dos seus criados), estética (trajes), tempo de descontração (copeiros que serviam o vinho), bem como, quanto à sua relação com Deus (holocausto que oferecia na Casa do Senhor). Sua sabedoria lhe permitia pensar em todos os detalhes da sua vida e das pessoas que com ele trabalhavam, sem se esquecer de também dar o devido tempo ao Senhor. Uma pessoa desprovida dessa graça divina tem dificuldades de se organizar ou de estabelecer suas prioridades. Alguns, por exemplo dizem que a vida é corrida e que por isso não conseguem dar tempo para Deus nem para a família. Mas a sabedoria divina, agindo em nossas vidas, nos ajuda a nos organizarmos para que todo propósito seja estabelecido em nós. “Mas, se alguém tem falta de sabedoria, peça a Deus, e ele a dará porque é generoso e dá com bondade a todos.” (Tiago 1:5 NTLH)

Devemos pedir sabedoria ao Senhor para organizar melhor a nossa vida. Há prioridades que Ele quer estabelecer para nós que somente em Sua presença discerniremos. Precisamos organizar a nossa relação espiritual com Deus, a vida pessoal, familiar, ministerial, profissional, relacional e civil. Com a sabedoria divina todas as coisas serão estabelecidas e levadas a bom termo.

2- A Sabedoria Abençoa os Homens – “Felizes os teus homens, felizes estes teus servos, que estão sempre diante de ti e que ouvem a tua sabedoria!”- I Reis 10:8

Outro benefício da sabedoria é que ela não somente organiza a nossa vida, como também abençoa, facilita e alegra a vida daqueles que conosco trabalham. Eles são felizes porque desfrutam de uma liderança tranqüila, que sabe para onde caminha e que alcança os objetivos propostos. A família de um homem assim também é feliz, conforme o relato do Salmo: “Feliz aquele que teme a Deus, o SENHOR, e vive de acordo com a sua vontade! Se você for assim, ganhará o suficiente para viver, será feliz, e tudo dará certo para você. Em casa, a sua mulher será como uma parreira que dá muita uva; e, em volta da mesa, os seus filhos serão como oliveiras novas.” (Salmos 128:1-3 NTLH).

Como estão as pessoas ao nosso redor? Como elas se sentem com a nossa liderança? Temos sido pais sábios que não provocam a ira dos filhos? Temos sido maridos sábios que sabem falar ao coração das esposas? Temos procedido sabiamente para com os nossos empregados ou patrões, praticando a justiça e nunca os lesando em coisa alguma? Eles serão felizes se desfrutarem de uma liderança que não os explora ou os ignora; porque a sabedoria divina abençoa as pessoas que nos cercam.

3- A Sabedoria Glorifica a Deus – “Bendito seja o SENHOR, teu Deus, que se agradou de ti para te colocar no trono de Israel; é porque o SENHOR ama a Israel para sempre, que te constituiu rei, para executares juízo e justiça.” – I Reis 10:9

Como vimos, a sabedoria abençoa o indivíduo que a possui, as pessoas que com ele convivem, e, agora, também glorifica a Deus. É propósito do Senhor conceder sabedoria aos homens para que estes, através de seus feitos, revelem o Senhor. A rainha de Sabá quando viu a excelência de tudo o que Salomão tinha feito, glorificou ao Deus de Israel e levou para sua nação uma semente de temor ao Senhor em seu coração. Um homem que vive prudentemente, não dando mau testemunho, sendo correto e andando sabiamente, contribui para que os outros homens vejam a presença do Senhor em sua vida. Eles vão desejar conhecer a Deus que se manifesta através de uma pessoa assim; da mesma forma que a rainha desejou conhecer mais a Quem havia concedido tanta sabedoria a um rei como Salomão. “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” (Mateus 5:16 RA)

Temos andado em sabedoria para com os que ainda não conhecem ao Senhor, dando bons testemunhos da nossa fé? Um homem sábio leva as pessoas a conhecerem Jesus através de seus feitos. Um testemunho honesto no local de trabalho vale mais que mil pregações; e um andar em integridade por causa do temor a Deus, revela o padrão de verdade a seguir seguido.

4- A Sabedoria Multiplica a Prosperidade – “Deu ela ao rei cento e vinte talentos de ouro, e muitíssimas especiarias, e pedras preciosas; nunca mais veio especiaria em tanta abundância, como a que a rainha de Sabá ofereceu ao rei Salomão.” – 1 Reis 10:10

Salomão e seu reino já eram riquíssimos. Além de tudo o que já possuíam foi-lhes acrescentado mais e mais; para se cumprir a palavra de Cristo: “Pois ao que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado.” (Mateus 13:12 RA). Deus nunca dará nada a ninguém que não possa cuidar bem do que recebera. É por isso que o homem sábio prospera cada vez mais. Ele tem a capacidade outorgada pelo Senhor para adquirir a prosperidade, administrá-la bem e canaliza-la ao cumprimento dos propósitos benditos a favor dos homens. O homem insensato é egoísta e avarento; tudo deseja, mas nada tem. Até o que pensa ter, um dia lhe será tirado. “Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Nada tendes, porque não pedis; pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres.” (Tiago 4:2-3 RA). Mas o homem que teme ao Senhor (e o temor do Senhor é o princípio da sabedoria – Provérbios 9:10) prospera mais e mais.

A prosperidade não significa, necessariamente, ter muito dinheiro. O homem sábio prospera em felicidade pessoal, é rico nos relacionamentos familiares e farto da graça divina. Ele também pode crescer em suas posses e bens porque Deus tem prazer em abençoar a quem O honra, administrando bem o que dEle recebeu.

A sabedoria de Salomão organizou toda a sua vida, abençoou e alegrou o coração dos homens que conviviam com ele, glorificou ao Deus de Israel, e multiplicou abundantemente sua prosperidade.

“eis que faço segundo as tuas palavras: dou-te coração sábio e inteligente, de maneira que antes de ti não houve teu igual, nem depois de ti o haverá.” (1 Reis 3:12 RA)

sábado, 14 de março de 2009

Maria Madalena e as Primícias para Cristo

Introdução

Quando dizemos primícias estamos falando das primeiras coisas. Maria Madalena, de quem Jesus expulsou sete demônios (Marcos 16:9), se tornou alguém muito importante também por ser a primeira pessoa a adorar ao Senhor depois de ressurrecto. Suas primeiras experiências com Cristo ao redor do túmulo nos servem de modelo acerca das primeiras coisas que podemos oferecer-lhe.

1- Maria e as Primícias da Perseverança – “Maria, entretanto, permanecia junto à entrada do túmulo, chorando. Enquanto chorava, abaixou-se, e olhou para dentro do túmulo.” – João 20:11

Quando Maria percebeu que Cristo não estava mais no sepulcro, saiu correndo e foi anunciar a Pedro e a João; os quais vieram, certificaram-se do que ela havia dito, e voltaram para casa. Ela, porém, voltou para o sepulcro e permaneceu ali até descobrir o que havia lhe acontecido. Seu amor pelo Mestre era grande demais para se contentar com aquela situação inexplicável. Ela precisava urgentemente de uma resposta e estava disposta a perseverar em sua busca. Seu clamor era: “...levaram o meu Senhor, e não sei onde o puseram”. O seu desespero se repete hoje. As pessoas estão confusas porque muitas não conseguem vê-lO em meio aos problemas diários. Estão em agonia porque juntamente com Ele levaram também sua fé, esperança e paz. Mas os que perseveram em buscá-lO, O verão e se alegrarão pela restituição do que se fora.

Precisamos nos perguntar se perseveramos nas coisas que nos propomos a fazer para Deus. Tenho perseverado na oração? Tenho insistido na minha vida devocional, mesmo quando ela me parece cansativa? Tenho lutado persistentemente contra as tentações que me cercam e que querem me afastar de Deus? Somente os perseverantes prevalecerão.

2- Maria e as Primícias da Revelação – “Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, voltando-se, lhe disse, em hebraico: Raboni (que quer dizer Mestre)!” – João 20:16

Ela foi a primeira a quem Jesus Se revelou. Sua perseverança ao redor do sepulcro lhe garantiu a primeira aparição do Cristo ressurrecto; demonstrando que os que O buscam seriamente não serão frustrados nem se decepcionarão. “Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração.” (Jeremias 29:13 RA). O que aconteceu com Maria serviu de lição para toda a igreja de hoje. Muitos se cansam na sua busca pelo Senhor; não perseveram na procura de uma revelação profunda da Sua Palavra. Logo se desanimam e facilmente voltam para suas casas como fizeram os outros discípulos. Porém, Maria ficou com a melhor parte. Ela ouviu Jesus chamar seu nome. Isso significa mais do que a simples pronúncia do nome de alguém; representava para ela: dignidade, amor, respeito, intimidade e tudo o mais que aqueles sete demônios roubaram no passado, e que foram resgatados pelo Senhor. Maria, portanto, recebeu a primeira revelação dAquele que verdadeiramente a conhecia, a quem ela tanto buscava.

Maria entregou o melhor das primícias da perseverança; e Cristo lhe entregou também o Seu melhor: a revelação. Precisamos do melhor das revelações de Deus que nos ajudem a lidar com os problemas familiares, profissionais, ministeriais, e outros. Necessitamos da presença bendita de Cristo que alivia nossas tensões e dissipa nossos medos em meio aos desafios da vida.

3- Maria e as Primícias da Adoração – “Recomendou-lhe Jesus: Não me detenhas; porque ainda não subi para meu Pai...” – João 20:17a

Perseverança, revelação e adoração. Sua busca perseverante culminou numa intensa adoração quando descobriu que era Ele quem estava ali, pessoalmente. Maria Madalena teve o privilégio de ser a primeira pessoa que pode adorar o Cristo ressurrecto. O texto bíblico não cita a palavra adoração, mas isso está implícito quando Cristo pede para que ela não O detenha ou não O toque. Certamente ela correu em sua direção e O abraçou, ou lançou-se aos seus pés. Ela estava satisfeita. Sua busca havia terminado e a única coisa que ela queria era permanecer aos seus pés. A genuína adoração é aquela que preenche os espaços vazios do coração que nenhuma outra pessoa pode preencher, senão Jesus. É aquela que tranqüiliza o coração e aquieta a alma, porque estão supridos, satisfeitos. Assim Maria estava diante de Cristo, apenas adorando. Não queria pedir-lhe nada, nem contar seus problemas ou coisa parecida. Ela queria tão somente estar diante dEle, com Ele, aos pés dEle. Isso bastava e nada mais.

Logo de manhã precisamos encontrar o caminho da adoração. Deus merece nossas primeiras horas do dia, antes de qualquer outra coisa. Se nos detivermos nesse caminho todos os dias não andaremos mais perdidos, sem rumo nem direção. O coração do Pai se abrirá e revelará Seus direcionamentos bem como toda Sua vontade para conosco que é boa, agradável e perfeita (Romanos 12:2)

4- Maria e as Primícias da Missão – “...mas vai ter com os meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus.” João 20:17b

Depois de perseverar, receber revelação e adorar, Maria recebeu a mais sublime de todas as missões: anunciar que Cristo ressuscitou. Somente quem O conhece de verdade é quem tem condições de levar esperança aos que não tem mais nenhum vigor. Ela tinha muito o que contar. O mesmo que a livrara da opressão de sete demônios e restaurara sua dignidade, agora estava vivo e pronto para fazer o mesmo a todo o que nEle cresse. Ela precisava contar isso a todo mundo pelo caminho. Cristo também queria que ela o fizesse, e, por isso, depois de detida por alguns minutos na Sua presença, Ele a liberou para que, apressadamente, anunciasse as boas novas de ressurreição.

Quando entramos no coração do Pai por meio da adoração, descobriremos qual a Sua maior paixão: a salvação do homem perdido. É impossível uma pessoa que conheceu o coração de Deus não se transformar num fervoroso pregador do evangelho. Oração e Adoração que não resultam em demonstração prática do amor de Deus pelo perdido, são nulas.

As primeiras coisas que podemos oferecer ao Senhor nos dias de hoje estão relacionadas a uma atitude perseverante, não mais à beira do túmulo, mas ao redor do trono da graça. Sua revelação a nós será certa, na medida em que O buscamos de todo o coração. Depois das primícias da adoração, logo de manhã, Ele também nos requererá as primícias da nossa pregação. Que seja uma das nossas prioridades anunciar aos outros que Cristo ressuscitou.

“Recomendou-lhe Jesus: Não me detenhas; porque ainda não subi para meu Pai, mas vai ter com os meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus.” (João 20:17 RA)

sexta-feira, 13 de março de 2009

Davi e o Exemplo de Coragem

Introdução

Hoje queremos destacar a coragem de Davi, como uma virtude a ser conquistada pelo homem de Deus. Na disposição de lutar contra o gigante Golias, Davi revela como sua coragem passou a ser uma marca da sua característica pessoal.

1- Desenvolvida Através de Experiências Pessoais – “eu saí após ele, e o feri, e livrei o cordeiro da sua boca; levantando-se ele contra mim, agarrei-o pela barba, e o feri, e o matei.” – I Samuel 17:35

Ao querer justificar diante do rei Saul sua coragem para enfrentar Golias, Davi conta sua experiência de lutar contra um leão e um urso, no exercício do seu ofício pastoral. Davi alegava ter condições de prevalecer contra aquele gigante assim como prevalecera contra aquelas feras. As suas experiências pessoais de vitória em meio às lutas contribuíram para fazer dele um homem corajoso. Agora ele tinha uma história para contar, fruto de sua própria vivência. Deus quer, através do nosso cotidiano, forjar um espírito corajoso em nós.

Precisamos deixar que o Espírito Santo nos faça lembrar das experiências vividas no passado. Se foram traumáticas, devemos pedir que Ele as cure para que elas não nos induzam ao medo, à falta de ousadia e à derrota. Mas se foram de vitórias, devemos aproveitá-las para continuar crendo no Deus que as possibilitou, por causa do seu propósito de forjar em nós um espírito corajoso.


2- Firmada no Poder da Aliança – “O teu servo matou tanto o leão como o urso; este incircunciso filisteu será como um deles, porquanto afrontou os exércitos do Deus vivo.” – I Samuel 17:36

A circuncisão (corte no prepúcio do órgão sexual masculino) era um sinal de aliança entre o povo de Israel e Deus. Davi chamou Golias de incircunciso, querendo destacar que, apesar do inimigo ser um forte gigante, ele estava totalmente desprovido da bênção divina; e portanto, sem nenhum poder de prevalecer naquele confronto. Davi tinha uma clara visão do que representava estar em aliança com Deus, e por isso, ficou firme. Ele sabia que o Senhor estava do seu lado e do lado do seu povo, e isso faria toda a diferença.

Aquele que nasceu de novo está em aliança com Deus. Seu nome foi escrito no Livro da Vida e o Espírito de Deus veio morar nele. A partir de então, todas as nossas coisas vieram a pertencer ao Senhor, e as dEle, pertencem a nós. Nosso fracasso, pecado e morte foram transferidos para Ele, e por isso Cristo teve de morrer na cruz. Em troca, porém, Ele nos deu vida, paz e prosperidade. A aliança com Deus faz com que sejamos indestrutíveis, se permanecermos fiéis em Sua presença.


3- Preservada Através da Remoção de Obstáculos – “Davi cingiu a espada sobre a armadura e experimentou andar, pois jamais a havia usado; então, disse Davi a Saul: Não posso andar com isto, pois nunca o usei. E Davi tirou aquilo de sobre si.” – I Samuel 17:39

O rei Saul procurou ajudar Davi a se preparar para a peleja. Cedeu sua própria armadura e esperou que ele a usasse. Não acostumado àquela nova estrutura, o jovem pastor, depois de tentar por um tempo, desistiu de usá-la e preferiu prosseguir sem ela. Davi foi prudente ao se desvencilhar de algo que podia atrapalhá-lo, em vez de ajudá-lo. Precisamos identificar os elementos que se opõem à nossa fé. Se ele decidisse usar aquela armadura, por mais corajoso que fosse, sua atenção se voltaria à insegurança que estava sentindo por aquele motivo, e perderia sua confiança de derrotar o inimigo.

O que hoje nos embaraça? O que pode se opor à nossa fé? Precisamos identificar os elementos da vida que nos impedem de prosseguir nossa jornada de fé e coragem. Talvez uma dívida, um relacionamento quebrado, um ensino falso, uma mágoa no coração. Quem sabe a dúvida, o medo ou a insegurança. Ou talvez um pecado oculto ainda não admitido e confessado. Seja o que for, precisamos ter a coragem para lançá-lo de nós a fim de que estejamos livres de todo o peso.

4- Exercida Através de Atos de Fé – “Davi meteu a mão no alforje, e tomou dali uma pedra, e com a funda lha atirou, e feriu o filisteu na testa; a pedra encravou-se-lhe na testa, e ele caiu com o rosto em terra.” – I Samuel 17:49

De nada adiantaria toda a coragem de Davi se ela não resultasse em atos concretos... em realizações. Davi, utilizou-se de suas experiências passadas, firmou-se no poder da aliança divina e removeu os obstáculos do caminho, com um único objetivo: enfrentar e derrotar o gigante Golias; e assim o fez. Queremos dizer que às vezes nossos discursos de fé são maravilhosos, mas nunca se convertem em realizações. Ficamos na teoria e nos esquecemos da prática. Davi foi o maior rei que Israel já teve porque usou sua coragem e confiança em Deus para transformar uma nação. A experiência com Golias foi somente a primeira de muitas outras manifestações de coragem e de confiança absoluta no Deus de Israel.

A fé sem obras é morta (Tiago 2:26). Sinceramente, precisamos avaliar se a nossa vida cristã não tem se constituído mais de palavras do que de obras. O que realmente fazemos determina o tipo de fé que temos. Se não houver realização prática, a fé que professamos ter é falsa e inconsistente.

Davi foi um exemplo de coragem porque aprendeu com suas experiências pessoais, firmou-se no poder da aliança divina, removeu obstáculos à sua fé, e, estabeleceu a vitória através da prática do que cria.

“Assim, prevaleceu Davi contra o filisteu, com uma funda e com uma pedra, e o feriu, e o matou; porém, não havia espada na mão de Davi.

quinta-feira, 12 de março de 2009

A Sunamita e o Modelo de Determinação

Introdução

Falaremos sobre uma mulher cuja característica especial era a determinação. O que ela tinha em seu coração não hesitava em cumprir. Um dia, sentiu o desejo de construir um quarto para o profeta Eliseu, com cama, cadeira, mesa e um candeeiro; e assim como desejou, assim o fez. Agora ela enfrenta um problema grave, onde só encontrará solução se mais uma vez for determinada.

1- Não Desistiu do Filho – “Subiu ela e o deitou sobre a cama do homem de Deus; fechou a porta e saiu.” – II Reis 4:21

O problema grave foi a morte de seu filho; mas ela não estava disposta a perdê-lo. A sunamita estava determinada a lutar pela vida do menino com todas as suas forças. Às vezes vamos ter de nos conformar com a perda de alguém. Nem sempre teremos tudo o que desejamos. Mesmo ela já estava acostumada a não ter o que desejava, porque no passado teve de conviver com sua própria esterilidade (4:14). Mas naquele caso ela sabia que não devia desistir. Aquela criança foi fruto de um milagre e, aos olhos dela, não podia partir assim. Ela o deitou na cama do profeta em vez de providenciar o funeral, porque estava determinada a lutar pela sua vida.

Podemos correr o risco de estar perdendo o filho não para a morte, mas para as drogas, para as amizades infrutíferas ou para algum outro caminho mal. Se tivermos a mesma atitude determinada que a sunamita teve, não vamos aceitar tais situações de braços cruzados. Vamos lutar por um resgate até que o nosso desejo seja cumprido.

2- Não Contaminou Sua Fé – “Chamou a seu marido e lhe disse: Manda-me um dos moços e uma das jumentas, para que eu corra ao homem de Deus e volte. Perguntou ele: Por que vais a ele hoje? Não é dia de Festa da Lua Nova nem Sábado. Ela disse: Não faz mal.” – II Reis 4:22-23

A sunamita se mostrou determinada a não contaminar sua fé. Ela não chorou, como se tivesse aceitado a morte; não contou ao marido, talvez para não ter de lidar com o desespero dele e assim perturbar sua confiança; disse ao moço da carruagem para não se deter no caminho, e quando Geazi lhe perguntou sobre a família e o menino, ela disse que tudo estava bem. Todas essas atitudes tiveram como fruto a conservação da sua fé, que se manteve firme sem pensar em outra coisa, a não ser na salvação do seu filho.

Há várias coisas que podem nos esmorecer: um comentário negativo, uma palavra de desestímulo, uma doença, etc. Precisamos cuidar para que nada tenha maior poder do que a nossa visão de restauração. Você pode estar lutando para restaurar seu casamento, por exemplo, e ouvir várias pessoas dizendo que não há mais jeito. Você tem que decidir a quem vai ouvir e o que vai fazer com as suas convicções.

3- Não Se Desviou da Fonte Divina – “Chegando ela, pois, ao homem de Deus, ao monte, abraçou-lhe os pés. Então, se chegou Geazi para arrancá-la; mas o homem de Deus lhe disse: Deixa-a, porque a sua alma está em amargura, e o Senhor mo encobriu e não mo manifestou.” – II Reis 4:27

O alvo fixo daquela mulher era chegar ao homem de Deus que lhe fizera a promessa de um filho, no passado (4:16). A quem buscava, na verdade, não era a um homem mas a quem ele representava. Eliseu era a boca de Deus na terra. Portanto, a sunamita estava determinada a não se desviar da fonte, Deus, que falava por meio de seus profetas. Foi Deus quem prometera um filho, e esse Deus era poderoso para devolver sua vida a qualquer momento. A sunamita se recusou terminantemente a aceitar qualquer coisa diferente do que ela entendia ser a vontade de Deus para aquela situação.

Nossa fonte não é o profeta nem o pastor. Nossa Fonte é Deus mesmo que Se revela em Sua Palavra. Quando as circunstâncias apontam numa direção, precisamos checar se é a mesma direção para onde aponta as Escrituras Sagradas. A Palavra de Deus é Fonte de toda a sabedoria e instrução. Ela está acima da vida e da morte, porque é o Senhor quem está falando. Quando estivermos confusos e sem direção podemos recorrer a Ela, até encontrarmos luz e paz.

4- Recebeu a Bênção Conforme Sua Visão de Fé – “Porém disse a mãe do menino: Tão certo como vive o Senhor e vive a tua alma, não te deixarei. Então, ele se levantou e a seguiu.” – II Reis 4:30

Muitas vezes vemos Jesus falar: “Seja feito conforme a tua fé” (Mateus 8:13). Cristo valoriza a visão de fé que cada um forma em seu coração, e de como cada um se programa para receber sua bênção. Alguns tinham a expectativa de que Jesus estivesse presente para impor as mãos, etc.; outros, simplesmente pediam somente a liberação de uma palavra de cura, e já seria suficiente (Mateus 8:8). Tudo sempre aconteceu conforme a visão de fé de cada um. A sunamita, por sua vez, havia alimentado sua fé visualizando a chegada de Eliseu e sua oração em favor do menino. Ela não estava disposta a abrir mão dessa visão, até que o profeta decidisse ir com ela para orar pelo menino e ressuscitá-lo pelo poder da oração e da fé em Deus. Ela recebeu sua bênção exatamente como a viu de antemão; conforme sua visão de fé.

Será que temos sonhado com o que desejamos que aconteça? Temos formado uma visão de fatos que desejamos que ocorram? Os sonhos são a linguagem do Espírito Santo. Alguns só conseguem enxergar a derrota e o fracasso. Você está sendo desafiado a sonhar alto, os altos projetos de Deus destinados a você, sua família, sua profissão, e sua vida ministerial.


A sunamita foi um modelo de determinação porque não desistiu da vida de seu filho, não permitiu que sua fé fosse contaminada e não desviou-se da fonte divina. Como conseqüência recebeu sua bênção exatamente conforme sua visão de fé.

“Ela entrou, lançou-se aos pés dele e prostrou-se em terra; tomou o seu filho e saiu.” – II Reis 4:37

quarta-feira, 11 de março de 2009

Gideão e o Homem a Quem Deus Usa

Introdução

Deus necessita do homem para realizar seus propósitos na terra. Mas, a quem Ele pode usar? Gideão foi um servo a quem o Senhor capacitou para libertar o povo de Israel, num tempo de grande opressão e jugo. O que Gideão teve de aprender sobre “como ser usado por Deus?”

1- O Senhor Transforma a Fraqueza em Força – “E ele lhe disse: Ai, Senhor meu! Com que livrarei Israel? Eis que a minha família é a mais pobre em Manassés, e eu, o menor na casa de meu pai.” – Juizes 6:15

Quando chamado, Gideão achou que pelo fato de pertencer a uma família pobre de Manasses, sendo ele próprio também o menor da casa de seu pai, não poderia ser jamais um instrumento de libertação. Talvez seus olhos estivessem voltados para alguém que reunisse em si, humanamente falando, melhores condições para tal. Para o Senhor, porém, a fraqueza humana não é impedimento; muito pelo contrário. A limitação de alguém é apenas uma oportunidade para Deus revelar Sua suficiência. Gideão precisava aprender a mesma lição que Paulo aprendeu: “...A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na sua fraqueza...” (II Coríntios 12:9a).

Quando reconhecemos nossas limitações não o devemos fazer para nos considerar incapazes ou inadequados. Devemos erguer nossos olhos e clamar pela suficiência divina. “Tudo posso naquele que me fortalece.” – Filipenses 4:13

2- Deus Não Usa os Incrédulos – “Apregoa, pois, aos ouvidos do povo, dizendo: Quem for tímido e medroso, volte e retire-se da região montanhosa de Gileade. Então, voltaram do povo vinte e dois mil, e dez mil ficaram.” – Juizes 7:3

Para realizar a missão, Gideão precisava de uma equipe que também pudesse ser usada por Deus. A ordem divina foi a de que todos os medrosos e tímidos (por incredulidade e não por temperamento), se retirassem dali. Não foi o Senhor quem determinou acerca de quem iria ou não. Os que se achavam medrosos e tímidos se auto excluíram, porque se julgaram a si mesmos inadequados para a missão. Deus não pode usar uma pessoa que a si mesma já se considerou derrotada. Lembre-se que o problema era incredulidade e não outro. Somente aos que crêem é destinada a seguinte promessa: “Ao que lhe disse Jesus: Se podes! – tudo é possível ao que crê.” – Marcos 9:23

A incredulidade anula o poder de Deus em nossas vidas. Toda a força vem do Senhor; sem ela nada podemos fazer. O que não crê, vive baseado apenas no natural e despreza o sobrenatural. Deus quer nos levar a novos desafios de fé para que através da vitória obtida, somente Cristo seja glorificado.


3- Deus Atenta Para o Vigilante – “Foi o número dos que lamberam, levando a mão à boca, trezentos homens; e todo o restante do povo se abaixou de joelhos a beber a água.” – Juizes 7:6

O Senhor colocou à prova os dez mil homens que ficaram. Ainda era muita gente para a batalha, e Ele queria selecionar um grupo que tivesse a melhor postura diante daquela prova. A maior parte daquela multidão foi reprovada porque se abaixou totalmente para beber a água, demonstrando falta de vigilância e negligência diante do perigo iminente oferecido pelo inimigo. Os trezentos qualificados foram os que trouxeram água à boca, enquanto vigiavam atentamente para todos os lados. Os que se abaixaram podiam ver somente a água, mas os que a traziam à boca, podiam ver tudo. Essa é a postura de alguém a quem Deus usa. Ele não se distrai nem em momentos de descontração; seus olhos estão atentos para uma possível investida inimiga a qualquer hora. “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.” – Mateus 26:41

Precisamos andar vigilantes. As tentações do cotidiano querem nos levar ao pecado, e com ele, à queda e ao afastamento de Deus. Suas conseqüências são terríveis e trazem prejuízos incomparáveis. A vigilância nos permite perceber quando algo está sendo maquinado pelo inimigo; concedendo-nos oportunidade de abortar seus planos em tempo.


4- Deus Honra Ao que se Quebranta – “Assim, tocaram as três companhias as trombetas e despedaçaram os cântaros; e seguravam na mão esquerda as tochas e na mão direita, as trombetas que tocavam; e exclamaram: Espada pelo Senhor e por Gideão!” – Juizes 7:20

A última estratégia ordenada por Deus era a de que tochas deviam estar acesas dentro de cântaros. Na hora exata em que Gideão desse o comando, todos, ao mesmo tempo, deveriam quebrar seus cântaros e revelar a luz de suas tochas. Quando o inimigo viu isso, levantou-se contra o seu próprio exército e se auto destruiu. A figura representa a atitude espiritual de um homem quebrantado diante de Deus. Através da contrição, do choro, do arrependimento e da vontade sincera de mudar de atitude, um homem se despedaça diante do Senhor como aqueles cântaros quebrados; só assim a luz de Cristo que habita no interior de quem já nasceu de novo, passa a manifestar seu brilho ao mundo sem impedimento nenhum. “Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus.” – Salmo 51:17

“Quem a si mesmo se exaltar será humilhado; e quem a si mesmo se humilhar será exaltado.” – Mateus 23:12. Um homem quebrantado é alguém que está sempre reconhecendo seus erros, pedindo perdão e buscando mudança de vida. Deus o ouve e o ajuda porque o Senhor resiste ao soberbo mas dá graça aos humildes – Tiago 4:6


Gideão foi um homem a quem o Senhor pôde usar porque aprendeu a não olhar para suas fraquezas, mas a confiar em Deus. Sua fé, vigilância e quebrantamento lhe garantiram uma excelente posição espiritual.

“...Não é isto outra coisa, senão a espada de Gideão, filho de Joás, homem israelita. Nas mãos dele entregou Deus os midianitas e todo este arraial.” – Juizes 7:14

segunda-feira, 9 de março de 2009

Abigail e os Frutos da Paz Interior

Introdução

Abigail foi conhecida pela sua capacidade pacificadora. Ela apaziguou o coração de Davi quando este estava irado contra o marido dela. Sua atitude preservou a vida de muitos e também garantiu-lhe um futuro melhor. Ela foi pacificadora porque possuía abundante paz em seu próprio coração. Veremos os benefícios da paz interior.

1- Ameniza a Tensão no Lar – “Nabal era o nome deste homem, e Abigail, o de sua mulher; esta era sensata e formosa, porém o homem era duro e maligno em todo o seu trato. Era ele da casa de Calebe.” – I Samuel 25:3

A convivência com um homem ímpio como Nabal não devia ser nada fácil. A sua loucura e insensatez certamente traziam angústia diária ao coração daquela mulher sábia e formosa. Apesar de tudo Abigail era uma pessoa leal ao seu marido; disposta a livrá-lo mesmo quando teve a oportunidade de vê-lo destruído. Só há uma única explicação para a resistência aos maus tratos daquele ímpio: sua paz interior. Os olhos dela estavam voltados para o Senhor que conforta corações e supre as carências afetivas do ser humano. “Tu, Senhor, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em ti.” – Isaías 26:3

O papel da mulher pacificadora é de tremenda importância num lar onde há pessoas de difícil trato. O desgaste é exacerbado quando não há alguém disposto a promover o fim das contendas. A atitude pacificadora, se não resolve totalmente o problema, o ameniza, para que a convivência seja, pelo menos, tolerável.

2- Repara a Injustiça – “Então, Abigail tomou, a toda pressa, duzentos pães, dois odres de vinho, cinco ovelhas preparadas, cinco medidas de trigo tostado, cem cachos de passas e duzentas pastas de figos, e os pôs sobre jumentos...” – I Samuel 25:18

Tudo começou quando Nabal se recusou a alimentar os homens que trabalhavam para Davi. Isso era uma injustiça diante de todo o bem que Davi e seu pessoal haviam prestado aos homens de Nabal. Quando ouve que Davi está chegando para se vingar do mal recebido, Abigail se apressa para reparar a injustiça. Ela separa rapidamente o alimento e o envia pelas mãos de seus servos. A pessoa que tem paz no coração, está sempre em condições de analisar o problema de forma coerente para cortar o mal pela raiz. A raiva cega o entendimento e leva a pessoa a cometer loucuras, como era com Nabal e agora também com Davi; mas a tranqüilidade de espírito de Abigail identificou o problema e o resolveu sensatamente.

Quem sabe dar um passo atrás para sair de uma zona de conflito, terá melhores condições para analisar um problema, vendo-o por um outro ângulo. Sua visão da situação revelará a origem da questão e raciocinará bem para que a justiça seja estabelecida. O coração pacificador não se deixa aquecer pelo alto grau da contenda; ele permanece estável, e assim, pode julgar bem a situação para trazer solução.

3- Aplaca a Ira – “Não se importe o meu senhor com este homem de Belial, a saber, com Nabal; porque o que significa o seu nome ele é. Nabal (Insensato) é o seu nome, e a loucura está com ele; eu, porém, tua serva, não vi os moços de meu senhor, que enviaste.” – I Samuel 25:25

Provérbios 15:1 diz: “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.” Abigail não se apresentou irada por ter Davi colocado em risco a vida de outras pessoas inocentes. Simplesmente sua palavra é branda e fala ao coração de um homem irado. Do contrário, a cólera dele seria suscitada e certamente nenhum da casa de Nabal viveria para contar a história. Mas aquela mansidão no falar desviou o furor e restabeleceu a paz naquele arraial. As brigas e discussões em família não terão como se propagar nos lares onde se encontram mulheres pacificadoras. O convívio na igreja ou no trabalho será uma bênção quando palavras brandas entrarem em atuação para desviar o furor dos mais exaltados.

O pacificador não se precipita em suas palavras porque conhece o poder de vida ou de morte contido nelas. Devemos aplacar a ira e acalmar os ânimos alterados. Deus não está na gritaria, nas discórdias e nas contendas. A mulher que sabe trazer as pessoas ao equilíbrio e ao bom senso, sábia é.

4- Anula o Espírito de Vingança – “Agora, pois, meu senhor, tão certo como vive o Senhor e a tua alma, foste pelo Senhor impedido de derramar sangue e de vingar-te por tuas próprias mãos. Como Nabal, sejam os teus inimigos e os que procuram fazer mal ao meu senhor.” – I Samuel 25:26

Romanos 12:19 diz: “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira (de Deus); porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor.” Davi estava prestes a cometer uma loucura: vingar-se com suas próprias mãos. Se o fizesse, não permitiria a ação divina naquela situação. Deus tinha visto a injustiça e estava pronto a julgá-la; mas a atitude vingativa de Davi impediria qualquer mover do Alto. O trabalho pacificador de Abigail impediu que aquele homem derramasse sangue por meio da vingança, e liberou caminho para o juízo divino. Nabal, assim que soube da presença de Davi e de seus homens, teve, provavelmente uma parada cardíaca, e em dez dias morreu. Deus se vingou daquela situação porque Davi foi apaziguado por Abigail.

A vingança é cega e procede de um coração que ainda não aprendeu a confiar na justiça divina. O espírito pacificador sabe entregar nas mãos de Deus toda situação injusta. Ele espera o encaminhamento que o Senhor mesmo trará para aquele caso, e não se precipita em fazer justiça com as próprias mãos. A mulher pacificadora só dará lugar em seus pensamentos ao que é “verdadeiro, respeitável, justo, puro, amável, de boa fama, virtuoso e louvável.” – Filipenses 4:8

A paz interior de Abigail fez dela uma pacificadora que amenizou tensões no lar, reparou injustiças, aplacou a ira e subjugou a vingança humana.

“Bendita seja a tua prudência, e bendita sejas tu mesma, que hoje me tolheste de derramar sangue e de que por minha própria mão me vingasse.” – I Samuel 25:33

sábado, 7 de março de 2009

Josué e o Preparo para a Guerra Espiritual

Introdução

Josué é conhecido na Bíblia por liderar o exército de Israel na conquista da Terra Prometida, por meio da guerra. Ele é um modelo de guerreiro, que luta para conquistar o que fora dado pelo Senhor. Porém, há de se ter um preparo para a batalha; e é sobre isso que desejamos falar.

1- A Circuncisão no Passado e o Batismo no Presente – “Naquele tempo, disse o Senhor a Josué: Faze facas de pederneira e passa, de novo, a circuncidar os filhos de Israel.” – Josué 5:2

A circuncisão é um sinal de aliança entre o povo e Deus. Consistia em se cortar o prepúcio do órgão sexual masculino, como forma de marcá-los como um povo em comunhão com o Senhor. A circuncisão era uma evidência externa que só tinha significado se fosse acompanhada de uma circuncisão interna, a do coração. Hoje, não adotamos a prática da circuncisão; no entanto, Cristo nos ordenou um outro sinal: o batismo nas águas. Assim como a circuncisão representava o corte de todos os laços da escravidão do Egito (Josué 5:9), o batismo nas águas, igualmente, significa morte para o pecado e vida para Deus (Romanos 6:4).

O batismo nas águas além de ser um mandamento do Senhor, é um marco em nossas vidas. Ele tem um alto valor no mundo espiritual, determinando a passagem do reino de trevas para o Reino de Deus. Se você ainda não foi batizado mas crê em Jesus Cristo de todo o seu coração, arrependido de seus pecados, então, confirme sua aliança com o Senhor por meio do batismo.

2- A Páscoa no Passado e a Ceia do Senhor no Presente – “Estando, pois, os filhos de Israel acampados em Gilgal, celebraram a Páscoa no dia catorze do mês, à tarde, nas campinas de Jericó.” – Josué 5:10

A celebração da Páscoa foi ordenada por Deus quando Israel estava para sair do Egito. Na ocasião, um cordeiro deveria ser separado e morto; sua carne devia ser comida e seu sangue aspergido nos umbrais das portas. Esse ato de fé traria livramento e pouparia a vida dos primogênitos. Os que não obedecessem sofreriam a perda do filho mais velho, tanto dos homens quanto dos animais (Êxodo 12:12-13). O cordeiro morto cujo sangue foi aplicado, era um tipo de Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Hoje, contamos com um sinal mais forte do que o sinal da Páscoa. Jesus nos ordenou, além do batismo nas águas, a celebração da Ceia do Senhor (Mateus 26:26-28). Temos no pão a representação do Corpo de Cristo; no vinho (suco de uva), Seu sangue. Ao participarmos da Ceia do Senhor estamos celebrando nossa comunhão com Ele, enquanto temos a oportunidade de nos arrepender dos pecados ainda não confessados, para que a comunhão não seja apenas litúrgica, mas, verdadeira, sincera, e do coração (I Coríntios 11:28).

Depois do batismo nas águas a segunda ordenança é a da Ceia do Senhor. Por meio dela estamos dizendo que queremos permanecer na comunhão com o Senhor, e, por isso, nos alimentamos dEle. É um momento de alegria pelo privilégio de estarmos ligados a Ele, mas também uma hora de reflexão sobre nossos caminhos. É um tempo de quebrantamento, onde vemos que por nossos pecados, Cristo ofereceu Seu corpo e derramou Seu sangue.

3- A Provisão Divina e a Responsabilidade Humana – “No dia imediato, depois que comeram do produto da terra, cessou o maná, e não o tiveram mais os filhos de Israel; mas, naquele ano, comeram das novidades da terra de Canaã.” – Josué 5:12

Durante 40 anos Deus sustentou o povo de Israel com o maná que descia dos céus. Eles estavam no deserto, totalmente dependentes da provisão divina. Mas, agora, eles chegaram na terra prometida, e, portanto, podiam trabalhar com as próprias mãos pelo seu sustento. Deus continuaria sendo o Grande Provedor, mas a participação do homem nesse tempo de maturidade, era indispensável, de uma vez que o alimento não mais “cairia do céu”. Na vida espiritual acontece a mesma coisa. Deus é o Provedor das bênçãos espirituais, mas o homem precisa participar: orando, meditando na Palavra, praticando os princípios bíblicos, perseverando no caminho cristão e fechando todas as brechas. Sem isso, não haverá colheita de uma vida próspera, nem vitória na batalha espiritual.

Precisamos estar conscientes das coisas que Deus não fará a nosso favor, por ser de nossa responsabilidade fazer. O Senhor fez por nós o que nos era impossível, entregando Seu Filho amado para morrer em nosso lugar. Mas agora que conhecemos a Palavra, que fomos perdoados e cheios do Espírito Santo, precisamos colocar em prática os princípios aprendidos. Reflita um pouco sobre o que você tem aprendido e ainda não o colocou em prática.

4- O Senhorio de Cristo e a Posição do Servo – “Respondeu o príncipe do exército do Senhor a Josué: Descalça as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é santo. E fez Josué assim.”

Josué viu o Senhor dos Exércitos com uma espada na mão. Ele é o Senhor que nos dá vitória e peleja por nós. Quando Josué o viu, depois de algumas palavras o Senhor lhe pediu para tirar as sandálias dos pés, por causa do lugar que era santo. Os servos andavam descalços, e era assim que Josué precisava se ver: um servo. A vitória na batalha demanda uma atitude de um servo que obedece aos comandos do seu Senhor. Não há vitória na independência nem na insubmissão. Assim como Josué dependia do Senhor dos Exércitos para conquistar a terra prometida, nós precisamos dEle para as conquistas de hoje. Cristo é o Senhor. Ele é dono, administrador, e comandante; nós, Seus servos que servem aos Seus propósitos. Somente assim Deus será glorificado nas vitórias sobre as lutas.
É importante que nos vejamos como servos e não como senhores de nossa própria vida. O coração de servo é identificado através de atos bondosos e generosos em favor do Reino de Deus e das pessoas. Estamos neste mundo para servir a Deus e aos homens, e não para sermos servidos. Ele comanda a nossa vida e nós O obedecemos.


Josué se preparou para a batalha, figuradamente, através do batismo e da ceia do Senhor. Trilhou o caminho da responsabilidade humana, reconhecendo ser um servo; e Cristo, o Senhor.

“Porém, se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao Senhor.” – Josué 24:15

sexta-feira, 6 de março de 2009

Ana e a Vitória na Oração

Introdução

Ana foi uma mulher que nos serve de exemplo para a vida de oração. Por meio de um clamor do mais profundo do seu coração, ela gerou Samuel, um dos mais importantes homens que Israel já conheceu. A vida de Ana nos inspira a buscar ao Senhor da mesma forma que ela O buscou e O encontrou.

1- Derramando a Alma – “Levantou-se Ana, e, com amargura de alma, orou ao Senhor, e chorou abundantemente.” – I Samuel 1:10

Ana era desprezada por sua rival, Penina (a outra mulher de Elcana), que zombava dela pelo fato dela ser estéril. Ela se amargurava com aquela situação ano após ano. Houve um momento em que a sua alma transbordou de tristeza, pelo que veio a buscar ao Senhor, suplicando-Lhe uma intervenção sobrenatural. Diante dEle derramou tudo o que sentia, abertamente. Chegou a passar muito tempo, orando e chorando, no Tabernáculo em Siló, diante do Único que podia mudar sua sorte. Esse derramar de alma demonstra confiança absoluta no Deus invisível, mas real. Sem reservas, formalismo ou religiosidade, ela desabafa sua amargura de alma, na confiança de que o Senhor a ouve e se interessa por ela. Para nós, Ana é exemplo de alguém transparente que não teme em se derramar diante de Deus em oração.

Derramar-se diante de Deus em oração é essencial para se desenvolver intimidade e confiança. O Senhor, além de tudo, é nosso amigo. Ele tem prazer em nos ouvir e alegria em nos atender. O formalismo mata a oração porque torna Deus cada vez mais distante e impessoal. Quando nos abrimos sem reservas revelamos o quanto acreditamos nEle e confiamos no Seu interesse por nós.

2- Recebendo Encorajamento e Estabelecendo a Paz – “Então, lhe respondeu Eli: Vai-te em paz, e o Deus de Israel te conceda a petição que lhe fizeste. E disse ela: Ache a tua serva mercê diante de ti. Assim, a mulher se foi seu caminho e comeu, e o seu semblante já não era triste.” – I Samuel 1:17-18

Depois de terminar sua oração, Ana foi encorajada pelo sacerdote Eli a confiar no Deus a quem ela tinha dirigido sua petição, e seguir seu caminho em paz. A entrega confiante daquele problema ao Senhor e o encorajamento do sacerdote fizeram com que seu semblante se alegrasse. Ela já não demonstrava mais amargura no olhar porque algo havia acontecido no seu interior. A paz de Deus que excede todo entendimento estava agora guardando seu coração e sua mente em perfeita paz (Filipenses 4:6-7, Isaías 26:3). Ana se tornou exemplo de vitória na oração porque foi humilde, aceitando encorajamento de outra pessoa; e também, porque soube apropriar-se da paz oferecida por Deus aos que nEle confiam.

Deus nos fortalece quando oramos; mas as pessoas também podem nos ajudar. Precisamos ser humildes para receber encorajamento de outras pessoas, como Ana recebeu do sacerdote Eli. A palavra dele fortaleceu a convicção de que Deus agiria em favor dela. A paz de Deus se estabelece quando entregamos de verdade uma situação a Deus e descansamos em Sua provisão.

3- Pedindo, Recebendo e Devolvendo ao Senhor – “E fez um voto, dizendo: Senhor dos Exércitos, se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva te não esqueceres, e lhe deres um filho varão, ao Senhor o darei por todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha.” – I Samuel 1:11

Ana sabia o que queria, e pediu ao Senhor um filho varão. Uma mulher estéril era uma desonra para o marido, que tinha o direito civil de até se divorciar de quem não pudesse gerar filhos. Um filho homem concedido por Deus tiraria toda vergonha que havia sobre ela, e resgataria a honra do marido. Ela pediu e recebeu (1:20). Ana, porém, soube fazer o que é mais importante: Devolver ao Senhor o fruto de suas orações. O menino foi dedicado a Deus por todos os dias de sua vida. Depois de desmamado (provavelmente aos 3 anos de idade), Ana o levou definitivamente para o Tabernáculo, aos cuidados do sacerdote Eli, para que ali passasse a servir ao Senhor por toda a vida. A conseqüência disso é que Samuel, seu filho, foi juiz, sacerdote, profeta, conselheiro e dedicado homem de Deus. Seu papel foi importantíssimo na história de Israel, porque sua mãe soube dedicá-lo ao Senhor.

Precisamos entender que o que pedimos a Deus sempre deve ser para a glória dEle. Mesmo que não façamos literalmente o que Ana fez, devemos saber consagrar as dádivas recebidas ao Senhor. Tudo o que eu peço e recebo deve ser colocado à disposição de Deus para o cumprimento de Seus propósitos. Sejam os filhos, a família, os bens, o emprego, o ministério, enfim, tudo vem de Deus e deve voltar para Deus de alguma forma.

4- Adorando a Deus Que Exalta o Abatido – “O Senhor empobrece e enriquece; abaixa e também exalta.” – I Samuel 2:7

Depois de receber o menino, cuidar dele por um tempo e o entregar no Tabernáculo, Ana adora a Deus e O exalta pelos Seus feitos. Em sua adoração ela reconhece que está diante do Senhor que levanta o caído, exalta o humilhado, fortalece o abatido, e enriquece o necessitado. A condição em que ela se encontrava antes do nascimento de Samuel era justamente a de fraqueza. Mas agora ela foi fortalecida e exaltada. Isso demonstra que ela teve uma experiência pessoal com Deus que transformou sua condição interior. A sua adoração demonstra como o Senhor Se revelou ao seu coração. Assim como Abraão conheceu o Jeová-Jiré (O Deus que Provê - Gênesis 22:14), Moisés, o Jeová-Rafa (O Deus que Sara – Êxodo 15:26), e tantos outros, Ana agora passou a conhecer o Deus que levanta o abatido e o exalta. Ela se tornou exemplo de oração porque sua relação com Deus não foi superficial. Ana pode falar de um Deus a quem ela passou a conhecer e com quem teve experiências pessoais.

A minha adoração deve ser fruto de uma experiência pessoal com Deus. Do contrário, estarei limitado a cantar hinos com letras feitas, mas que não refletem meus verdadeiros sentimentos. Ana adorou conforme o que ela via no Senhor. Nossa adoração precisa ser viva e fervorosa, fruto de um caminhar com Deus.


A vitória na oração alcançada por Ana garantiu um benefício maravilhoso não somente a ela, mas a toda nação de Israel.

“Pelo que também o trago como devolvido ao Senhor, por todos os dias que viver; pois do Senhor o pedi. E eles adoraram ali o Senhor.” – I Samuel 1:28

quinta-feira, 5 de março de 2009

Moisés e a Vitória Sobre as Crises

Introdução

Moisés foi o homem usado por Deus para libertar o povo de Israel do cativeiro no Egito. Ele o conduziu pelo deserto por 40 anos, rumo à terra que o Senhor havia prometido lhes dar. Foi um excelente líder que teve de superar várias crises durante a longa peregrinação pelo deserto. Porém, primeiro teve de lidar com suas próprias crises e vencê-las, para depois se tornar o grande líder que foi.

1- A Crise de Identidade – “Então, disse Moisés a Deus: Quem sou eu para ir a Faraó e tirar do Egito os filhos de Israel?” – Êxodo 3:11

Moisés, por 40 anos viveu no palácio como filho da filha de Faraó; depois, passou mais 40 anos pastoreando o rebanho do sogro Jetro. Aos 80, Deus lhe apareceu confiando-lhe uma grande missão. Ele não podia imaginar que a essa altura da vida poderia realizar algo de tamanha envergadura. Talvez, os anos no palácio tenham feito dele um homem auto-suficiente (Atos 7:23-25). No deserto, porém, sua auto-suficiência se converteu em humildade. Pelo que não se achava em condições de corresponder àquela tremenda missão recebida. Ele não sabia, no entanto, que o propósito divino para aquele tempo era outro. Moisés se tornaria mais humilde sim, porém, não para que se achasse incapaz de cumprir a tarefa, mas, para que, na sua humildade, pudesse depender totalmente de Deus para todas as coisas. Somente assim ele poderia vencer sua crise de identidade: olhando para Deus e não para si próprio.

II Coríntios 5:17 diz: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.” No passado, vivíamos sem esperança e sem direcionamento. Não sabíamos quem éramos, de onde viemos e para onde íamos. Mas, em Cristo, descobrimos que viemos de Deus, vivemos para a glória dEle, e caminhamos para uma eternidade na presença dEle.

2- A Crise de Revelação – “Disse Moisés a Deus: Eis que, quando eu vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós outros; e eles me perguntarem: Qual é o seu nome? Que lhes direi?

Moisés ainda não conhecia ao Senhor intimamente como veio a conhecê-lO mais tarde. Como dissemos acima, ele só poderia vencer sua crise de identidade se deixasse de olhar para suas limitações pessoais e passasse a olhar para Deus. Mas, como olhar para quem ele não conhecia suficientemente? Diante do maior desafio de sua vida, Moisés teria de aprender a olhar para Deus e ouvir a Sua voz constantemente, como único meio de obter êxito no que intentasse fazer. De imediato o Senhor se apresentou como o “Eu Sou”, o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. No entanto, somente na jornada pelo deserto, no meio das provas e conflitos do dia-a-dia, é que Moisés O conheceria intimamente. Ele deixaria de vê-lO como os homens O viam, para ter experiências pessoais com o Deus que transformaria radicalmente sua vida.

Não basta ouvir falar de Deus; precisamos ter uma experiência pessoal com Ele. O Senhor quer Se nos revelar em nossos dias. Devemos desejar conhecê-lO verdadeiramente. Vamos encontrá-lO na Bíblia, na oração e na comunhão com os irmãos. Sentiremos Seu conforto na tribulação, e Sua presença, na adoração. De qualquer forma Ele virá a nós quando O buscarmos de todo o coração.

3- A Crise de Credibilidade – “Respondeu Moisés: Mas eis que não crerão, nem acudirão à minha voz, pois dirão: O Senhor não te apareceu.” – Êxodo 4:1

Moisés pensou na possibilidade dos filhos de Israel não crerem em seu testemunho. Não bastava apenas apresentar o Senhor como o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. Era necessário mostrá-lO como o Deus de Moisés; ou seja, como Aquele que estava vivo e presente falando por intermédio dele, e operando o Seu poder através dele. Não um Deus do passado, mas Alguém vivo e interessado na libertação de seu povo. O Senhor manifestou alguns sinais diante de Moisés para que este apresentasse aos filhos de Israel. Assim, eles não tinham como duvidar de que o Senhor realmente lhe aparecera.

É possível revelar Deus em nós através de um caráter transformado. Aquele que mentia não mente mais. O que roubava, não rouba mais. Mais do que sinais e maravilhas (algo que o Senhor também quer manifestar através de nós), podemos apresentar uma nova natureza, que vive para glorificar a Deus.

4- A Crise de Habilidade – “Então disse Moisés ao Senhor: Ah! Senhor! Eu nunca fui eloqüente, nem outrora, nem depois que falaste a teu servo; pois sou pesado de boca e pesado de língua.” – Êxodo 4:10

A missão delegada a Moisés era a de falar a Faraó, transmitindo-lhe uma mensagem dos céus. Moisés achava impossível cumprir tal tarefa por se considerar gago, ou, alguém com dificuldades de dicção. O Senhor procurou confortar seu coração dizendo que foi Ele quem fez a boca do homem, bem como fez também o mudo, o surdo, o que vê e o cego. Tudo está debaixo do Seu absoluto controle, e, portanto, aquele problema citado não justificaria uma recusa para não cumprir a missão. Moisés podia entregar mais essa preocupação também nas mãos do Senhor que pode todas as coisas.

O Senhor que chama, é o que capacita. Ele não se preocupa com as nossas deficiências de habilidade, porque pode bem transformá-las para cumprir Seu propósito em nós. Mas, as nossas inadequações também servem aos planos divinos, enquanto nos fazem depender mais dEle.

5- A Crise de Disponibilidade – “Ele, porém, respondeu: Ah! Senhor! Envia aquele que hás de enviar, menos a mim.” – Êxodo 4:13

Por fim, depois de todas as desculpas apresentadas, Moisés pede ao Senhor que envie uma outra pessoa que não fosse ele. Ele revela sua indisponibilidade. Moisés não estava motivado a ir, apesar de todas as palavras estimuladoras ouvidas até então. Talvez tivesse programado sua vida de maneira diferente do que Deus lhe propunha naquela hora. Toda mudança gera conflito. Certamente Moisés temia os desdobramentos daquele novo caminho, e, por isso, desejou ardentemente que o Senhor escolhesse uma outra pessoa. Mas o Altíssimo estava totalmente decidido a enviar Moisés. Este teve, então, que resolver internamente sua crise de disponibilidade e aceitar a missão. Quando todas as crises foram superadas, ele partiu para o Egito e se tornou um dos maiores homens de toda a Bíblia.

Precisamos nos perguntar: Para o que estamos disponíveis? Talvez tenhamos programado os próximos anos para fazermos determinadas coisas que não estejam dentro do que Deus planejou para nós. Precisamos estar disponíveis para o Senhor, prontos para realizar o que está em Seu coração.


Moisés venceu suas crises internas e se transformou no instrumento divino para libertação de toda uma nação.

“Era o varão Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra.” – Números 12:3

quarta-feira, 4 de março de 2009

Débora e as Habilidades de Liderança

Introdução

Débora foi uma grande líder espiritual. Através de sua liderança, a nação de Israel experimentou livramento numa época de grande opressão. Queremos estudar sobre os elementos que fizeram parte da liderança de Débora, e como a mulher de hoje pode aplicá-los em seus dias.

1- Visão Espiritual – “Mandou ela chamar a Baraque, filho de Abinoão, de Quedes de Naftali, e disse-lhe: Porventura, o Senhor, Deus de Israel, não deu ordem, dizendo: Vai, e leva gente ao monte Tabor, e toma contigo dez mil homens dos filhos de Naftali e dos filhos de Zebulom?” – Jz. 4:6

Débora, além de ser líder da nação, era também profetisa. Deus falava com ela dando-lhe estratégias para liderar o povo. Nesse caso em particular, vemos o Senhor passando-lhe direções específicas: a quem chamar, quantos deveriam ir, onde se reunir, e o que ia acontecer no final. Quando Baraque atendeu ao seu comando, apresentando-se para liderar o exército de Israel, Débora também o informou que a honra pela vitória seria dada a uma mulher, e não a ele (Jz. 4:9); o que veio a se cumprir através de Jael (Jz. 4:21). Débora ouvia a voz de Deus, e, por isso, tinha uma visão espiritual que muito a ajudou no exercício da sua liderança.

Deus quer nos ajudar a resolver os problemas do cotidiano. Para algumas situações precisaremos de direcionamentos específicos, como os que Débora recebeu. O Senhor sabe com quem podemos contar, onde devemos ir, ou, de que forma tratar as ocorrências diárias. Confiemos nEle para todas as coisas.
Sugestão: Contar uma experiência pessoal em que Deus lhe tenha dado instruções específicas.

2- Compromisso – “Ela respondeu: Certamente, irei contigo... Então, Baraque convocou a Zebulom e a Naftali em Quedes, e com ele subiram dez mil homens; e Débora também subiu com ele.” – Jz. 4:9-10

Débora não ficava apenas atendendo as pessoas debaixo da palmeira (Jz. 4:5). Quando necessário, ela saía juntamente com as tropas de guerra para enfrentar o inimigo (certamente, não para ficar no campo de batalha, mas, apoiando). A essa atitude chamamos de “compromisso”. Ela estava comprometida com a libertação de Israel, e por isso, entendia que precisava se envolver, estando sempre presente. Baraque fazia questão da presença dela porque todos sabiam o quanto Deus falava por seu intermédio. O compromisso de Débora abençoou a sua nação, que não se privou dos direcionamentos divinos dados em tempos de crise.

Temos vários papéis a desenvolver: esposa, mãe, líder, empresária, dona de casa, etc. Para que haja sucesso em cada área, precisa haver compromisso. Os filhos, por exemplo, necessitam da presença e do envolvimento da mãe em seus assuntos. O marido precisa decidir em acordo com sua esposa. Os projetos para a família, trabalho ou ministério, vão prosperar na medida em que estivermos suficientemente comprometidas. A nossa presença e a dedicação empenhada vão determinar o êxito no que intentarmos fazer.


3- Encorajamento – “Então, disse Débora a Baraque: Dispõe-te, porque este é o dia em que o Senhor entregou a Sísera nas tuas mãos; porventura, o Senhor não saiu adiante de ti? Baraque, pois, desceu do monte Tabor, e dez mil homens, após ele.” – Jz. 4:14

Como uma boa líder, Débora conhecia o poder do encorajamento. Já havia uma palavra de Deus garantindo a vitória de Israel sobre os cananeus. Porém, é possível que Baraque tenha se intimidado com a notícia de que Sísera havia reunido “novecentos carros de ferro, e todo o povo que estava com ele” (Jz. 4:13). Numa ocasião assim, não há nada melhor do que uma boa palavra de encorajamento, lembrando-nos do que o Senhor já prometera fazer. Assim Débora falou e logo viu os resultados: “Baraque, pois, desceu do monte Tabor, e dez mil homens, após ele.” (Jz. 4:14b)

Não estamos sozinhas no mundo. Vivemos em família, em comunidade, em equipe. Trabalhamos com pessoas que podem se desmotivar e desistir dos bons planos que já decidimos desenvolver. Os filhos se desanimam com a escola; o marido enfrenta lutas no trabalho; os liderados se frustram com a falta de resultados. É aí que precisamos da característica “encorajamento”. A mulher que encoraja não está imune ao desânimo, mas está consciente da promessa divina, e, por isso, pode enxergar a solução dos problemas de forma diferente.

4- Adoração – “Ouvi, reis, dai ouvidos, príncipes: eu, eu mesma cantarei ao Senhor; salmodiarei ao Senhor, Deus de Israel.” – Jz. 5:3

A adoração fazia parte da vida de Débora. O cântico que ela compôs, descrito no capítulo cinco, demonstra sua atitude de adoração e gratidão por tudo o que Deus é e faz. Além disso, algo nos chama a atenção no versículo 12: “Desperta, Débora, desperta, desperta, acorda, entoa um cântico; levanta-te, Baraque, e leva presos os que te prenderam, tu, filho de Abinoão.” Parece-nos que ela teve uma experiência especial com Deus que a despertava para a adoração, da mesma forma que despertava a Baraque para a guerra. Cada um cumprindo o seu papel: Débora, diante de Deus em adoração, e Baraque, diante do inimigo na guerra. Débora, portanto, sabia que o seu primeiro lugar era diante de Deus, em adoração.

O papel mais elevado que uma mulher pode desenvolver é o de adoradora. Tudo de que necessitamos vem do trono de Deus. Aquela que aprende o caminho da adoração, descobre um tesouro inigualável: o coração do Pai. Ele é a fonte de vida, de alegria, de sabedoria, de força e poder. Quando O conhecemos e O adoramos de todo o coração, Ele corresponde a esse amor, inclinando-se a nosso favor.

Débora foi uma mulher especial, em quem fluíram habilidades de liderança que trouxeram paz ao seu povo.

“Desperta, Débora, desperta, desperta, acorda, entoa um cântico...” Jz. 5:12

terça-feira, 3 de março de 2009

José e o Poder de Superação

Introdução

Hoje estudaremos sobre como podemos superar situações adversas. Por meio do exemplo obtido na vida de José, tentaremos olhar a vida sob uma nova perspectiva. Que o Senhor nos abençoe.

1- Superando a Rejeição Familiar – “Vendo, pois, seus irmãos que o pai o amava mais que a todos os outros filhos, odiaram-no e já não lhe podiam falar pacificamente.” – Gn. 37:4

José era odiado por seus irmãos. Tal sentimento, levou-os a esconderem-no numa cova, vendendo-o depois aos ismaelitas como escravo. Tudo isso com rispidez, violência e forte demonstração de ódio. O que seus irmãos fizeram mudou radicalmente a vida de José, repentinamente. A partir daquele dia, ele seria privado da presença de seu pai, voltando a vê-lo somente depois de 20 anos. José, porém, superou a rejeição familiar, perdoando seus irmãos e reconhecendo como Deus se utilizara daquela situação para levá-lo a um posto de autoridade, a fim de salvar muitas vidas (Gn. 50:20-21)

Algumas pessoas procuram justificar seus fracassos atuais pelo que sofreram no contexto de família. Outros, fazem como José: superam os traumas familiares e os utilizam como motivação para vencer na vida. Se deixarmos os conflitos familiares impedirem o nosso progresso, veremos a vida passar sem que haja frutificação. Não podemos mudar o passado, mas podemos adotar uma nova postura hoje. Devemos perdoar os que nos “aprisionaram”, e entender que Deus se utilizou daquelas situações para nos amadurecer e cumprir seu plano em nós.

2 - Superando a Injustiça – “Então, ela o pegou pelas vestes e lhe disse: Deita-te comigo; ele, porém, deixando as vestes nas mãos dela, saiu, fugindo para fora.” – Gn. 39:12

José foi parar como escravo na casa de um homem egípcio chamado Potifar. Lá, conheceu a esposa daquele homem que passou a cobiçá-lo. Após vários convites para que José se deitasse com ela, num certo dia, ela foi mais agressiva e o agarrou pelas vestes insistindo naquele propósito. Ele fugiu, mas foi vítima da mentira daquela mulher que o acusara de tentar força-la. Potifar o mandou para a prisão. Injustamente, José teve de pagar por um crime que não cometeu. Na prisão, porém, ele pode ser útil ao carcereiro que confiou tudo em suas mãos, também a todos os presos que se encontravam debaixo de sua supervisão (Gn. 39:21-22) e, por último, a dois outros prisioneiros cujos sonhos foram interpretados por ele (Gn. 40). Toda confiança nele depositada fazia parte do propósito divino. José aprendeu a descansar nesse propósito, e, assim, superou a indignação pela injustiça sofrida, deixando seus cuidados nas mãos do Senhor.

Talvez você já tenha sofrido muitas injustiças. Elas nos fazem realmente sofrer, podendo até mesmo revelar desejos de vingança, acompanhados de amargura e ódio. Mas os que são do Senhor superarão a injustiça de forma diferente. Eles se deixarão dominar pela tranqüilidade que só o Senhor pode oferecer, e pela convicção de que nada acontece por acaso. Mesmo a injustiça, promovida pelo Inimigo, poderá ser um instrumento divino para nos conduzir ao triunfo. Se não abrirmos brechas relacionadas a ódio, rancor ou amargura, veremos o livramento do Senhor. Seu propósito se cumprirá e seremos abençoados.

3- Superando o Esquecimento – “O copeiro-chefe, todavia, não se lembrou de José, porém, dele se esqueceu.” – Gn. 40:23

Depois de interpretar o sonho do copeiro-chefe, José tinha a expectativa de que o mesmo se lembrasse dele quando saísse da prisão. Tal não aconteceu. Foram necessários mais dois anos naquele lugar para que o copeiro se lembrasse dele. Durante esse tempo a Bíblia não declara como José viveu, o que pensou, o que sentiu ou o que fez. Ela tão somente se silencia, demonstrando ser, para José, um tempo de espera, somente. O Salmo 40:1 diz: “Esperei confiantemente pelo Senhor; ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro.” Há ocasiões em que a única coisa a fazer é esperar; tão somente esperar. José superou o esquecimento sofrido, esperando, confiantemente, Deus mover as águas em seu favor, no tempo certo.

Às vezes nos sentimos esquecidos pelas pessoas que poderiam nos ajudar. É a promoção no trabalho que nunca vem; é a resposta às orações que não chega, etc. Parece até que Deus nos esqueceu. No entanto, o Senhor nunca desviou Seus olhos de nós. Há, porém, um tempo para todas as coisas. Enquanto isso, somos provados. Precisamos aprender a esperar até que nossas atitudes e palavras demonstrem a qualidade da nossa fé e da nossa relação com Deus. Depois disso, receberemos nosso galardão.

4- Superando Momentos de Crise – “O Senhor era com José, que veio a ser homem próspero; e estava na casa de seu senhor egípcio.” – Gn. 39:2

José teve de enfrentar muitas ocasiões de crise, como, por exemplo: a saída brusca de sua casa, o trabalho como escravo na casa de Potifar e os anos na prisão. Em tudo isso, porém, O Senhor estava com ele fazendo-o prosperar em todos os seus caminhos. José veio a ser governador sobre todo o Egito, estando abaixo somente de Faraó. No entanto, bem antes disso acontecer, Deus estava presente na vida dele, ajudando-o a enfrentar cada nova situação. Na casa de Potifar, na prisão ou no governo de uma nação, José foi próspero. Em tudo o que punha sua mão, ele prosperava. Essa era a conseqüência de uma vida devotada a Deus, bem como a forma sobrenatural do Senhor lhe dizer que estava com ele e que não o desampararia, até que seu propósito maior fosse estabelecido em sua vida. José superou os momentos de crise através da presença divina que o fazia prosperar em tudo.
Só conseguimos superar as crises quando temos a certeza de que não estamos sozinhos. Deus prometeu estar comigo todos os dias até a consumação dos séculos (Mt. 28:20). Sua presença em nós nos garantirá a prosperidade, mesmo em lugares áridos.

José foi um exemplo de superação, porque a boa mão de Deus sempre esteve agindo em seu favor.

“Os flecheiros lhe dão amargura, atiram contra ele e o aborrecem. O seu arco, porém, permanece firme, e os seus braços são feitos ativos pelas mãos do Poderoso de Jacó, sim, pelo Pastor e pela Pedra de Israel...” – Gn. 49:23-24

segunda-feira, 2 de março de 2009

Lia e a Vitória Sobre a Rejeição

Introdução

Lia era esposa de Jacó, mas não a sua preferida. Num contexto onde se admitia um homem ter mais de uma esposa (embora nunca tenha sido esse o plano divino), Lia, teve de superar a triste realidade de não ter sido a amada do seu marido. Queremos aprender através da experiência dela, como superar situações de rejeição e desprezo.

1- Saber Que Deus Conhece o Nosso Desprezo – “Vendo o Senhor que Lia era desprezada, fê-la fecunda; ao passo que Raquel era estéril.” – Gn. 29:31

Deus via as atitudes de Jacó que demonstravam desprezo por Lia. O Senhor conhecia profundamente a tristeza que ela sentia ao ser rejeitada de forma tão evidente. O nosso maior conforto é saber que as pessoas podem não nos perceber, mas Deus nos vê e conhece nossa dor. A visão que o Senhor teve do problema fez com que Seu favor viesse em socorro dela, tornando-a fecunda. A capacidade de gerar filhos, para ela, seria um consolo divino que a ajudaria a superar o trauma da rejeição.

Saber que Deus está interessado em participar dos nossos conflitos internos, é extremamente gratificante. Ter alguém com quem partilhar nossas dores e frustrações, por si só, já é um maravilhoso bálsamo. Você pode, agora mesmo, abrir o coração para desabafar seus medos, traumas, complexos, sentimentos de rejeição, e tudo o que a faz sentir-se pequena, sem valor. Deus não somente conhece, como também quer vir ao seu encontro para trazer provisão de consolo.

2- Rejeitada Pelo Marido, Lia se Aproximou de Deus – “Concebeu, pois, Lia e deu à luz um filho, a quem chamou Rúben, pois disse: O Senhor atendeu à minha aflição...” – Gn. 29:32

O desprezo sofrido por Lia fê-la aproximar-se de Deus. Para alguns filhos que dera à luz, ela fez menção do nome do Senhor, ou, pelo menos, atribuiu a Ele a dádiva recebida. Por exemplo, quando Rúben nasceu, ela disse: “O Senhor atendeu à minha aflição”. Em Simeão, disse: “Soube o Senhor que era preterida e me deu mais este...”. Nessas ocasiões, diante da rejeição sofrida, percebemos claramente que os olhos dela se voltaram para Deus, Fonte de toda compreensão, consolação e aceitação.

Há determinadas situações complicadas na vida que resultarão em bênção. As crises podem nos levar a buscar a Deus de forma especial. Precisamos aprender a tirar vantagens dos momentos difíceis e indagar ao Senhor acerca do que Ele quer que aprendamos nessa hora. Procure compartilhar na célula, sobre uma experiência com Deus que você mesma vivenciou diante de uma adversidade.

3- Corrigindo a Motivação – “De novo concebeu e deu à luz um filho; então, disse: Esta vez louvarei o Senhor. E por isso lhe chamou Judá; e cessou de dar à luz.” – Gn. 29:35

Apesar de mais próxima do Senhor, atribuindo a Ele a dádiva de gerar filhos, Lia, no entanto, ainda demonstrava que a sua vida buscava incessantemente o amor do marido. No nascimento de alguns filhos, lemos frases como: “Agora me amará meu marido”, “Agora, desta vez, se unirá mais a mim meu marido”, ou, “Desta vez permanecerá comigo meu marido...”. Sua motivação era a de ser aceita e amada por ele. Mas, quando deu à luz a Judá, sua motivação foi unicamente a de louvar ao Senhor (29:35). Ela, pelo menos dessa vez, conseguiu tirar o foco do homem para se voltar, exclusivamente, para o louvor ao Senhor, sem querer nada em troca.

Nós agravamos o problema da rejeição quando vivemos em função da busca pelo amor das pessoas. Quanto mais procuramos isso, mais nos sentimos desprezados. Pois, para aquele que sofre o desprezo, a atenção dos outros nunca será suficiente. Precisamos tirar o foco da busca pelo que o homem pode oferecer, e, encontrar em Deus, a verdadeira fonte para a nossa realização.

4- Da Rejeição à Felicidade – “Então disse Lia: É a minha felicidade! Porque as filhas me terão por venturosa; e lhe chamou Aser.” – Gn. 30:13

Outros filhos vieram. Agora, Lia demonstra ter sido transformada em sua auto-estima. Através dos filhos que teve, pessoalmente, ou por meio de sua serva Zilpa, Deus concedeu à Lia a alegria de ser frutífera. O coração solitário daquela mulher havia se convertido em um lugar pleno de gozo, pelo reconhecimento da generosidade divina para com ela. Quando nasceu Gade, ela disse: “Afortunada”. Em Aser, disse: “É a minha felicidade!”. Em Issacar, disse: “Deus me recompensou”. Em Zebulom: “Deus me concedeu excelente dote”. E, enfim, Diná, que significa “Julgamento”. Ela sentia que Deus havia lhe feito justiça, e, por isso, estava realizada.

Deus nos fez para sermos plenamente felizes. Nada pode anular o fato de Jesus Cristo ter morrido na cruz, provando o seu real amor por mim. Essa é uma das verdades bíblicas que tem o poder de anular todo o sentimento de desprezo que possamos sentir. Deixe o seu coração disponível para ser curado da rejeição. O amor de Deus é o único remédio para a alma ferida.

Lia foi uma vencedora por não se deixar aprisionar pela Rejeição. Em Deus, ela encontrou sua plena realização.

“Esta vez louvarei o Senhor. E por isso lhe chamou Judá...” – Gn. 29:35

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Jacó e a Transformação de Identidade

Introdução

Jacó foi um exemplo de como Deus pode mudar a identidade de alguém. O velho homem, com seus pecados e valores distorcidos, precisa dar lugar ao novo. Hoje veremos o quanto precisamos da transformação divina para que a bênção seja uma realidade diária.

1 - Sentindo a Necessidade de Transformação – “Voltaram os mensageiros a Jacó, dizendo: Fomos a teu irmão Esaú; também ele vem de caminho para se encontrar contigo, e quatrocentos homens com ele.” – Gn. 32:6

Quando Jacó ouviu que seu irmão Esaú estava vindo ao seu encontro com mais quatrocentos homens, ficou aterrorizado. Qual o motivo? No passado, Jacó havia roubado a bênção destinada ao seu irmão, e por conta disso, fugiu para salvar sua vida (Gn. 27:41). Ouvindo, pois, que Esaú vinha ao seu encontro, logo pensou que podia ser por vingança. Então, imediatamente, tratou de buscar a Deus com todas as suas forças. Ele cria que o Senhor podia desembaraçar seu caminho e livrá-lo das conseqüências dos seus erros passados.

Para que alguém seja transformado por Deus, precisa, primeiro, sentir a necessidade de mudança. Quem não sente que precisa mudar, não buscará ajuda nem clamará a Deus. Se o doente não for convencido de que está enfermo, dificilmente se exporá a algum tratamento. Às vezes, Deus se utiliza de situações críticas para nos dar a entender que precisamos dEle. E quando recorremos ao Seu auxílio, Ele sempre está pronto para nos ajudar.


2 - A Importância de Estar a Sós Com Deus – “...ficando ele só; lutava com ele um homem, até ao romper do dia.” – Gn. 32:24

Jacó procurou um lugar tranqüilo onde pudesse ter uma experiência pessoal com o Senhor. Antes, porém, fez passar a tudo o que tinha: suas esposas, seus filhos, animais, bens, etc. Tudo ele fez passar para estar sozinho com Deus. Às vezes, nos escondemos atrás de alguém para justificar um erro. Dizemos: Fiz isso por causa dele ou dela... Achamos que determinado erro aconteceu por causa de alguém e não por nossa própria responsabilidade. Jacó não fez isso. Ele buscou estar somente diante de Deus, sem se esconder atrás de ninguém. Ele fez isso e Deus o abençoou.

O homem precisa reconhecer que o responsável pelos seus problemas é ele mesmo. Ainda que outras pessoas tenham participado do processo de ruína, primeiro, precisamos olhar para nós mesmos. Não ficar procurando culpados fora de nós, é de suma importância para que haja uma solução eficaz, vinda de Deus. Quando não procuramos jogar a responsabilidade sobre os outros e assumimos nossos erros, então, o Senhor se volta para nós e endireita nossas veredas.

3 - O Confronto Divino Para a Transformação de Identidade – “Perguntou-lhe, pois: Como te chamas? Ele respondeu: Jacó.”

O nome Jacó significa “aquele que passa por cima” ou “enganador”. Antes de ser transformado, Jacó precisava saber que todos os conflitos em sua vida, se deram, justamente, por causa do seu caráter defeituoso. Ele precisava reconhecer que era pecador e que seus erros o levaram a sofrer todo aquele pesar. Deus sabia que ele se chamava Jacó; mas queria apenas trazer à tona a identidade que necessitava morrer por meio de um arrependimento genuíno.

O Senhor continua perguntando sobre quem eu sou e quem é você. Como nos vemos? Se a resposta for somente: sou um bom marido, um bom filho, um bom pai, um bom cidadão, um bom patrão, um bom funcionário, etc., então estamos dizendo a nós mesmos que não precisamos mudar. Se, porém, apesar das virtudes, reconhecer humildemente que tenho falhas e que ainda estou distante daquele a quem Deus quer que eu seja, então, terei passado pela prova do confronto e estarei pronto para experimentar uma nova etapa do processo de restauração divina.

4 - A Transformação de Identidade – “Então, disse: Já não te chamarás Jacó, e sim Israel, pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens e prevaleceste.” – Gn. 32:28

Bastou Jacó reconhecer a sua velha identidade de engano e pecado, para Deus suscitar uma nova identidade. Israel significa “Príncipe com Deus” ou “Aquele que luta com Deus”. Esse novo nome é próprio de quem reconhece os pecados e suas conseqüências, e luta com Deus por uma transformação. Jacó não queria mais ser quem ele era no passado. O Senhor viu o seu coração e a sua atitude decidida a mudar; e por isso, fez prevalecer o desejo do seu coração. Ali mesmo, Deus o abençoou. O encontro com Esaú, seu irmão, foi pacífico, porque Jacó levava sobre si a bênção da proteção, do livramento e da vida.

Somente Deus é quem pode nos transformar. Ele nos criou e só Ele pode nos restaurar. Quando nos arrependemos dos nossos pecados e convidamos o Senhor a morar em nós, como conseqüência, Ele nos perdoa e nos concede do Seu próprio Espírito para permanecer em nós. É assim que somos transformados pelo seu poder.

Jacó se destacou dentre os homens pela sua luta incessante por transformação interior, e foi ouvido por Deus.

“Lutou com o anjo e prevaleceu; chorou e lhe pediu mercê; em Betel, achou a Deus, e ali falou Deus conosco.” – Oséias 12:4

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Rebeca e a Busca de Propósitos

Introdução

A personagem de hoje, Rebeca, esposa de Isaque, foi uma figura muito importante dentro do projeto divino. Sua característica especial era a de buscar a revelação dos propósitos de Deus para a sua vida e a de sua família.

1- Descobrindo a Vida Com Propósito – “Dá-me, pois, que a moça a quem eu disser: Inclina o cântaro para que eu beba; e ela me responder: Bebe, e darei ainda de beber aos teus camelos, seja a que designaste para o teu servo Isaque; e nisso verei que usaste de bondade para com o meu senhor.” – Gn. 24:14

O servo de Abraão que fora em busca de uma esposa para Isaque pediu à Deus um sinal: que a moça indicada pelo Senhor atendesse ao seu pedido de lhe dar água para beber. Além disso, ela teria de se oferecer para dar água também aos dez camelos que estavam com ele. Rebeca, naturalmente fez tudo o que estava no coração daquele homem, sem saber que seus atos estavam sendo observados (vs.18 e 19). Depois que o servo de Abraão revelou que tudo aquilo fazia parte de um sinal pedido à Deus, ela, certamente, descobriu que sua vida não existia por acaso. Então, decidiu viver dentro do propósito, casando-se com Isaque.

É muito importante descobrir o propósito para a vida. Quando isso acontece, mesmo os simples acontecimentos serão cheios de significado especial. Seja dando água aos camelos, alimentando a família, instruindo os filhos, cuidando do marido, pregando a Palavra, ou fazendo outra coisa qualquer, tudo faz parte de um propósito. Precisamos apenas descobrir o verdadeiro plano de Deus para nós, a fim de que não nos vejamos fazendo coisas que não estejam em linha com o que o Senhor determinou. Rebeca descobriu o propósito e se apegou a ele com todas as suas forças.

2- Buscando o Propósito Para a Família – “Os filhos lutavam no ventre dela; então, disse: Se é assim, por que vivo eu? E consultou ao Senhor.” – Gn. 25:22

Isaque orou 20 anos para que Rebeca engravidasse; mas quando a gravidez chegou, foi ela quem buscou saber qual seria o propósito divino para os filhos do seu ventre. Em resposta ao clamor, Deus lhe respondeu que duas nações estavam sendo geradas dentro dela, e que o maior serviria o menor. Ela buscou conhecer o plano do Senhor acerca da sua família e foi atendida na sua petição.

Nossos filhos pertencem ao Senhor. Não podemos determinar o que eles serão porque há um plano maior e perfeito acerca deles. O nosso papel é o de interceder e ajudá-los a se encaixarem no projeto divino. Devemos também ensinar os princípios de retidão e justiça para que sempre andem na presença de Deus e sejam abençoados.

3- Alimentando o Propósito – “Isaque amava a Esaú, porque se saboreava de sua caça; Rebeca, porém, amava a Jacó.” – Gn. 25:28

A preferência que Isaque tinha por Esaú, e que Rebeca tinha por Jacó, não foi saudável no convívio familiar. Os pais deveriam amar os dois filhos igualmente, independentemente de suas habilidades ou características pessoais. Porém, ao que nos parece, a palavra divina que Rebeca tinha à respeito de Jacó, de alguma forma, havia influenciado no cuidado especial para com ele. Além disso, Rebeca pode ter pensado assim: a) Esaú já conta com o privilégio de ser o primogênito, futuro herdeiro da família; b) Esaú foi dotado de talentos naturais que fizeram dele um homem ousado e independente; c) Esaú, além de tudo, gozava da preferência de seu pai. Cremos que, diante de todos os benefícios com os quais Esaú contava, o coração daquela mãe se inclinou para o lado mais fraco e o alimentou com o seu amor. O cuidado especial de Rebeca dispensado a Jacó, sem dúvida, serviu para aquecer e proteger o coração daquele à quem as promessas de Deus haviam sido destinadas.

Quando descobrimos o propósito precisamos alimentá-lo. Assim como Rebeca amou a Jacó, envolvendo-o com o seu zelo, proteção e amparo, assim também devemos fazer. Nutrimos o propósito divino quando não nos apartamos dele. Sonhamos e oramos para que ele se cumpra. O propósito deve ser como um filho das nossas entranhas que é gerado e que cresce em nosso interior até vir à luz. Como a galinha choca seus ovos e os protege, assim devemos cuidar para que nada se perca.

4- Colocando o Propósito Acima de Deus – “Rebeca esteve escutando enquanto Isaque falava com Esaú, seu filho...” – Gn. 27:5

Quando chegou a hora de Isaque abençoar o primogênito Esaú, Rebeca se adiantou para armar um plano à favor de Jacó. Ela não precisava fazer isso porque Deus disse que abençoaria o mais moço; e se Ele disse que o faria, ela tinha, então, somente que esperar. Ter propósito na vida é muito bom, mas não podemos colocar o propósito acima de Deus. Abraão fez diferente quando o Senhor lhe pediu seu filho em sacrifício. Ele não tratou de defender a Isaque por conta de um propósito estabelecido. Tão somente obedeceu e deixou o resto nas mãos de Deus. Rebeca, mentindo para o marido, demonstrou nessa hora não confiar no Senhor o suficiente para o cumprimento do propósito prometido. Podemos aprender com o erro de Rebeca, a deixar nossos caminhos aos cuidados do Senhor, e descansar na Sua soberana condução de todas as coisas.

Devemos zelar para que o propósito nunca esteja acima dAquele que o idealizou. Precisamos seguir o curso natural da vida, dentro das orientações divinas. Deus não precisa da nossa “mãozinha”. Não podemos burlar a lei ou subornar alguém para que nossos filhos levem vantagem em alguma coisa. Não necessitamos mentir ou enganar a uma autoridade para que eles tenham acesso a privilégios especiais. Nunca devemos prejudicar alguém para que um ente querido seja priorizado. Não podemos apagar a luz do vizinho para que brilhe a nossa. Se Deus nos fez uma promessa, Ele é poderoso para a cumprir.

Rebeca se empenhou a descobrir e a viver dentro dos propósitos divinos, e, por isso, foi abençoada.

“Abençoaram a Rebeca e lhe disseram: És nossa irmã; sê tu a mãe de milhares de milhares, e que a tua descendência possua a porta dos seus inimigos.” – Gn. 24:60